Olá! Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies.

Quinta Feira, 25 de Abril de 2024

Noticias

A ENGENHARIA REALIZA SEUS SONHOS!

Bruno Rodrigues aponta principais ramos de atuação dos engenheiros e o ‘boom’ visto em Sinop

31 de Maio de 2019 as 00h 00min

JOSÉ ROBERTO GONÇALVES

jrgsinop@hotmail.com

 

Sendo uma região teoricamente jovem, com menos de 50 de fundação da maioria de suas cidades, o Nortão de Mato Grosso ainda vive a um crescimento no setor da construção civil. Parte desse desenvolvimento passa pelas mãos habilidosas de engenheiros capacitados, que fazem cálculos, desenham, estudam, medem e desenvolvem projetos específicos para cada demanda.

Neste cenário, o engenheiro Bruno Rodrigues, no auge de seus 27 anos, conta em entrevista ao Diário do Estado MT como está o setor na região de Sinop e quais os desafios em realizar os sonhos de quem vai construir.

 

DIÁRIO DO ESTADO MT – Sua história profissional se desenha em Sinop?

BRUNO RODRIGUES – Eu me formei no final de 2013 pela Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), campus Sinop, trabalho no ramo da construção civil desde 2012. Apesar disso, em 2010, enquanto estudante, trabalhei como estagiário em um escritório, conhecendo de forma mais profunda a parte projetista. Depois de formado, em 2014, comecei a trabalhar com a parte de projeto. O escritório eu abri na metade de 2014, em uma parceria entre engenheiros e arquitetos. Atualmente, atuo em dois dos principais ramos: projeto e execução. O primeiro contempla projetos residenciais, comerciais, a parte de planta arquitetônica, projeto hidráulico, sanitário, pluvial, estrutural, além de projetos de pequenas barragens, de prevenção e combate a incêndio; e na execução de obras, desde obras residenciais, comerciais. Hoje, o mercado busca os dois lados. Você pode buscar o mesmo projetista para fazer a parte de projeto, mas também há a vertente das execuções de obras. Ao invés de contratar um mestre de obras, uma pessoa que não tem suporte técnico (até porque o suporte dele é somente a experiência), você contrata um engenheiro e/ou um arquiteto que possa fazer o processo de acompanhamento e todo o processo de gestão. Para não haver um orçamento furado, fazemos todo o sistema de compras. Caso precise, fazemos a gestão de mão de obra e também dimensionamento: não adianta ter 20 pessoas na obra do começo ao fim, e sim apontar em quais pontos você precisar ter mais ou menos funcionários.

 

DE – Sistema de organização, né?

BR – Isso, toda a parte de gestão da obra. Se o cliente optar, começamos desde o projeto, desenho, até a chave na mão do sonho dele.

 

DE – Quem são os clientes da “Bruno Rodrigues – Soluções em Engenharia”?

BR – Hoje, meu maior público são os arquitetos e construtores. Como também trabalho como coordenador do curso de Engenharia Civil e Engenharia de Produção na faculdade, acabo não buscando um cliente inicial porque demandaria mais tempo para uma conversa completa. O arquiteto faz todo o projeto arquitetônico e a parte de engenharia normalmente ele terceiriza. Trabalho também com construtores, que já executam uma série de projetos, como construção de casas, por exemplo. Meus projetos se estendem de Lucas do Rio Verde até Nova Monte Verde. Tenho projetos de um a seis pavimentos, e hoje meu principal projeto é da construção do Posto Trevão (próximo ao trevo para Cláudia), que possui 15 mil m² de obra. Esse é o nosso maior desafio em Sinop. Já trabalhamos em obras de 19 pavimentos como responsável pela execução.

 

DE – A metragem – tamanho – das obras diz muito sobre o perfil do engenheiro?

BR – Tradicionalmente, quem vai construir em grandes espaços busca profissionais mais bem localizados ou pessoas que tem mais confiança. Claro que edificações maiores ou mais verticais têm um grau de risco maior exigem mais do profissional, mas isso não quer dizer que um recém-formado ou um formado há mais tempo tenham grandes distâncias de conhecimento.

 

DE – Na sua opinião, Sinop pode ser considerada uma referência em engenharia no estado?

BR – Hoje em dia ela é, pensando em investidores. Existe uma grande quantidade de engenheiros e arquitetos na região, e ainda existe serviço para todos devido a essa demanda. Muitos empresários das cidades circunvizinhas que investem em Sinop. Há setores diversos, como o educacional, que provoca o crescimento de residências multifamiliares (quitinetes, pequenos apartamentos, condomínios). A geração de emprego e indústria também reflete na construção de pequenas moradias. Esse é um fator que faz com que residências no perfil ‘Minha Casa, Minha Vida’ criem um ‘boom’ em Sinop. Existe uma classe trabalhadora, que ganha entre R$ 2 mil e R$ 4 mil, que consegue se enquadrar nas exigências do Governo Federal para ingressar no programa. Sinop é uma cidade muito rica, existe muita gente que tem muito dinheiro, e você vê isso pelos novos condomínios e residenciais que têm início, com valorização de 10% a 15% ao ano. O setor da construção civil acompanha. Como Sinop nem sentiu a crise tão afundo, o mercado da construção fez com que a cidade não parasse.

 

DE – Como você vê a profissionalização do engenheiro civil?

BR – Esteve muito ruim. Mas hoje, pela alta demanda de profissionais, estes começaram a se tornar mais específicos. Há 10 anos, Sinop tinha cinco, seis engenheiros. Eles tinham uma abundância de serviço. Mas hoje, os projetos estão cada vez mais requintados, os arquitetos estão cada vez mais desafiadores, exigindo que os engenheiros também se atualizem. Se falarmos de uma viga ou de um vão de 20 metros de distância, sem um pilar sequer no meio, estaríamos falando em um absurdo. Hoje temos edificações com 30, 40 metros sem nenhum pilar no meio. Automaticamente, a cidade se desenvolve, as pessoas também se desenvolvem, elas requerem mais desafios para a classe, porque os sonhos são maiores e a gente tem que construir isso.

 

DE – Como está essa segmentação profissional?

BR – Existe uma briga muito grande por profissionais que buscam por preço, aquela classe que trabalha com projetos mais simples, mas se tornam competitivos por conta dos valores cobrados; e existe a classe daqueles profissionais que se especializaram em execução, estrutura metálica, concreto pretendido, que não estão buscando preço, e sim uma classe da qualidade, de projetos específicos.

 

DE – Como você analisa os últimos 5 anos da construção civil e como projeto os próximos 5 anos?

BR – Em termos de Brasil, tivemos cenários que fizeram com que a construção civil tivesse um ‘boom’, especialmente Olimpíadas e Copa do Mundo. Existia uma busca muito grande por engenheiros e arquitetos. Esses eventos exigiam muito a presença de profissionais e o país não tinha (profissionais) suficiente, tanto é que foi uma coisa não planejada. Existia uma grande demanda de edificações para a Copa, tais quais estádio, acessibilidade, aeroportos, rodovias, logística e mobilidade urbana; para os Jogos Olímpicos, aumentou mais ainda – grandes centros com grande presença de público. Automaticamente, um engenheiro preferiria ir para um grande centro e receber um salário muito maior, mesmo saindo do conforto da casa dele, fazendo com que o interior ficasse sem profissionais. Estes, que estavam mais sufocados, com menos oportunidades, acabaram se vangloriando. Nisso, muitas áreas se beneficiaram. Com o final destas obras, o país passou por um momento de uma falsa crise: o governo já não tinha mais dinheiro para seguir no mesmo ritmo de desenvolvimento e ele tem que cessar, porque o gasto foi muito grande. Os engenheiros, então, saem dos grandes centros e retornam para as cidades menores, aumentando a competitividade. Nesse ponto de vista, o setor da construção civil acabou sendo muito prejudicado pela crise financeira atravessada pelo país, pensando em investimento. O empresário, independente do ramo, deixou de investir na sua empresa. Deixando de investir, reduz o número e frequência de obras; também reduz a quantidade de funcionários; estes começaram a receber menos ou tem menor oferta de emprego e, como consequência, não iniciaram a construção de sua casa própria. Essa é uma bola de neve: o dono da indústria não investe, o seu funcionário também não investe e o construtor fica sem serviço. Esse é o motivo da baixa no setor da construção civil. Este setor emprega muita mão de obra braçal, pessoas sem ou com baixo grau de estudo, baixa qualidade de vida. O prejuízo da construção civil atinge todas as classes sociais.

 

DE – Como entender o olhar dos clientes em relação às coisas novas que a engenharia traz?

BR – Com o avanço da internet, tudo está na palma da mão por um celular. Se o cliente está imaginando a fachada da casa dele, vai no Google, digita e encontra 40 blogs que falam sobre ‘fachada’. O cliente hoje chega no profissional com boa parte do que ele quer pronta. Ele traz muitas ideias, uma bagagem visual daquilo que é o sonho dele, e aí cabe a nós profissionais da construção civil filtrar e apresentar a realidade. Às vezes, o cliente tem inúmeras propostas, mas um valor baixo para iniciar a construção, e ele não saber quanto isso custa. Cabe a nós dar todo o suporte técnico para analisar o que é seguro, resistente, o que é permitido pela legislação local, e também analisar os custos do cliente visando esse planejamento.

 

DE – Para finalizar: por que buscar um engenheiro?

BR – É interessante notar que houve uma crescente de casas à venda de residências sonhadas por outras pessoas. Se eu faço uma casa para venda, então eu penso no seu sonho. É importante buscar um profissional que desenvolva um projeto pensando na sua realidade, porque às vezes você está investindo numa casa pronta, evitando dor de cabeça, porém, não é o que você precisaria.

Veja Mais

Mais de R$ 1,3 milhão em investimentos são entregues à agricultura familiar em Sorriso

Publicado em 25 de Abril de 2024 ás 17h 06min


Via Brasil BR-163 promove obras de melhorias nas BRs 163 e 230

Publicado em 25 de Abril de 2024 ás 12h 59min


App de Realidade Aumentada será apresentado pela Titan Pneus

Publicado em 25 de Abril de 2024 ás 12h 37min


Jornal Online

Edição nº1281 25/04/2024