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ALGODÃO: Agricultores dão início a plantio da safra 2020/21

Maior produtor de pluma do Brasil, MT deve registrar queda de 10,6% na área destinada às plantações

30 de Dezembro de 2020 as 06h 54min

Plantio de algodão vai movimentar fazenda nos próximos dias – Foto: Cristiano Botan

DA REPORTAGEM

 

A semana do Natal foi movimentada na Fazenda Santa Mariana, em Campo Verde. O foco é o plantio do algodão, que pelos próximos dias vai concentrar as atenções na propriedade. Pouco mais de 40% da área deve ser cultivada agora em dezembro, o chamado algodão safra. O restante será semeado em janeiro, após a colheita da soja.

Aliás, o impacto da estiagem no cronograma da safra da oleaginosa pode refletir no desempenho dos algodoais, segundo o agricultor Cristiano Botan, que prevê queda de produtividade em relação aos anos anteriores. Ele inclusive vai plantar menos algodão nesta temporada, reduzindo em 11% a área destinada ao cultivo da pluma.

A decisão do agricultor ilustra as perspectivas para a safra 20/21 de algodão em Mato Grosso. Maior produtor de pluma do país, o estado deve semear cerca de 120 mil hectares a menos neste ciclo. Um reflexo direto dos impactos causados pela pandemia no mercado da pluma – especialmente no primeiro semestre deste ano.

“O algodão teve momentos bem distintos em 2002. Ele sofreu muito com a Covid-19, foi um mercado muito afetado, os preços lá na ICE – que baliza os preços do algodão no mundo todo – despencaram lá em março, abril, maio. E isso fez com o que o produtor desanimasse um pouco para a safra 20/21. E isso, ainda ligado à essa seca que a gente teve, esse atraso da semeadura da soja, que vai prejudicar certamente a janela do algodão segunda safra, faz com que as estimativas para o próximo ano sejam de uma área menor do algodão, em torno de 10,6% é a nossa estimativa hoje. Então a gente deve semear provavelmente 1,01 milhão de hectares de algodão nesta próxima safra, juntando primeira e segunda safra aqui no estado”, explica Marcel Durigon, responsável pela soja no Imea.

Com a redução da área e a estimativa de uma produtividade em 6,87% menor, a produção de pluma deve encolher 16,76% ficando em pouco mais de 1,767 milhão de toneladas. Segundo o Imea, apesar da fase crítica causada pela Covid-19 no primeiro semestre, o segundo foi marcado pelos níveis recordes do preço da pluma, que alcançou média anual de R$ 95,68 a arroba, alta 14,78% na comparação com 2019.

De acordo com o instituto, o avanço nos preços esteve atrelado à valorização do Dólar e à menor disponibilidade da pluma, já que os produtores priorizaram a entrega dos contratos firmados antecipadamente. Além disso, com a retomada gradativa da demanda nos últimos meses, o preço da pluma disponível voltou a ficar acima da casa dos R$ 120 a arroba, o que alimenta a esperança de um cenário promissor para a safra que começa a ser plantada agora.

“O algodão teve esses dois momentos bem distintos este ano. A Covid-19 fez despencar os preços, porém, agora, a gente tá vendo uma volta da demanda. A China mesmo, que é um grande consumidor de algodão, parou muito as compras lá na época da Covid-19 mas se recuperou muito rápido depois desse baque que aconteceu no mundo todo. E hoje a gente pode ver que o crescimento industrial lá está firme, assim como em outras partes do mundo. Isso vem fazendo com que as negociações voltem a acontecer com os produtores, tanto dos Estados Unidos quanto do Brasil, que são os dois maiores exportadores mundiais de pluma. A gente está vendo a comercialização aqui em Mato Grosso subir novamente e os preços também aumentarem. As perspectivas neste momento são boas. A volta do crescimento econômico está acontecendo, a gente está conseguindo ver isso, isso está muito ligado aos incentivos governamentais que estão acontecendo em vários países do mundo”, analisa Durigon, que reforça que apesar do otimismo, cautela nunca é demais.

“Muita coisa pode acontecer. Ninguém imaginava que iria acontecer a Covid-19 este ano, ninguém imaginava que os preços do algodão iriam derreter como derreteram. Então, a gente tem que ter um pouco de cautela nas projeções otimistas, mas, no momento, é a volta de uma demanda para a pluma né, que está agradando os produtores”, conclui.

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