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Mato Grosso, 24 de Abril de 2024

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ANIVERSÁRIO DE SINOP: A ocupação do sul da Amazônia

As terras de Sinop já pertenceram aos municípios de Chapada dos Guimarães e Nobres

21 de Agosto de 2020 as 08h 00min

Ocupação fez parte da Doutrina de Segurança Nacional – FOTO: - ARQUIVO

*TIAGO ALINOR HOISSA BENFICA

A região norte do Mato Grosso havia tido uma exploração da sua riqueza natural de modo rarefeito até 1960, com relatos da existência nessas terras de garimpeiros, ribeirinhos e seringueiros desde o início do século XX, mas os grandes “donos do pedaço” eram os povos indígenas. Portanto, dizer que antes da colonização, nessas terras, não havia ninguém, não parece ser uma boa argumentação.

As terras do atual município de Sinop já pertenceram aos municípios de Chapada dos Guimarães e Nobres, e se situava na Gleba Celeste, nome das terras compradas pela colonizadora Sinop. A Gleba foi dissolvida no processo de criação das cidades de Vera, Santa Carmem, Cláudia e Sinop.

Na primeira metade do século XX, a economia do atual estado de Mato Grosso baseava-se na mineração de ouro e de diamante, na criação extensiva de gado, e na extração da borracha. A pecuária exercia uma função extremamente periférica, sendo que apenas através de uma complicada e longa viagem de rio poder-se-ia chegar às áreas de distribuição do sistema econômico brasileiro – as maiores cidade de Mato Grosso eram: Cuiabá, Corumbá e Cáceres. As coisas começam a mudar quando o Estado brasileiro resolve agir mediante duas grandes políticas: a “marcha para o Oeste” de Getúlio Vargas (décadas de 1930-1940) e a ocupação da Amazônia promovida pelos militares (década de 1970). Para os estrategistas das forças armadas, promover a ocupação não indígena na Amazônia era cumprir as propostas expressas na Doutrina de Segurança Nacional, que fora idealizada pela Escola Superior de Guerra; esse movimento de ocupação foi propagandeado pelo lema “integrar para não entregar”, um estandarte ideológico do regime militar.

O estado do Paraná forneceu a maioria dos primeiros moradores de Sinop. O norte paranaense havia sido ocupado por frentes migratórias vindas de São Paulo, do Rio Grande do Sul e também de Santa Catarina, cujo deslocamento fora estimulado por empresários paulistas, dentre eles, estavam os sócios da colonizadora Sinop.

Hoje, a cidade de Sinop é dominada pela iniciativa privada, por homens que criaram empresas lucrativas, e a Colonizadora promoveu a venda das terras que a interessava, sendo que Sinop é um município em que tudo tem dono. Até a praia de água doce, do rio Teles Pires, tem um dono. A cidade é, portando, comandada por empresários de vários setores da economia. Mas tal ímpeto privatista sempre preponderou na região?

A pesquisa histórica proporciona uma visão diferente. Hoje, o liberalismo econômico pujante contrasta a realidade do passado, pois, antes dessas terras serem atrativas aos pequenos e grandes empresários, o Estado brasileiro teve que intervir, teve que “despejar” muito dinheiro nessas paragens: as políticas do regime militar deram incentivos fiscais e creditícios para a criação de uma série de projetos para financiar a agropecuária e a colonização privada.

Hoje, ao percorrer os trechos da BR-163 em Sinop, pode-se observar várias empresas multinacionais aqui instaladas, proveniente de capitais estadunidenses, europeus e chineses. Mas, até a cidade estar com uma infraestrutura digna, com a floresta “domada”, com a terra produzindo commodities, muito investimento estatal foi necessário, além, é claro, dos investimentos privados que se seguiram, do pequeno colono que veio do Paraná e dos grandes investimentos do empresariado nacional e internacional.

*Professor da SEDUC-MT, Escola Estadual Professora Edeli Mantovani

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