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ARROZ: Importação não deve desestimular produção do cereal em Mato Grosso
Retirada da tarifa externa comum (TEC) não causará impactos negativos ao setor
12 de Setembro de 2020 as 10h 00min
Foto: DivulgaçãoDA REPORTAGEM
Mato Grosso é o quarto maior produtor de arroz no Brasil, atrás do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins. Nesta safra, o estado produziu 405 mil toneladas, segundo a Conab. A maior parte do cultivo é feita durante a primeira safra e em áreas de sequeiro, o chamado “arroz de terras altas”, com plantio a partir de meados de novembro.
Quem investe na cultura ficou em alerta com as discussões em torno da suspensão da Tarifa Externa Comum, que vai desonerar a importação de arroz de países de fora do Mercosul. O receio gira em torno dos reflexos que a entrada do produto “estrangeiro” pode exercer na cadeia – especialmente nos preços – durante a colheita das lavouras.
Com a decisão do Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) nesta quarta-feira, 09, estabelecendo os critérios para a suspensão da TEC, essa preocupação foi amenizada – pelo menos em Mato Grosso. A alíquota do imposto de importação para o arroz em casca e beneficiado ficará zerada até 31 de dezembro deste ano, e está restrita à quota de 400 mil toneladas.
“Acredito que este volume limite é justo. Não irá atrapalhar o mercado e nem prejudicar o produtor. Essa importação vai garantir estabilidade para o setor arrozeiro até a entrada da nova safra. Foi uma decisão boa, que a gente recebe com bons olhos e otimismo”, destaca Rodrigo dos Santos Mendonça, presidente do sindicato que representa as indústrias beneficiadoras de arroz em Mato Grosso (Sindarroz-MT).
No campo a avaliação também é semelhante. O agricultor Gilson Gobbi planta pouco mais de 2000 hectares de arroz na região norte de Mato Grosso, após a colheita da soja. Ele temia que a suspensão da TEC provocasse queda no preço do cereal a ponto de tornar a produção menos atrativa do que outras culturas de segunda safra, como o milho, por exemplo. Porém, com as “regras definidas”, acredita que os impactos não serão grandes e vai manter o planejamento para a nova safra do cereal.
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