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Mato Grosso, 28 de Março de 2024

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CLÍNICA VETERINÁRIA MASCOTE COMPLETA 1 ANO DE ATENDIMENTO

Segundo Dr. Fabrício, hoje as pessoas tratam o animal como um membro da família

17 de Maio de 2019 as 00h 00min

JOSÉ ROBERTO GONÇALVES

jrgsinop@hotmail.com

(colaboração de

Clemerson Mendes)

 

O mercado pet tem crescido ano após ano. A escolha por ter um animal de estimação passa por diversas decisões, mas quem não gosta de um cachorrinho brincalhão, abanando o rabinho? Ou então um gato com cara de ranzinza, que dorme o dia inteiro, mas destrói a casa quando quer se distrair?

Para atender a essas necessidades dos tutores – ou proprietários –, abrem-se pet shops e as clínicas veterinárias estão cada dia mais especializadas no atendimento de animais de estimação, sejam eles os comuns, ou levemente exóticos – você, por acaso, já teve uma sucuri de estimação?

Diante desse cenário, o médico veterinário Dr. Fabrício Leonard Urmann abriu há um ano a Clínica Veterinária Mascote, localizada na Avenida dos Jatobás, nº 175, no Jardim Jacarandás, em Sinop. Vendo o pouco tempo que as pessoas têm de se deslocar ou em função dos afazeres diários, ele faz atendimento volante, indo na casa dos clientes, além de oferecer serviços relacionados à prevenção da saúde dos animais.

Especializado em ortopedia, Dr. Fabrício recebeu a reportagem do Diário do Estado MT para um bate-papo sobre a profissão e, especialmente, sobre os serviços oferecidos pela clínica.

 

DIÁRIO DO ESTADO MT – Esse tato com animais sempre foi uma coisa sua, desde cedo?

FABRICIO URMANN – Eu sempre gostei de animais, desde muito novo. Tem que diga que toda criança quer ser veterinária, mas são os poucos os teimosos que vão até o fim. E sempre gostei de ortopedia dentro da medicina veterinária, sempre direcionei a minha formação e especialização para isso: trabalhar com cirurgia e com ortopedia. Ainda presto poucos serviços na ortopedia, porque a implantação, para oferecer um serviço de excelência, custa caro. O cliente ainda tem um certo receio de pagar.

 

DE – O senhor atende cães e gatos de todos os portes?

FU – Eu atendo com a estrutura interna e faço atendimento em domicílio. Trabalhamos da seguinte forma: eu, fixo, dentro da clínica; a Dra. Ana, que atende comigo – volante e domicílio, além de cirurgias –; tem duas ultrassonagrafistas que também prestam serviço – esse tipo é personalizado: a gente marca horário, elas vêm atender. Já os exames laboratoriais a gente preza por fazer em laboratórios. Temos também dois auxiliares, além dos atendentes. Nós estamos completando um ano neste mês de maio. Esse projeto eu já tenho há um tempo, mas aí consegui me instalar e completar a obra. Me formei em 2015, trabalhei em clínicas na cidade, fui para Colíder abrir um pet shop, em parceria. Fiquei quase um ano lá, mas voltei por conta da logística, principalmente por estar fazendo uma pós-graduação em Ortopedia, em São Paulo.

 

DE – Uma especialização, uma nova vertente dentro da veterinária?

FU – A medicina veterinária está encaminhando junto à medicina humana em relação às especialidades. Em Sinop, se nós voltarmos menos de cinco anos, nós não tínhamos uma gama de áreas de especialização, era tudo meio que geral. O clínico fazia tudo. Hoje já está começando a se distinguir. Temos profissionais que só trabalham com gatos, outros só com cães, outros só mexem com ultrassom, tem quem mexa somente com anestesia. Em grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro, cada área tem um profissional: só imagem, só acupuntura, com nutrição. Outros somente com animais idosos. Sinop está crescendo. Tem uma evolução.

 

DE – E principalmente porque, aparentemente, há procura.

FU – Nós fizemos um levantamento e descobrimos que as clínicas veterinárias têm um crescimento contínuo, mesmo em épocas de crise, em torno de 8%. Se pegarmos o cenário da população, muitos casais hoje acabam tendo primeiro ou até exclusivamente um bichinho de estimação do que um filho. São fatores como falta de espaço e de tempo. As pessoas tratam o animalzinho como filho.

 

DE – E os animais diferentes, atraem também?

FU – Em São Paulo há pet shops que atendem 24 horas, enormes, onde você encontra animais, como roedores, peixes, cobras. Também acha ração, areia, casinha, caminha, ossinho, de tudo. Um amigo veterinário no Rio de Janeiro trabalho somente com (animais) exóticos e silvestres, e tem uma rotina puxada atendendo calopsita, calango. (O proprietário desses animais) é um público diferenciado. Para nós, até chegam atendimentos nesse sentido. Faço uma primeira checada, mas encaminho para algum profissional especializado.

 

DE – Que tipo de atendimento é feito a esses animais de estimação “diferentes”?

FU – O que acaba aparecendo aqui são exóticos e silvestres. O silvestre é da nossa fauna; o exótico é o que vem de fora, como calopsita. Os principais problemas são déficit nutricional, problemas de pele, gastroenterite. Nos répteis são problemas de não conseguir botar ovos, ou mesmo dificuldade de se alimentar. Nos roedores, como coelhos, chegam com (dentes) molares muito grandes, tem que fazer o desgaste deles. Muita gente não sabe criar, que tipo de alimento.

 

DE – Muitos pais optam por ter um bichinho de estimação em casa como uma forma de agregar uma responsabilidade para as crianças. Quando eles vêm até a clínica, o senhor consegue perceber esse elo entre criança e animalzinho?

FU – Tem um vínculo muito forte, dependendo da criança é como se (o animal) fosse um irmão. Querendo ou não, as pessoas tratam o animal como um membro da família. E não é raro o cliente sentar nessa cadeira e dizer: ‘cuida bem do meu filho!’. E mesmo após uma cirurgia, na visita, os tutores vêm acompanhar e conversar com os bichinhos. O vínculo que as crianças têm com os animais ajuda a desenvolvê-las, porque aprendem a ter uma responsabilidade. O pai atribui tarefas como levar para passear, brincar, repor água e ração, cuidar das fezes, dar banho.

 

DE – Quando a criança é bem apegada ao bichinho, o atendimento por parte do especialista tem um peso maior? Aumenta a responsabilidade?

FU – Parece que não, mas aumenta. O fator emocional nós não podemos deixar transparecer, mas influencia sim. Quando chega um animal debilitado, intoxicado, a criancinha olhava para mim e dizia: ‘tio, salva meu cachorrinho’. Aquilo ali é muito forte. A gente tenta não transmitir, porque senão acaba não ajudando, e sim atrapalhando. Temos que dar condição para o proprietário decidir.

 

DE – Quanto ao tratamento volante, é para casos especiais ou por comodidade?

FU – Cliente liga e avisa que não tem como sair de casa, ou não consegue parar o que está fazendo para trazer o animal na clínica. A gente faz consulta de rotina, vacina em domicílio. Quando o animal está muito mal, fazemos a avaliação, levamos o que for necessário. Quando são casos mais sensíveis e emergenciais, trazemos para a clínica. Essa é uma comodidade. Ajustamos com o cliente, depende muito do horário.

 

DE – Acaba sendo uma estratégia neste mercado, né...

FU – Foi um pouco que observei e por isso adotei essa flexibilidade. Porque qualquer lugar que você levar o animalzinho para fazer uma vacina no sábado à tarde, é cobrado como plantão, ou nem fazem. Eu faço, mas mediante agendamento prévio, tudo para facilitar a vida do cliente, e também fideliza-lo. Mesmo assim, trabalhamos em parceria com diversas outras clínicas na cidade para um auxiliar o outro.

 

DE – Os tutores se preocupam com a prevenção?

FU – Está aumentando significativamente, a gente está elevando a idade dos pacientes. Uma paciente que estou tratando é uma gata de 18 anos, e é um cuidado muito grande. Se a proprietária vai para algum lugar diferente, deixa a gata comigo até voltar. A cada seis meses a gente faz check-up, eletrocardiograma, função renal, função hepática, exame de sangue. As pessoas não estão deixando mais apenas na rotina, e sim se preocupando com o bem-estar do animal conforme os anos passam. Também fazemos agora exame pré-natal, desde o acompanhamento dos animais pretendentes a cruzamento. Fazemos todo o procedimento como é feito com os humanos.

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