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DIZ IMEA: Poder de compra do pecuarista no estado caiu 27% em um ano
Resultado leva em conta a relação de troca entre arroba do boi gordo e saca de milho
09 de Junho de 2020 as 07h 00min
Foto: DivulgaçãoDA REPORTAGEM
A relação de troca “arroba por milho” está menos vantajosa para o pecuarista de Mato Grosso. Em um ano, o poder de compra caiu 27%, conforme apurou o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária. O principal motivo para isso foi a valorização expressiva do cereal, muito acima da registrada na pecuária durante o período.
Em maio de 2019, a arroba do boi gordo valia cerca de R$ 138,86 no estado. Um ano depois, era negociada por um preço 21% maior: R$ 168,89. Já a saca de milho, saltou de R$ 21,83 para R$ 36,72 no mesmo intervalo de tempo. O equivalente a 68% de aumento. Com isso, no fim de maio deste ano o pecuarista conseguia comprar 4,43 sacas do cereal com o valor de uma arroba 1,65 saca a menos do que conseguia comprar há um ano (6,08 sacas).
Diretor técnico da Acrimat, Francisco Manzi destaca que o cenário requer atenção. “Isso evidentemente preocupa, porque nós sabemos que hoje a grande maioria dos animais recebe nutrição via cocho em algum momento da vida, quer seja via sal proteinado, quer seja via semi-confinamentos e confinamentos. E a tendência é que essa defasagem continue, uma vez que hoje nós temos um concorrente grande do cocho que são as usinas de etanol de milho que aumentaram em 52% as suas compras de milho para produzir etanol”, comenta.
Ele também enfatiza a importância da adoção de estratégias que ajudem a diminuir a dependência do cereal. “O que a gente orienta os produtores é que eles se preparem para esta nova realidade através de vedação dos pastos, de melhor adequação, melhora das suas pastagens para que ele possa não ficar tão dependente dos grãos. E também se utilizar aí de outros subprodutos, subprodutos do próprio milho para nutrição dos seus animais”, frisa.
O diretor técnico da Acrimat falou ainda sobre as perspectivas para o mercado do boi gordo no segundo semestre de 2020. Ele afirma que há elementos para acreditar em uma melhora das cotações, que apresentaram recuo expressivo desde o “início” da pandemia no Brasil. Segundo o Imea, ao comparar a 1ª quinzena de março (período antes da crise em Mato Grosso) e a última semana de maio, observa-se queda de 8,26% na arroba do macho e de 8,49% na arroba da fêmea.
“Os especialistas têm sinalizado para um mercado com preços melhores para o segundo semestre. A retomada gradativa das atividades econômicas ‘não essenciais’, como o comércio em Shoppings Centers e o retorno dos restaurantes, por exemplo, tende a aquecer a economia interna. Nas exportações, temos mais de 60 mercados abrindo as portas para a carne brasileira. Então, imaginamos que teremos um cenário de arroba bem mais interessante para o segundo semestre”, explica.
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