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Quinta Feira, 25 de Abril de 2024

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EFEITO CORONAVÍRUS: Clubes sem divisão nacional temem falência por crise da Covid-19

Times desmancham elencos, demitem funcionários e cobram socorro da CBF

07 de Maio de 2020 as 12h 00min

Foto: Divulgação

DA REPORTAGEM

 

Para disputar a segunda divisão do Paraná, empresários do ramo imobiliário decidiram investir quase R$ 1 milhão nos últimos anos com o objetivo de levar o Rolândia Esporte Clube (REC) à elite do futebol estadual. Administrado como clube-empresa, o time do norte paranaense agora contabiliza a fatura de prejuízos em meio à crise do novo coronavírus, que paralisou campeonatos pelo país e impediu a estreia da equipe na competição local, programada para o início de abril. “Infelizmente, dispensamos todos os atletas e funcionários”, conta Hebert Issao, gestor financeiro do clube. “Não tivemos outra alternativa”.

Com uma folha salarial de R$ 85 mil, a instituição, após a dispensa do elenco e cortes até na segurança noturna, ainda tem um custo mensal de R$ 17 mil para manutenção da sede e do centro de treinamento, que estão fechados.

Ao contrário do rival Nacional, clube mais tradicional de Rolândia, que além da série B do Paranaense também disputa a Série D do Campeonato Brasileiro, o REC não recebeu o socorro financeiro destinado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) aos participantes da terceira e quarta divisões. Como não integra nenhuma competição nacional, o clube-empresa ficou sem o auxílio emergencial de 120.000 reais da confederação. “Solicitamos ajuda da Federação Paranaense, que entrou em recesso por 60 dias e não se manifestou. A pandemia pode inviabilizar completamente o projeto do clube”, afirma Issao.

Além dos times de pequeno porte, a crise desencadeada pela suspensão dos campeonatos afeta grandes clubes endividados, que já enfrentavam limitações financeiras muito antes da parada, e inclusive potências como Flamengo e Palmeiras. Os mais ricos do país anunciaram cortes salariais. No rubro-negro carioca, mais de 60 funcionários foram demitidos. Até mesmo o presidente Jair Bolsonaro, em seu esforço para revogar a quarentena do setor comercial, se diz preocupado com os reflexos da pandemia no futebol.

“O Flamengo, se não me engano, tem [gasto mensal] próximo a 15 milhões. Palmeiras também. Como vai se pagar sem que se gere imagem? Tem time aí que praticamente vai decretar falência. Times de segunda divisão, que estão disputando as divisões dos seus respectivos Estados, com toda certeza”, declarou o presidente durante uma live transmitida pelo Facebook.

Porém, a volta das competições esportivas esbarra nas medidas restritivas decretadas por governadores. O do Rio de Janeiro, por exemplo, já rejeitou pedido de clubes cariocas para retomar o Estadual no início de maio. “Sou absolutamente contrário à realização de jogos de futebol ou treinos”, afirmou Wilson Witzel. “A pandemia ainda é grave e considero que, neste momento, não é adequado para a saúde e a segurança dos atletas ou de todos aqueles envolvidos nos jogos e treinamentos”.

O risco de falência ou interrupção definitiva das atividades assombra principalmente os clubes à margem das divisões nacionais, não contemplados pelo pacote financeiro da CBF. Com mais de 100 anos de história, o Democrata de Sete Lagoas publicou um manifesto cobrando amparo aos “clubes invisíveis” por parte das federações.

“Nosso fôlego acabou. O desequilíbrio financeiro gerado nas últimas décadas chegou ao seu limite. Estamos pedindo socorro. Não só com um apoio financeiro imediato, o que seria um antitérmico, mas com uma reestruturação do futebol que nos devolva a dignidade”, protestou o clube mineiro em carta aberta assinada pelo presidente Renato Paiva. No ano passado, a equipe teve sua sede leiloada pela Justiça para o pagamento de dívidas acumuladas.

Apesar do apelo, seguem à espera de ajuda não somente o Democrata, mas outros participantes da segunda divisão do Campeonato Mineiro, como Betim e Mamoré, que dispensaram todos os jogadores por falta de recursos em meio à pandemia.

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