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Mato Grosso, 18 de Abril de 2024

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Eliminação acende alerta para um futuro pós “geração Marta”

Veteranas mostram preocupação com a continuidade e pedem trabalho a longo prazo

25 de Junho de 2019 as 00h 00min

DA REPORTAGEM

 

Os 120 minutos tensos de Le Havre surpreenderam as francesas. Favoritas, em casa, elas esperavam uma partida mais controlada. Mas o que se viu em campo foi talvez um dos melhores jogos da Copa do Mundo. O Brasil soube se colocar bem diante de um rival forte e superou algumas de suas fragilidades.

Na ótica das jogadoras, a Seleção levou ao campo “garra, vontade e coragem”. Mas acabou perdendo por 2 a 1, no segundo tempo da prorrogação. Ficou evidente que, no futebol atual, a vontade em campo ajuda e muito. Porém, para se obter o resultado efetivo e de longo prazo precisa mais do que isso.

Após a eliminação, o Brasil ouviu um apelo de Marta para a nova geração, pedindo mais profissionalismo das jogadoras mais novas. Houve também clamor de outras atletas por um olhar mais atento com a base e o desenvolvimento dos clubes no Brasil. É um momento-chave na continuidade da modalidade. “Não vai ter uma Formiga para sempre, uma Marta, uma Cristiane. O futebol feminino depende de vocês para sobreviver. Pensem nisso, valorizem mais. Chorem no começo para sorrir no fim”, desabafou Marta após a eliminação para a França.

Formiga e Cristiane não jogarão outra Copa. Marta ainda não sabe se ficará para mais um ciclo. Há 12 anos, a Seleção era vice-campeã no Mundial de 2007. Marta e a geração mais vitoriosa do futebol feminino do país subiam ao pódio com uma faixa pedindo apoio. A sensação que fica nesta Copa do Mundo é que, apesar de tudo que a geração delas fez, o Brasil demorou para se mexer e desperdiçou a oportunidade de fazer bem mais. Sobretudo no desenvolvimento dos talentos que tem espalhados e talvez perdidos pelo país.

“É óbvio que a gente perdeu muito tempo para fazer. Com aquela geração que a gente teve, de 2004 até 2008, era o momento ideal para começar a lapidar outros talentos. Continuar a crescer o futebol feminino. Aquela geração passou. Era um time brilhante. Infelizmente, a gente perdeu o momento de aproveitar aquela grande equipe para dar o apoio necessário. Começar de logo cedo”, disse Marta.

 

E AGORA?

Algoz nas oitavas, a França talvez seja um bom exemplo de trabalho a longo prazo - como Inglaterra e até a Espanha. Seleções que tinham menos tradição que o Brasil no futebol feminino, mas que trabalharam duro na última década no fomento da base e dos torneios nacionais. Não por acaso a base do Lyon, hexacampeão da Europa, está na seleção anfitriã do Mundial.

“O trabalho não vai fazer efeito em meses. São coisas que acontecem em anos e anos. Se a França hoje está no momento dela, é porque essas meninas jogam juntas há 300 anos. Inclusive, é a base do Lyon. Enfim, é um trabalho contínuo. Não dá para fazer em curto prazo”, analisou Marta.

Marta, Cristiane e Formiga (em sua sétima Copa!) não são eternas e não iam ficar para sempre na Seleção. Como Pretinha, Daniela Alves, Roseli e tantas outras também tiveram que se despedir. O desabafo de Marta foi direcionado às jogadoras mais novas, pedindo profissionalismo. Deu a entender que as jovens atletas precisam valorizar mais o caminho construído por sua geração.

 

E A CBF?

No discurso das atletas pós-jogo, a entidade que rege o futebol brasileira foi poupada de críticas. Por mais que atualmente se tenha uma estrutura profissional e um tratamento correto às atletas, esse processo foi, de fato, considerado tardio, com percalços e decisões equivocadas pelo caminho

Só recentemente se tornou obrigatório aos clubes a formação de times de futebol feminino. Não por acaso as atletas brasileiras estão espalhadas jogando em ligas de diversos países, o que atrapalhou muito o processo de preparação da Copa. O Brasil também demorou muito para organizar campeonatos de base para a busca de talentos - apenas este ano terá um torneio sub-20 local.

A imensa maioria das atletas que hoje representam a seleção brasileira sequer tiveram formação em categorias base. Iniciaram suas trajetórias jogando nas ruas, nos campos de grama sintética e até nas areias das praias do país.

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