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Mandados de busca e apreensão na sede do Cruzeiro, Toca e casa de dirigentes
Presidente, de futebol e diretor-geral foram alguns dos alvos da operação
10 de Julho de 2019 as 00h 00min
DA REPORTAGEM
A Polícia Civil cumpriu, na manhã desta terça-feira (9), mandados de busca e apreensão na sede do Cruzeiro, no Barro Preto, e nos centros de treinamentos dos profissionais e das categorias de base: Toca da Raposa e Toquinha. Há também cumprimento de mandado nas residências do presidente Wagner Pires de Sá, de Itair Machado, vice-presidente de futebol, e Sérgio Nonato, diretor-geral do Cruzeiro.
A operação foi denominada de "Primeiro Tempo" e foi realizada pela Divisão Especializada de Investigação a Fraudes da Polícia Civil. Segundo a corporação, a operação está em fase inicial. A operação corre em segredo de Justiça. Após realizar as ações durante o dia, a Polícia Civil emitirá um comunicado. Ela é um desmembramento das investigações iniciadas pela corporação e reveladas pelo Fantástico no fim do mês de maio.
Na casa de Itair Machado, cinco membros da Polícia Civil estiveram no local por volta das 7h. Eles deixaram a residência do vice-presidente de futebol pouco tempo depois.
Foram deslocadas, também, viaturas para as residências de Wagner Pires de Sá, no bairro Luxemburgo, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, e em um dos endereços de Sérgio Nonato dos Reis, no bairro Carlos Prates, região Noroeste.
A residência do empresário Cristiano Richard dos Santos Machado, com quem o Cruzeiro firmou contrato cedendo direitos econômicos como forma de pagamento a um empréstimo de R$ 2 milhões realizado, também foi alvo de busca da Polícia Civil. Duas viaturas e agentes estiveram no condomínio do empresário no início da manhã.
Por volta das 10h, a Polícia Civil, que estava na sede administrativa do Cruzeiro, atravessou a Rua dos Timbiras, na região Centro-Sul da capital mineira, e esteve também na sede da torcida organizada Máfia Azul, recolhendo documentos.
Por meio de nota oficial, o Cruzeiro disse que apoia as apurações da Polícia Civil e informou que entregou toda a documentação solicitada pela Operação Primeiro Tempo. O clube lamentou, entretanto, que "este fato esteja acontecendo exatamente às vésperas de uma decisão importante na Copa do Brasil" diante do rival Atlético-MG, na próxima quinta, no Mineirão.
O atual bicampeão da Copa do Brasil é investigado por suspeita de operações irregulares. A dívida do clube chega a R$ 500 milhões. Em maio, a TV Globo teve acesso a documentos internos do clube que revelam transações irregulares e uso de empresas de fachada para ocultar crimes.
No fim de 2018, a Polícia Civil abriu inquérito para apurar irregularidades no clube. O inquérito se baseia em um balancete contábil analítico, que demonstra pagamentos feitos pelo Cruzeiro no decorrer do ano passado, ao qual o Fantástico também teve acesso. A reportagem foi além e conseguiu quase 200 páginas de contratos e planilhas de controle interno. Há evidências de que a diretoria cruzeirense quebrou regras da Fifa e da CBF, no âmbito do futebol, e do governo federal, por meio do Profut (programa de renegociação de dívidas fiscais com clubes).
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