PALMEIRAS: Apoio psicológico e até festa virtual de aniversário a garotos

Ramiro João Paulo ganhou compras e bolo de aniversário de psicóloga do Palmeiras

06 de Maio de 2020 as 06h 30min

DA REPORTAGEM

Há menos de dois meses em São Paulo, o angolano Ramiro João Paulo teve pouco tempo para curtir o sonho de chegar ao futebol brasileiro. Sua rotina de quarentena se resume ao isolamento em um flat bancado pelo Palmeiras, de onde ele tem driblado a saudade da família graças à tecnologia.

Reforço recém-contratado para o time sub-20, o lateral-esquerdo deixou o quarto e desceu ao saguão do prédio (que tem vista para a sede social do clube e a arena onde jogam os profissionais) apenas para correr ou receber visitas. Como a do técnico Wesley Carvalho.

Mas a mais marcante foi a de Gisele Silva, uma das psicólogas que o Palmeiras coloca à disposição dos atletas. Das mãos dela, Ramiro ganhou sacolas de compras de um supermercado e o seu primeiro bolo de aniversário na vida – naquele 20 de abril, duas semanas atrás, ele completava 19 anos de idade. “Ele disse que nunca tinha tido um bolo de aniversário. Fizemos uma festa por videoconferência”, conta o coordenador das divisões de base, João Paulo Sampaio.

Além de não mexer nos salários das categorias mais velhas e de aumentar a ajuda de custo a famílias de atletas que não possuem contrato profissional, o Palmeiras tem feito acompanhamento psicológico e médico a distância.

Por semana, o núcleo psicossocial do clube – composto por assistentes sociais, psicólogos e uma pedagoga – faz em média de 30 a 40 atendimentos online de garotos nascidos entre os anos 2000 e 2006. A partir disso, os profissionais identificam como está sendo o período de confinamento familiar, analisam as emoções relatadas, fazem sugestões aos pais e indicam atividades.