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Mato Grosso, 28 de Março de 2024

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RITMO LENTO: Atraso no plantio pode provocar redução maior na área de algodão

Janela ideal para cultivo terminou em janeiro. Quase 70% das lavouras ainda não foram semeadas

04 de Fevereiro de 2021 as 06h 00min

Atual ritmo da semeadura é o mais lento dos últimos 5 anos – Foto: Divulgação

DA REPORTAGEM

 

Praticamente 9 em cada 10 hectares cultivados com algodão em Mato Grosso, são semeados na segunda safra. Ou seja, enquanto a soja permanece no campo, o plantio da pluma não deslancha. O atual ritmo da semeadura é o mais lento dos últimos cinco anos. Até agora, os agricultores conseguiram plantar pouco mais de 31% das lavouras. Bem menos que a média histórica para o período, que é 68%, é que os 83% que já estavam cultivados nesta mesma época do ano passado.

O problema é que a janela considerada ideal para o plantio do algodão no estado terminou em janeiro, colocando um ponto de interrogação no desempenho das áreas que forem semeadas daqui pra frente. É o explica o agricultor Paulo Sérgio Aguiar, que preside a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (AMPA).

“Nós vamos entrar com a segunda safra no mês de fevereiro o plantio e com isso nós vamos precisar de mais período de chuva no final da cultura. Isso vai impactar que, se no mês de abril e maio tiver pouco volume de chuva, nós podemos ter a produtividade afetada. Em maio já se encerram as chuvas, são poucas as chuvas que tem. E em abril também há uma diminuição nas chuvas. Então há um risco grande de você ter um stress hídrico da planta. Nós estamos contando muito aí com a sorte, isso é jogar na loteria”, comenta.

E este risco pode alterar as projeções para a safra. Por enquanto, a estimativa é de que as lavouras ocupem pouco mais de 1,012 milhão de hectares no estado, quase 11% (-10,6%) a menos que no último ciclo. Mas a Ampa não descarta a possibilidade de que este terreno fique menor.

“Há uma possibilidade sim, principalmente entre as pessoas que não tiveram ainda um investimento muito alto, que não compraram sementes. Esses produtores podem olhar e optar pelo milho que é um pouco mais seguro. Só vamos conseguir ter uma visão melhor assim que for semeada toda a cultura, ou seja, mais 15-20 dias nós já teremos uma perspectiva do que realmente foi realizado e nós poderemos ter uma colocação. Tenho certeza de que vai diminuir um pouco mais, acho que vamos chegar a uns 15% de redução de área em relação ao ano passado e com certeza nós vamos ter uma redução de produção, espero que não muito alta, mas realmente vai afetar sim essa questão das chuvas no final”, estima Aguiar.

Se no campo o momento é de apreensão, no mercado o sentimento é de esperança. Depois das turbulências do ano passado, especialmente no primeiro semestre, as cotações reagiram… e as oportunidades de fechar bons negócios, voltaram a aparecer.

“O mercado está nos surpreendendo. A visão nossa antes de começar a safra é que seriam preços bem deprimidos. Contudo, eles deram uma recuperação muito boa, chegando a patamares da safra passada. Os preços não estão ruins. Estão bons. Meu posicionamento para os produtores é que aproveitem esses preços que nós temos aí, acima de 0,80 centavos de Dólar a libra-peso em Nova Iorque”.

Segundo ele, o ideal é aproveitar esses preços e fazer contratos futuros, porque a incerteza é muito grande ainda com relação aos efeitos da pandemia, da recuperação do mercado. “Acreditamos que o mercado vá se recuperar, a vacina está aí – mas essa recuperação vai ser muito lenta. Então, eu acho que não podemos correr riscos de deixar para fechar no futuro. Temos que começar a fazer as realizações da safra que nós estamos tendo”, conclui o presidente da Ampa.

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