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SEGUNDO ORGANIZAÇÃO: Indígena viajou 500 km com bebê morto no ventre para ser atendida

A informação foi repassada pela Operação Amazônia Ativa

28 de Agosto de 2020 as 08h 00min

Indígenas em situação de abandono diante da pandemia – Foto: Ilustração

DA REPORTAGEM

 

Diversas lideranças têm denunciado a situação de abandono sofrida pelos indígenas em Mato Grosso em relação aos casos de Covid-19. Além disso, no entanto, há ainda a denúncia de discriminação. Um dos casos seria o da xavante Liliane, 26 anos, que perdeu o bebê no último dia 4 de agosto.

Segundo a Operação Amazônia Ativa (Opan), a mulher teria “como um possível vetor de transmissão do novo coronavírus e não como uma gestante”, e, após perder o bebê, teve que viajar 500 km em estrada de terra com o filho morto no ventre, sob a alegação de que “não havia profissional para fazer a cesariana”. A cirurgia aconteceu somente 72 horas após o óbito.

“O mesmo vírus que serve de aval para que o governo drible leis internacionalmente consolidadas amplia o olhar discriminatório contra os indígenas. Em Mato Grosso, há casos em que unidades de saúde pública restringem o acesso dos Xavante de Marãiwatsédé aos serviços com a alegação de que os povos não têm controle sobre a disseminação do corononavírus em suas aldeias”, explica a Opan.

No caso de Liliane, ela estava grávida de 38 semanas, e queria dar à luz na aldeia. No entanto, teve problemas e precisou ser atendida na rede hospitalar. “Liliane sentia as movimentações do filho em seu ventre quando chegou ao Hospital Regional João Abreu Luz, em São Félix do Araguaia”, garante a Operação.

Ainda segundo a Opan, a mulher foi tratada de forma discriminatória, como “um possível vetor de transmissão do novo coronavírus”, e por isso não teria sido atendida a tempo, e perdido o bebê.

Depois disso, ela ainda teve que viajar até Água Boa para a retirada do bebê. “O hospital que a atendeu não fez a cesárea que deveria retirar o natimorto alegando que o único cirurgião disponível tinha mais de 60 anos e não poderia realizar o procedimento para não ter contato com a indígena contaminada com a Covid-19”, lamentam.

Liliane viajou os 500 quilômetros em estrada de terra, e a retirada do bebê só aconteceu 72 horas após a morte, já no Hospital de Água Boa. "É preciso trabalho conjunto. O planejamento de uma comunicação mais ampla garantiria o sucesso de muitas ações e combateria discriminações. O desafio está lançado para todos que podem colaborar no enfrentamento dessa pandemia", afirma o coordenador-geral da Operação Amazônia Nativa (OPAN), Ivar Busatto.

 

OUTRO LADO

O Hospital Municipal Prefeito João Abreu Luz nega que tenha havido discriminação, e tem divergências também sobre o tempo da gravidez e sobre as datas dos procedimentos.

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