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Mato Grosso, 23 de Abril de 2024

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SINOP: Transparência na gestão pública

Em entrevista ao DEMT, Roberto Dorner traça os principais objetivos e metas com prefeito

19 de Janeiro de 2021 as 07h 00min

​​​​​​​Dorner quer cumprir promessas e dar celeridade a projetos – Foto: Ademir Jr.

JOSÉ ROBERTO GONÇALVES /  jrgsinop@hotmail.com

 

Acostumado à vida empresarial, Roberto Dorner (Republicanos) agora é um gestor público. Eleito prefeito de Sinop com 32.114 votos válidos (49,11%), está encarando a Administração Pública, nesses primeiros 19 dias, como um desafio ao momento instável que a economia brasileira enfrenta, em meio a uma pandemia sem precedentes.

Catarinense de Bom Retiro, Dorner nasceu em 6 de abril de 1948 e é um dos pioneiros de Sinop, tido hoje como uma das mais importantes cidades médias do país – 142 mil habitantes e 97 mil eleitores aproximadamente.

Roberto Dorner se tornou empresário do ramo de balsas que fazem travessias em diversos rios da Bacia Amazônica. Expandiu seus negócios para fazendas e telecomunicações: é dono da TV Rondon, empresa que administra canais afiliados do SBT em Mato Grosso. Como suplente de deputado federal, ocupou a cadeira de Pedro Henry (PP-MT) na Câmara de 2011 a 2015.

Ao Diário do Estado MT, Dorner concedeu uma entrevista exclusiva, claro, com seu inseparável chapéu bege à cabeça. A promessa é de um governo transparente, empenhado em cumprir as propostas de campanha e trabalhando para trazer recursos estaduais e federais para investimento em diversas áreas.

 

DIÁRIO DO ESTADO – O que o senhor sente nesses primeiros dias de mandato?

ROBERTO DORNER – Ainda estranho um pouco essa nova função, mas estamos nos adaptando. Uma empresa privada, como as que eu administro, ‘toco’ de um jeito, mas no setor público é diferente. Algumas coisas estão em desacordo com o que desejamos, daí é necessário fazer correções. Para dar certo, tem que alinhar tudo, de forma bem organizada. Na visão do empresário, a administração pública é totalmente diferente. Estamos fazendo quase que diariamente reuniões com os secretários, principalmente, e estamos dialogando muito. Ficaram algumas coisas pendentes [da gestão anterior], é necessário reparcelar, tudo dentro da lei, não tem como fugir. Eu, enquanto gestor, acabo ficando um pouco amarrado por querer dar celeridade em alguns processos que, no setor público, andam mais devagar.

 

DE – E a satisfação em ser prefeito?

RD – Eu me propus, não reclamo, eu quis ser, sabia que teria pressão e problemas para resolver. Eu abri mão do salário e prestarei contas à sociedade sobre a destinação desse recurso. As entidades assistenciais serão beneficiadas.

 

DE – Buscará implantar um modo de governo semelhante ao privado?

RD - Na verdade, a Prefeitura nada mais é do que uma empresa, que precisa ser administrada corretamente, porém, é pública, que trabalha com o dinheiro disponível por meio dos impostos. Existem regras, prazos e leis a serem cumpridos. Se pudesse fazer [os trâmites] andar rápido, seria ótimo. Para dar andamento a processos ou licitações, precisa-se cumprir detalhes e prazos.

 

DE – Já está havendo um ordenamento – cronograma – de atividades a serem desenvolvidas?

RD – Por enquanto, estamos readmitindo funcionários que estavam trabalhando em outros setores. Cada secretário está trazendo para trabalhar consigo conforme a capacitação do colaborador. Tudo está sendo feito com calma e ordem, para não haver transtornos como os que eu observei nos últimos meses.

 

DE – Quais critérios o senhor utilizou para definição dos secretários?

RD – Eu e o vice-prefeito (Dalton Martini) tivemos, desde novembro [logo após a definição das eleições] e mantemos até hoje, conversas sobre quais seriam os secretários. Buscamos pessoas não tivessem vínculos políticos. Buscamos um quadro técnico para que a Prefeitura de Sinop siga caminhando. Escolhemos e definimos pela capacidade, sem levar em consideração perfil político. Para o nosso governo, temos apenas pessoas escolhidas para funções específicas. Agora, não estamos mais falando de politicagem. O período eleitoral passou, vamos buscar fazer um trabalho em equipe para ajudar Sinop. Precisamos trabalhar para cumprir com as promessas de campanha, para que a cidade possa se desenvolver em áreas como saúde, educação, segurança e infraestrutura. De que forma? Buscando recursos externos (governos Estadual e Federal) e estipulando prazos às equipes de trabalho.

 

DE – Como o senhor compara o período anterior a concorrer como prefeito, o período de campanha e agora, após assumir a função?

RD – Nós prometemos um plano de governo, está tudo em pé, queremos cumpri-lo. Ninguém quer ‘fugir da raia’ (sic), e nem vamos correr. Temos quatro anos para isso.

 

DE – Vai começar por onde?

RD – Temos várias ações planejadas. Eu preferia poder começar pela saúde, porém, dependemos do fluxo de caixa. Às vezes, as verbas disponíveis estão encaminhadas para uma área específica, não podendo ser transferida para outra. Temos várias frentes de trabalho, mas tudo vai depender do que o recurso existente permitir.

 

DE – Em termos de condições de trabalho, herança das gestões anteriores, o que precisa mudar?

RD – Olha, eu diria que nos tempos passados, a política do ‘toma-lá-dá-cá’ não funciona mais no Brasil. Vamos tentar mudar isso daqui, pelo menos nos próximos dois anos, com secretários que vão caindo no gosto popular, vão se tornando conhecidos por suas ações efetivas. Para algumas pastas, pedimos que as próprios entidades de classe indicassem um representante. Em conjunto, governo e entidades, definimos os escolhidos. Se precisar mudar alguma coisa, também será feito em conjunto. Essas pessoas [secretários] não estão vendo pelo salário, estão vindo para ajudar a cidade. Muitos recebem mais se continuassem trabalhando em outros setores. É importante levar em consideração que esses profissionais estão se dispondo a ajudar Sinop. Por isso vimos nos últimos anos algumas pessoas sem preparo entrando por não ter capacidade técnica de desenvolver um bom trabalho.

 

DE – O que o senhor pretende mudar em termos de governabilidade e gestão de pessoas?

RD – Tem que haver comunicação entre os secretários, eles precisam se ajudar. Todos são novos e precisam de ajuda. É necessário que nós façamos uma boa interação para fluir o trabalho.

 

DE – Como o senhor pensa em desenvolver uma articulação política em Cuiabá e Brasília, indo diretamente aos ministérios? Tem algum planejamento?

RD – Antes mesmo de assumir eu já estive em Brasília, conversei com o (senador) Wellington Fagundes (PL). Estivemos também pontuando em alguns ministérios, observando recursos que podem vir para Sinop. Pegamos um período de fim de ano, no qual há sobras monetárias de projetos não executados, e que poderiam ser revertidos para o município. Uma coisa deu certo: a renovação na Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) do aluguel, a custo zero, do pátio da (secretaria de) Obras. Conseguimos a renovação de dois anos, senão não teríamos onde armazenar as máquinas da Prefeitura. Foi-nos prometidos recursos para a Educação. Voltarei à Brasília em fevereiro e assim farei com frequência para trazer recursos para cá.

 

DE – A economia sinopense foi atingida pela pandemia?

RD – Eu acredito que não, até porque o preço da soja valorizou em 2020. O milho também teve isso. Vieram recursos federais destinados para diversas áreas. A prefeita (Rosana Martinelli) foi feliz em manter o comércio aberto, claro, com todas as restrições e cuidados sanitários exigidos para o período. Estamos com fiscalização na rua orientando os comerciantes para manter o álcool em gel ou 70% à disposição, cobrar o uso de máscaras dos clientes, distanciamento e caso tais normas não sejam cumpridas, será feita a aplicação de multa. Do contrário, seremos obrigados a tomar medidas impopulares, como o fechamento total ou toque de recolher, coisa que não queremos. A população precisa colaborar. Mesmo com a chegada da vacina, ainda precisaremos conviver com essa doença.

 

DE – Dentro da área da educação, o que pode ser feito?

RD – Infelizmente, muitas ações vêm ‘de cima para baixo’, vai depender muito das ordens determinadas pelo Governo do Estado. Em âmbito municipal, estamos estudando a contratação de professores para suprir a demanda. Caso as aulas presenciais sejam liberadas, vamos ficar atentos para tomar ações conscientes.

 

DE – O que o senhor deixa de recado ao cidadão?

RD – Ele tem que avaliar diariamente nosso trabalho. Ele vai conhecendo o Roberto Dorner, moro em Sinop há 41 anos, meu jeito de falar é esse, e eu vou continuar trabalhando. Vou fazer o melhor, tudo com transparência. O cidadão tem que colaborar, podendo reportar diretamente para mim, até casos de corrupção. Nós não vamos admitir corrupção, não queremos saber disso. Com esse intuito, queremos que o cidadão se sinta confortável. O governo precisa ter credibilidade, honrando com suas contas.

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