Olá! Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies.

Sexta Feira, 26 de Abril de 2024

Noticias

SUA OPINIÃO? Horário de verão ainda valeria a pena? Especialistas respondem

É a primeira vez em 34 anos que não teremos que adiantar o relógio durante a estação mais quente

23 de Outubro de 2019 as 07h 30min

Horário de verão tem gerado discussões no setor de energia desde 2017 – Foto: Pixabay

DA REPORTAGEM

Pela primeira vez em 34 anos, não teremos horário de verão. O decreto que instituiu a medida (e que seguíamos até o ano passado) entrou em vigor em 1985 e estabelecia a medida para moradores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Mas, em abril de 2019, o presidente Jair Bolsonaro aprovou o fim da política.

A primeira vez que o Brasil adotou o horário de verão foi em 1931, no governo de Getúlio Vargas. A justificativa era a mesma que se mantinha até pouco tempo atrás: a alteração economizaria energia. Mas isso ainda era verdade? Consultamos especialistas para entender.

 

O GOVERNO

O Ministério de Minas e Energia disse que a política do horário de verão "deixou de produzir os resultados para os quais foi formulada, perdendo sua razão de ser aplicada sob o ponto de vista do setor elétrico". A pasta afirma que realizou vários estudos para recomendar a suspensão da medida. Em uma pesquisa que analisou a performance do horário de verão entre os anos de 2018 e 2019, foram considerados os 30 dias anteriores e posteriores ao início do horário especial, que ocorreu no dia 4 de novembro de 2018.

Os resultados mostraram que o consumo energético aumentou ligeiramente (0,7%) nesse período. O ministério atribui o crescimento a mudanças nos hábitos de consumo energético da população.

A base da pesquisa foram dados históricos de carga de energia elétrica do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), além de informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre a temperatura nas principais regiões metropolitanas brasileiras.

 

OS ESPECIALISTAS

Segundo Ivo Dorileo, presidente da Sociedade Brasileira de Planejamento Energético (SBPE), o horário de verão já foi muito benéfico para o sistema elétrico brasileiro. “Em um passado recente, ele apresentou bons resultados e conseguiu uma economia relativamente boa em termos de consumo de energia elétrica”, afirma.

De acordo com o Ministério de Minas e Energia, entre 2010 e 2014, os dias mais longos permitiram uma economia de R$ 835 milhões nas contas de luz - uma média de R$ 208 milhões durante o horário de verão de cada um desses anos. A última vez que a economia de energia bateu recorde graças à mudança anual no relógio foi em 2013, com R$ 405 milhões poupados. Mas isso caiu para R$ 147,5 milhões em 2016. De lá para cá, diminuiu ainda mais. Daí porque o setor elétrico passou a questionar a prática.

Mas, o que explica as sucessivas quedas? Segundo Dorileo, não consumimos mais energia do mesmo jeito nos meses mais quentes - como apontam as investigações do Ministério de Minas e Energia. O especialista explica que a alteração aconteceu no horário de ponta, que é quando ocorre um pico na demanda por energia elétrica: nos últimos anos, ele se concentra na parte da tarde (a partir das 14h), e não mais no fim do dia, entre 18h e 21h.

O motivo seria o maior número de aparelhos de ar-condicionado em operação. “Antes o chuveiro era o que demandava mais energia elétrica no horário de pico, quando as pessoas chegavam em casa”, afirma o presidente da SBPE. “Mas mudaram-se os hábitos de consumo do cidadão comum, que também passou a usar mais aparelhos de ar-condicionado e refrigeração”.

Apesar de não haver mais tanta economia de energia, Dorileo explica que o horário de verão traz “benefícios claros” quando falamos da diminuição da demanda máxima da carga – isto é, a potência que a matriz energética precisa oferecer para produzir energia. “Há uma economia de 4% a 5% da demanda, segundo o Operador Nacional do Sistema”, aponta.

Veja Mais

Morar próximo de áreas verdes reduz o risco de ansiedade e depressão

Publicado em 26 de Abril de 2024 ás 14h 05min


Chega ao mercado novo dosador de semente graúda

Publicado em 26 de Abril de 2024 ás 13h 04min


Grupo Piccin aposta na inovação para otimizar eficiência

Publicado em 26 de Abril de 2024 ás 12h 03min


Jornal Online

Edição nº1281 25/04/2024