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Quinta Feira, 25 de Abril de 2024

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UNEMAT: Pesquisadores descobrem nova espécie de macaco na Amazônia

A descoberta foi recentemente publicada na revista internacional Primate Conservation

09 de Janeiro de 2020 as 14h 00min

Foto: Assessoria

Assessoria

Uma nova espécie de macaco foi descrita recentemente. Trata-se do Plecturocebus parecis, também conhecida regionalmente por zogue-zogue e apelidada pelos pesquisadores como zogue-zogue dos Parecis, numa referência a sua área de vida, pois ocorre em parte da Chapada dos Parecis, nos estados de Mato Grosso e Rondônia, ou zogue-zogue-de-barba-branca, pois é a única espécie que possui uma barba marcantemente esbranquiçada. 

A descoberta foi recentemente publicada na revista internacional Primate Conservation (http://www.primate-sg.org/primate-conservation-33/). O autor principal do artigo, Almério Câmara Gusmão, é aluno de doutorado da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), no programa em Rede em Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (Bionorte). Ele explica que a nova espécie foi descrita depois de grande esforço de um grupo de 15 pesquisadores de nove instituições. Sendo elas a Unemat, Universidade Federal de Rondônia, Universidade Federal do Para, Instituto Pró-Carnívoro, Universidade Federal do Acre, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Universidade Federal de Sergipe, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, e da Global Wildlife Conservation, Stony Brook University.

Com a descoberta da nova espécie os pesquisadores fizeram uma revisão da literatura cientifica histórica, em que um único breve relato sobre populações de zogue-zogue feita pelo naturalista Alipio de Miranda Ribeiro, da Comissão das linhas telegráficas de Rondon, publicado em seu livro em 1914.

Gusmão explica que na obra do naturalista existe um relato muito resumido de dois espécimes coletados na cabeceira do rio Ji-Paraná, que aparentemente se tratava do zogue-zogue dos Parecis. Segundo Miranda-Ribeiro (1914) aqueles espécimes foi provisoriamente identificado como Plecturocebus [Callicebus] cinerascens. “Durante um século esse macaquinho ficou esquecido, quando em 2011 foi reencontrado na natureza, entre os estados de Rondônia e Mato Grosso, município de Vilhena, RO”, afirma o doutorando da Unemat.

Ainda em 2011, pesquisas sobre o desmatamento na região do rio Comemoração resultou na coleta de quatro espécimes, que possibilitou análises minuciosas da anatomia e genética dos animais. Durante esse período de investigação, novos registros de P. parecis foram obtidos na região de Juína, Aripuanã, MT, e no Parque Nacional Juruena, adicionando-os ao estudo.

“Ao todo foram mais de 50 variáveis investigadas. Um pouco mais que àquelas utilizadas nas ultimas descrições de novas espécies de zogue-zogue. A partir dessas investigações foi possível aceitar a nossa hipótese de espécie nova e então descrevê-la cientificamente”, esclarece o pesquisador.

Durante o processo de observação, o padrão de cores da nova espécie foi o que chamou a atenção dos pesquisadores. Já que o zogue-zogue dos Parecis tem uma barba marcadamente branca, além das costas vermelhas, mãos e pés cinza-esbranquiçados e a ponta da cauda também cinza-esbranquiçada.

Após a descoberta e a descrição científica, a preocupação dos pesquisadores agora é em assegurar que o zogue-zogue dos Parecis seja incluído nas listas de espécies ameaçadas de extinção como quase ameaçada da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Isso porque o  P. parecis é encontrado em uma região de intenso desmatamento, conhecido como "Arco do Desmatamento da Amazônia brasileira".

Gusmão lembra que ainda existem muitas lacunas no conhecimento da nova espécie, pois é necessária uma melhor compreensão da distribuição geográfica e ecologia, por exemplo. Esses estudos já estão em andamento e estão sendo realizados dentro do grupo de pesquisadores que descreveram a nova espécie.  Mesmo assim, o pesquisador lembra que o fato da nova espécie ter sido descrita cientificamente é essencial. “É a partir da descrição da espécie que se garante a existência científica da espécie, permitindo, portanto, políticas de conservação possam ser realizadas especificamente para a espécie. Principalmente porque sua distribuição geográfica coincide com o Arco do Desmatamento da Amazônia”, finaliza.

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