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Terça Feira, 21 de Janeiro de 2025

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Agregador, Bicego pretendia levar a Câmara a todas as regiões de Sorriso

21 de Janeiro de 2025 as 05h 00min

Gerson Bicego nos tempos de vice-prefeito de Sorriso – Foto: Assessoria

Tarde de quinta-feira, 16 de janeiro de 2025. Por volta das 17h15, o jornalista Clemerson Mendes recebia da assessoria da Câmara Municipal de Sorriso, vis WhatsApp, 10 áudios com as respostas dadas pelo presidente da Casa, Gerson Bicego.

A redação do Diário do Estado MT havia tentado uma entrevista por telefone, mas agradeceu a atenção que o vereador dispensou ao responder gentilmente todos os 10 questionamentos feitos. É de praxe do veículo conversar com prefeitos e presidentes de Câmaras eleitos no pleito anterior sobre as expectativas para o novo mandato.

Naquela tarde, como se tratava do horário de fechamento do jornal, a entrevista ainda não seria publicada para o dia seguinte. Os jornalistas precisariam ouvir atentamente áudio por áudio para, então, produzir um texto específico sobre o que tinha dito o presidente da Câmara. O diretor de redação, José Roberto Gonçalves, pretendia publicar o conteúdo nesta quarta-feira (22). Quis o destino que tenha sido esta uma das últimas (se não a última) entrevistas concedidas por Gerson Bicego a um veículo de comunicação.

Na manhã seguinte, sexta, dia 17, soubemos que ele havia sofrido um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e seu quadro clínico se agravava ao longo do dia. Às 5h da manhã de sábado (18), Gerson Bicego não resistiu e faleceu, aos 54 anos, deixando prematuramente não apenas sua família, mas também uma cidade, que o aclamou como o vereador mais bem votado do pleito 2024, e pelos companheiros edis, que o escolheram como presidente deste biênio.

Gerson já havia passado pela Casa do Povo entre 2013 e 2016. Em seguida, se candidatou a vice-prefeito na chapa com Ari Lafin, permanecendo ao lado do prefeito pelos dois mandatos consecutivos (de 2017-20 e 2021-24). De volta à Câmara, presidiu o Legislativo por duas semanas, cuja primeira sessão ordinária foi realizada na última terça (14).

Nascido em Seara/SC, Gerson e familiares residiam há vários anos em Sorriso. Formado em história, foi professor na rede pública. Carismático, conciliador e agregador, multiplicava alegria, paz e humildade. O velório foi realizado no sábado, com sepultamento no domingo (19).

O desfecho dessa triste notícia pôs nossa redação a refletir: que fim dar ao material? Deixaremos de lado? Publicaremos? Decidimos pela segunda opção. Entendemos que valia a pena publicar. É a nossa homenagem e a nossa forma de eternizar o legado de Gerson Bicego, que marcou a história da educação e da política de Sorriso. Acompanhe a seguir as 10 respostas dadas por ele na íntegra, sem reduções.

1-Quais serão as prioridades da legislatura da Câmara de Sorriso para promover melhorias na qualidade devida da população?
Olha, nós estamos iniciando uma nova legislatura agora em 2025, com vereadores extremamente atuantes. Nós temos os mais diversos setores da sociedade representados nessa Câmara. Acredito que será uma Câmara com muito trabalho, com muito esforço, com muita dedicação, uma câmara que vem para fazer a diferença na vida do cidadão sorrisense.

2-Como será a relação da Câmara com a gestão do prefeito Alei Fernandes? O senhor acredita que haverá uma parceria harmoniosa ou maior independência para fiscalizar?
A Câmara Municipal do Sorriso vem determinada a fazer o seu trabalho, que entre eles está aí a função de fiscalizar. Com relação à parceria, com certeza todos os nobres vereadores estão no intuito de contribuir com a sociedade do Sorriso, fazer com que o município cresça cada vez mais. E, pelo observar, são vereadores de opiniões fortes, cada um deverá defender os interesses da sociedade que os elegeu. Então, o prefeito Alei poderá contar com os vereadores, mas cada um respeitando o seu ponto de vista, a sua opinião, haja visto que uma Câmara harmônica, eu costumo dizer, se nós estamos em 11 vereadores e os 11, penso, são iguais, dispensa 10. É necessário que cada um tenha a sua opinião, que as opiniões sejam respeitadas, e com certeza nós teremos em certos momentos e certos debates opiniões diferentes, e é necessário que o Legislativo entenda tudo isso.

3-Como o parlamento pretende intensificar a fiscalização das ações do Poder Executivo? Há mecanismos específicos que serão fortalecidos?
Com certeza, hoje nós temos, a serviço da população e dos parlamentares, o Portal da Transparência. Nós temos vereadores que deverão exercer em tempo integral a função do vereador, é bom que se diga isso, que a grande parte dos vereadores eleitos, talvez 100% vão se dedicar exclusivamente ao Poder Legislativo, visto que nós somos um município já que cresce a passos largos. Nós temos um efetivo muito grande e para os 11 vereadores que aqui estão, terão com certeza muito trabalho. Então, assim, um desejo, uma aproximação, além do virtual, da transparência, a presença física, dos vereadores junto aos secretários, e isso ficou muito bem demonstrado aí no início dessa nova legislatura.

4-O que o senhor considera mais urgente em termos de projetos de lei que podem atender as principais demandas da sociedade sorrisense?
Já recebemos do Poder Executivo, na sessão ordinária de ontem (15), alguns projetos relacionados à saúde, o médico residente, entre outras situações que com certeza vêm para melhorar ainda mais. Mas um grande projeto que nós já aprovamos, através da votação de 11 vereadores favoráveis, é com relação à habitação, que é uma marca que o nosso município precisa trabalhar fortemente. Nós temos um cenário que se necessita de mais de 15 mil habitações para que a gente possa atender a nossa população. Crescer a 20% ao ano é bom, porém é necessário que a gente dê as condições ideais para as famílias que, como nós, em busca do seu sonho aqui no município de Sorriso, sejam atendidas.

5-Há planos para aproximar ainda mais a Câmara da população, incentivando a participação popular nas decisões do Legislativo?
Com certeza, hoje o município de Sorriso exige muito, e os seus vereadores estão muito bem representados. Nós estaremos abrindo a Câmara nos próximos dias, onde é de praxe a população buscar as informações, dar as contribuições e opinar junto ao Poder Legislativo. E com o primeiro debate que nós tivemos com os vereadores, pretendemos aprofundar ainda mais a nossa presença junto aos bairros da nossa cidade. Temos uma Câmara na zona leste, nós estamos num estudo de, talvez, abrirmos a possibilidade aos moradores da região oeste e da região sul do nosso município, que são regiões extremamente grandes. Nós analisar uma população de 130 mil habitantes no nosso município, não dá para o veador ficar aqui dentro do seu gabinete esperando que a população venha até essa parte central do município. Então, pretendemos avançar nos bairros, e também com as nossas sessões itinerantes para que a gente possa estar muito mais próximo da nossa população.

6-Como sua experiência como vice-prefeito até o final do ano passado influenciará a sua atuação agora como presidente da Câmara?
Olha, eu vejo como algo bastante positivo, e é bom lembrar a sociedade que a minha experiência vai além de 8 anos de vice-prefeito. Eu já estive nessa Casa de Lei por 4 anos como vereador. Então, tudo isso me dá uma vantagem muito grande, uma visão muito mais clara. Se eu analisar o que eu pensava há 12 anos, quando eu entrei na vida política, a maneira que eu via a construção, e hoje, 12 anos depois, tendo participado do Executivo e do Legislativo, me dá uma visão muito mais clara da minha responsabilidade, do meu trabalho, da minha contribuição com relação ao município de Sorriso. Então eu vejo a minha passagem no Poder Legislativo e os 8 anos no Poder Executivo como extremamente positivas para que eu possa prestar um bom trabalho à cidade.

7-O senhor acredita que a Câmara conseguirá manter um equilíbrio entre apoiar iniciativas do Executivo e agir como órgão fiscalizador?
Depende. São opiniões diversas, depende do projeto, do assunto. Como eu falei, na posição de presidente da Câmara, vou respeitar a opinião dos demais vereadores, vou procurar não interferir. Cada um aqui a livre para expressar sua opinião, defender o que acha que é correto para o município, e a gente tem conversado muito com relação a isso. Então, caberá um posicionamento em relação aos projetos que vierem para cá. Nós precisaremos analisar. Com certeza, haverão embates fortes, haja vista da opinião, os posicionamentos, a qualificação de cada vereador, sempre visando os interesses da sociedade de Sorriso.

8-Quais serão os maiores desafios para liderar o Legislativo de Sorriso nesse momento de transformação e crescimento da cidade?
Eu acredito que os desafios são os mesmos de uma cidade que cresce a 20%. Esse crescimento exige muito de nós, exige uma dedicação em tempo integral. Às vezes, as pessoas acham que a função do vereador é à Câmara Municipal, e ao sair daqui ela está comprida. Não, Sorriso exige muito. A presença física do vereador é muito importante, e não é diferente quando a gente sabe da atuação que nós temos que ter nas diversas áreas. Não cabe somente ao Poder Executivo, é necessário que a gente faça a construção, que a gente abra os caminhos, que a gente busque recursos junto ao Estado, junto à União, visto que Sorriso é um dos municípios que mais contribuem economicamente no estado de Mato Grosso. Nós somos a terceira economia e, por muitas vezes, o retorno do que é nosso por direito não nos é dado. Então, cabe a nós buscarmos e contribuirmos para que a gente possa acompanhar esse crescimento que nós temos em nosso município.

9-Quais áreas como saúde, educação ou segurança o senhor acredita que necessitem de maior atenção legislativa nesse início de mandato?
Com certeza são elas extremamente importantes em nosso município. Falávamos há pouco da necessidade de investimento, principalmente na área da habitação, para que a gente possa receber as pessoas que vêm para cá com o seu sonho, com a vontade de fazer a diferença. Existe um grande gargalo que, embora nós temos trabalhado muito ao lado do ex-prefeito Ari nos últimos 8 anos, mas a questão da segurança pública é um dos fatores que também irá, na minha opinião, exigir muito, tanto do Poder Legislativo como Executivo nos próximos anos. A questão de mobilidade urbana, é bom que se diga que é necessário que façam novos estudos, que a gente consiga atender essa demanda crescente, principalmente do trânsito, e nossas vias públicas. Então há muitos trabalhos que precisam ser feitos e, com certeza, nós, enquanto vereadores e me incluo nessa função, temos que fazer aí nos próximos anos.

10-Que legado o senhor espera deixar como presidente da Câmara de Vereadores de Sorriso?
Olha, tenho procurado ouvir, atender, ser democrático da melhor maneira possível com os demais vereadores, com os colaboradores dessa Casa de Lei. Nós temos aqui colaboradores extremamente competentes, preparados. Quero me aproximar, ouvir os nossos servidores e ouvir a população de Sorriso. Quero ser um vereador extremamente presente, tanto aqui na Casa de Lei, como nos bairros. Quero estar presente. E um dos grandes legados que a gente deve iniciar os trabalhos já nos próximos meses seria a construção de uma nova sede para a Câmara Municipal de Sorriso. Nós estamos num espaço, que foi construído quando nós tínhamos, no máximo 50 mil habitantes. Hoje, Sorriso deve estar aí pelos números oficiais em torno de 130 mil habitantes, e a estrutura que nós temos aqui não condiz com a nossa reconhecida Capital Nacional do Agronegócio. É necessário que a gente dê aos servidores e à população de Sorriso um lugar muito mais adequado, um local onde a gente possa atender com mais qualidade. Então, além do trabalho, além da presença física dentro da Câmara Municipal, atender um pouco mais aos barcos da nossa cidade, e promover ações que, no final desses 4 anos da atual legislatura, a gente possa entregar a sociedade de Sorriso e aos futuros legisladores um espaço adequado à altura da nossa cidade.

Fonte: CLEMERSON SM E JOSÉ ROBERTO GONÇALVES

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