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Domingo, 06 de Julho de 2025

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Agricultura em Sinop: dos primeiros passos à pesquisa e tecnologia

14 de Setembro de 2024 as 11h 00min

A década de 1970 em Sinop foi dedicada à sua abertura. A floresta amazônica dominante ia dando espaço à construção de vias e de residências, e ao mesmo tempo a intensa propaganda feita pela Colonizadora, junto aos agricultores principalmente do Paraná e Santa Catarina, pregava a real possibilidade de deixar as exauridas terras no Sul do país em busca um futuro mais promissor.

A partir de 1972, os primeiros agricultores, procedentes em sua maioria do PR e SC, começam a chegar na Gleba Celeste para se dedicar ao plantio daquilo que lhes era convencional: cultura de arroz, café, milho, pimenta do reino e até guaraná, com incentivos da Cooperativa Mista Celeste, criada pela Colonizadora.

O grande problema é que o solo amazônico era desprovido de inúmeros nutrientes necessários a certas culturas. Aqui, os primeiros agricultores encontraram um solo com elevado teor de acidez, terra mais fraca, clima diferente, além da ausência de maquinários próprios e tecnologia, desanimando parte das famílias que se viram obrigadas a retornar à região de origem.

Tais empecilhos não desmotivaram a chegada de uma nova onda de agricultores, que aqui se fixaram e se adaptaram às características próprias da região amazônica. Por isso, outras culturas foram implementadas num processo de tentativa e erro, até que se encontrasse formas de melhorar o solo e culturas que se adaptassem às condições.

Em 1975, o colonizador Ênio Pipino traz a Sinop o ministro da Agricultura, Alysson Paulineeli, que lança o programa do calcário, destinado à correção da terra para melhorar a produtividade. A partir daí, a agricultura toma um impulso maior, principalmente no plantio de arroz. Nessa ocasião, foi entregue o armazém da Cobal, destinado a fornecer alimentos, utensílios e produtos de primeira necessidade a preços mais acessíveis à população.

Em 1977, o Governo Federal instala uma unidade da CIBRAZEM (Companhia Brasileira de Armazenamento) às margens da BR-163, destinada a estocar a produção local de arroz que era adquirida pelo Governo.

Dois anos depois é lançado o programa de plantio da mandioca, destinado a produzir e fornecer matéria-prima à Sinop Agroquímica, que estava sendo instalada pela Colonizadora, com recursos do Governo Federal, para produzir álcool veicular, projeto este pioneiro no Brasil. Novas perspectivas são criadas aos agricultores, que passam a se dedicar ao plantio da mandioca em larga escala.

Entretanto, vários fatores negativos – como produção abaixo da expectativa, dificuldades no transporte, falta de mão de obra, preços baixos, dentre outros – levaram a mais uma frustração, fazendo com que vários produtores chegassem a abandonar suas terras.

PESQUISA E TECNOLOGIA

A grande virada na produção agrícola de Sinop se deu a partir do final da década de 1980. Isso aconteceu devido ao investimento em tecnologia, que precisava se desenvolver para driblar o alto custo de abertura de terras, mais elevado que em outras regiões do Centro-Oeste, como na região de cerrado.

O engenheiro agrônomo Angelo Maronezzi, da Agronorte Pesquisa e Sementes, conta que a chegada de empresas de recebimento, secagem e armazenagem proporcionou melhores condições para melhoramento do solo. A empresa hoje se destaca pelo desenvolvimento de um acervo genético de diversas culturas, como soja convencional, soja transgênica, feijão, milheto, capim coracana e arroz, uma das primeiras culturas implantadas – mas não continuadas – no município.

“Os agricultores precisavam comprar adubo, químicos e defensivos em Sorriso, já que Sinop ainda era bem incipiente na agricultura. A vinda dessas empresas foi o que deu suporte ao crescimento da área agricultável”, explica Maronezzi, que chegou à região Norte de Mato Grosso na segunda metade dos anos 80.

O agrônomo reforça que, na época, o solo sofria com acidez, sendo necessário o uso intenso de calcário. Entretanto, o nível de matéria orgânica presente no solo é maior do que em outras regiões produtoras, o que favorece a cultura de arroz no primeiro e segundo ano, principalmente. “Mas é necessária a reposição contínua de fósforo, potássio e micronutrientes”.

Se na década de 1970 os agricultores sofriam com pouca – ou nenhuma – condição de melhoramento do solo, foi através de pesquisa, anos mais tarde, que a empresa desenvolveu sementes preparadas para cada condição.

Entre os fatores que prejudicavam a produção de arroz, um dos carros-chefes da Agronorte, é que o processo de mineralização da matéria orgânica gera uma alta oferta de nitrogênio, e isso faz o arroz crescer muito e acamar. O acamamento normalmente limita a produtividade e a qualidade de grãos. Essa quebra ou dobramento permanente dos caules em cereais estão associados com a altura da planta, resistência dos entrenós inferiores e a dose de fertilizantes nitrogenados.

“Para um projeto dar certo nas culturas de agronegócio, tem que ter duas coisas essenciais: tecnologia e material genético. Ambos têm que caminhar juntos. Um sem o outro não funciona. A genética traz tolerância ao acamamento, às doenças, aumenta a produtividade. O objetivo de qualquer produtor rural é produzir mais no mesmo tempo, com menor custo”, completa Angelo.

Fonte: DA REPORTAGEM

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