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Domingo, 30 de Junho de 2024

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As novas profissões do agro que mudam o Centro-Oeste

21 de Junho de 2024 as 08h 38min

Tecnologias geram novos empregos no campo – Foto: Divulgação

O técnico em agropecuária Gustavo Pereira, de 22 anos, decidiu no ano passado parar de trabalhar em confecções para fazer algo mais ligado à sua formação. Ele fez um curso em Anápolis/GO, e virou piloto de drones agrícolas. “Quando eu vi pela primeira vez fiquei encantado. É muita tecnologia! Pensei ’meu Deus, que top’”, lembra Gustavo, que trabalha hoje em uma empresa com outros três pilotos.

Esse tipo de serviço é cada vez mais usado na aplicação de agrotóxicos e fertilizantes e no mapeamento de pragas. Gustavo conta que sua rotina é cansativa, mas tranquila. Ele acorda bem cedo, porque a pulverização de agrotóxicos não pode ser feita com o sol a pino, e trabalha em plantações de milho, banana e soja.

Ele conta que as fazendas de banana são as que mais requisitam seus serviços, porque é difícil aplicar esses produtos com um trator, e fazer manualmente é prejudicial à saúde, porque a bananeira é alta e o agrotóxico acaba caindo sobre quem aplica.

“Um piloto de drone agrícola precisa saber sobre as plantas com que trabalha, as doenças que elas têm. Conhecer questões climáticas, como umidade e vento, que afetam a aplicação”, diz Gustavo, ao explicar as diferenças do uso de drones em outras profissões. “É um conhecimento diferente do aplicado para filmar e fotografar, em que esse profissional domina técnicas que nós não temos”.

Pilotos de drone como ele fazem parte de uma parcela crescente de profissionais do agronegócio impulsionado por novas tecnologias. O setor cresceu 15,1% no ano passado e puxou a expansão da economia brasileira, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O agro foi apontado como o responsável por uma alta do Produto Interno Bruto (PIB) do país acima do esperado pelo mercado, de 2,9%. Para este ano, a expectativa é de desaceleração frente ao excelente desempenho do ano passado, que não deve se repetir.

O investimento em tecnologia é uma das apostas para aumentar a produtividade e compensar as perdas com quebras de safra causadas pelas mudanças climáticas e a queda do preço de commodities agrícolas no mercado internacional.

Uma das principais fronteiras desse novo agro está no Centro-Oeste, a região com a população que mais cresce no Brasil. Consultorias e empresas de RH consultadas pela BBC News Brasil dizem que o mercado de trabalho está aquecido na região e que existe uma demanda cada vez maior por algumas profissões específicas.

AS NOVAS
PROFISSÕES

Glaucia Telles Benvegnú, diretora de relacionamento da Hunter4Agro, consultoria de recrutamento e seleção focada no setor, tem três décadas de experiência no setor. Ela diz que houve nos últimos dois anos um aumento de 30% de profissionais que trabalham no Centro-Oeste, ao mesmo tempo em que surgiram novas oportunidades e tipos de empregos no mercado.

“Há uma perceptível mudança no perfil das vagas, em razão da inovação nos processos produtivos e de cultivos, investimentos em tecnologias e crescimento nos negócios”, diz Benvegnú.

Um estudo apontou em 2021 uma série de novas profissões que deverão gerar milhares de empregos ao longo da década. O levantamento, realizado pela Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mostra como a tecnologia é cada vez mais presente na agropecuária.

Cientista de dados agrícolas: profissional com conhecimentos em análise de dados, estatística, programação e mercado agrícola, trabalha com softwares usados em atividades como plantio e geoprocessamento (coleta e processamento de dados geográficos para uma atividade específica).

Designer de máquinas agrícolas: com formação ou conhecimentos em design e desenvolvimento de produtos, esse profissional desenvolve máquinas para diversas funções, seguindo padrões econômicos, sociais e, cada vez mais, sustentáveis.

Engenheiro agrônomo digital: a profissão alia a engenharia agronômica com técnicas modernas de agricultura para construir fazendas baseadas em novas tecnologias.

Técnico em agricultura digital: essa função une conhecimentos de tecnologia da informação (TI) e de processos do campo para usar técnicas digitais para aprimorar atividades como plantio inteligente e recirculação de águas.

“Dado o avanço da tecnologia no agronegócio, as demandas mais requisitadas de novas carreiras são para engenheiro agrônomo digital, engenheiro de automação agrícola e cientista de dados agrícolas”, diz Benvegnú.

De acordo com um levantamento da Robert Half, consultoria americana de recursos humanos, entre as profissões tecnológicas em alta no agro, um cientista de dados pode ganhar de R$ 8 mil a R$ 12 mil. Já um operador de drones pode ganhar até R$ 9 mil.

Outro sinal dessa modernização está na multiplicação das chamadas “agtechs”, as startups do agronegócio. Em 2023, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mapeou esse tipo de empresas no país. Em um ano, a região teve um aumento de 11,5% do número de startups do agro listadas.

Fonte: DA REPORTAGEM - G1-MT

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