Bases foram definidas em 2018, revelam documentos do BC

22 de Julho de 2025 as 16h 30min

Embora o Pix tenha sido lançado oficialmente em novembro de 2020, documentos do Banco Central revelam que sua concepção começou bem antes: as primeiras discussões internas ocorreram em 2016, e a estrutura do sistema foi definida em dezembro de 2018, ainda no governo Michel Temer. Na época, o BC publicou um comunicado com os fundamentos técnicos e operacionais do novo sistema de pagamentos instantâneos.

A iniciativa surgiu dentro da chamada Agenda BC+, lançada pelo então presidente do BC, Ilan Goldfajn, com o objetivo de modernizar o sistema financeiro nacional, aumentar a competitividade e estimular a inclusão financeira. Ainda em 2018, foi criado o Grupo de Trabalho de Pagamentos Instantâneos, formado por representantes de bancos, consultorias, escritórios de advocacia e órgãos governamentais, que estruturou as diretrizes técnicas e legais do novo sistema.

Em 2019, o BC centralizou a base de dados e passou a desenvolver internamente a infraestrutura do sistema. O nome Pix só foi anunciado em fevereiro de 2020. O lançamento oficial, em 16 de novembro de 2020, marcou uma revolução no sistema de pagamentos brasileiro, permitindo transferências instantâneas entre instituições financeiras diferentes, 24 horas por dia, sete dias por semana, sem custos para pessoas físicas e microempreendedores em transações não comerciais.

Desde então, o Pix se consolidou como um dos meios de pagamento mais utilizados no Brasil. Em menos de cinco anos, movimentou aproximadamente R$ 65 trilhões. O crescimento é impressionante: apenas em junho de 2025, o sistema bateu novo recorde com R$ 2,86 trilhões transferidos, envolvendo 936 instituições financeiras. Em seu mês de estreia, novembro de 2020, o total movimentado foi de R$ 25,8 bilhões — menos de 1% do registrado atualmente.

Mesmo sendo alvo recente de críticas por parte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o Pix é hoje considerado referência internacional em inovação e inclusão financeira, servindo de modelo para diversos países que estudam sistemas semelhantes.

Fonte: DA REPORTAGEM - Agência Brasil