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BOLSONARO MANDOU - O presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galvão, será exonerado do cargo após a polêmica em torno de dados de desmatamento da Amazônia
02 de Agosto de 2019 as 17h 02min

DA REPORTAGEM
O presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galvão, será exonerado do cargo após a polêmica em torno de dados de desmatamento da Amazônia, informou o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. O próprio Galvão comentou a decisão a jornalistas, afirmando que a situação ficou insustentável por conta de suas declarações quando o presidente Jair Bolsonaro disse que os dados do Inpe sobre desmatamento da Amazônia eram mentirosos.
“Eu tinha uma preocupação muito grande que isso ia respingar no Inpe. Isso não vai acontecer. O ministro (Marcos Pontes), inclusive, nós discutimos em detalhe como vai ser a continuação da administração do Inpe, agora é claro, diante do fato, a maneira como eu me manifestei com relação ao presidente, criou-se um constrangimento que é insustentável. Então eu serei exonerado”, disse Galvão na sexta-feira (02).
O pesquisador, que estava no Inpe desde 1970, cumpria mandato à frente do órgão até 2020. Ele é formado em Engenharia de Telecomunicação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), mestre em Engenharia Elétrica pela Unicamp e doutor em Física de Plasmas Aplicada pelo Massachusetts Institute Of Tecnology (MIT).
CRISE
A polêmica começou com declarações de Bolsonaro no dia 19 passado, quando, em encontro com jornalistas estrangeiros, ele acusou os dados do Inpe de serem “mentirosos” e insinuou que Galvão estaria “a serviço de alguma ONG”. “A questão do Inpe, eu tenho a convicção que os dados são mentirosos, e nós vamos chamar aqui o presidente do Inpe para conversar sobre isso, e ponto final nessa questão”, disse. “Mandei ver quem está à frente do Inpe. Até parece que está a serviço de alguma ONG, o que é muito comum”, completou.
Na ocasião, Bolsonaro chegou a dizer que esses dados são “uma cópia de anos anteriores”. “Pelo nosso sentimento isso não corresponde à verdade”. Após o questionamento do presidente, Galvão disse que ficou escandalizado com as declarações. Em entrevista, o ex-chefe do Inpe disse que a atitude foi “pusilânime e covarde” e as declarações parecem mais “conversa de botequim”.
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