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Brasil mostra variações para superar fantasma da retranca
Alterações de Tite alteram a forma de jogar da seleção
29 de Junho de 2019 as 10h 29min

DA REPORTAGEM
Todo duelo contra o Paraguai remete a um jogo difícil, sofrido, duro de vencer. Vira o duelo entre Golias e Davi, com um pequeno se fechando e colocando todo tipo de dificuldade contra o sempre favorito Brasil. As quartas de final da Copa América não fugiu da regra. Os paraguaios tiveram a competência de levar a partida para os pênaltis, mas a questão é que o Brasil mostrou ideias de sobra para enfrentar seu pior pesadelo.
Aqui, tem-se que pensar na continuidade. A evolução é nítida. A bola ainda não está entrando, mas o time funciona melhor, cria melhor e defende melhor.
A seleção sempre teve dificuldades quando os espaços não aparecem. É histórico, fica evidente na Copa do Mundo e contra a Venezuela foi um sufoco. A boa notícia é que além dos números, o Brasil teve um amplo leque de ideias e variações. Foram 26 finalizações, sendo 15 delas dentro da área, 70% de posse de bola e apenas uma finalização sofrida. Passando ou não, jogo que merece elogios pela insistência de se jogar contra a melhor retranca dessa Copa América.
Pode-se dizer que o duelo teve três importantes variações:
- Arthur jogou mais à frente, conectando mais a defesa e meio-campo;
- Éverton e Jesus abertos pelos lados, com Firmino saindo bastante da área;
- Com um a mais, Willian e Éverton abertos e Daniel por dentro, quase um 3-2-5.
FLUIDEZ
Começando pela mudança na dupla de volantes, com Allan no lugar de Casemiro. Era esperado que ele ficasse mais à frente, como joga no Napoli, indo de área-a-área. Mas na prática, foi Arthur quem apareceu mais à frente, fazendo o papel de ser o elo entre a defesa e Coutinho e Firmino, a dupla móvel que busca jogar sempre perto dos zagueiros. Veja a imagem.
O time ficou móvel. Chegou três vezes com perigo nos minutos iniciais, construía e parecia que tranquilizaria o duelo. O perde-pressiona, aquela intensidade que o time coloca quando perde a bola e avança pra não deixar o adversário jogar, estava encaixada. E Arthur até aparecia na área, finalizando ou articulando mais à frente, preenchendo aquela que era a principal carência da seleção.
Lá pelos 20 minutos, o Paraguai entendeu que teria mais vantagens no jogo se colocasse intensidade. Se fosse um time de imposição física e brigas de perto pela bola. Gustavo Gómez marcava individualmente Firmino e o time subia as linhas para roubar a bola perto do gol. Foram 25 minutos de um “vai e volta” muito rápido, de 60 metros em poucos segundos.
O cenário para o segundo tempo era um adversário que marcava bem. Que se impunha fisicamente com encaixes individuais. Como furar isso? A solução até a expulsão de Balbuena foi a bola em Firmino. Ele passou a sair mais da área e soltar rápido a bola, sem girar ou prender. Assim, tirava Gómez do setor e abria espaços pra entrada de Firmino ou de Jesus, mais perto do gol nesse movimento. Foram ao menos três boas chances criadas assim, como na imagem, na qual Firmino leva Gómez para fora da área e cria um espaço que Coutinho pode aproveitar.
Mais aí veio a expulsão. O mais lógico é pensar que um time tecnicamente superior vai conseguir golear tendo um a mais, não é? Só que o jogo fica mais difícil porque o adversário tende a se fechar perto da área, no chamado bloco baixo. Vira um inferno pra entrar: todo mundo em frente pro gol, rebatendo qualquer jogada…se o futebol é um jogo de ocupação de espaço, quanto mais ele é ocupado, pior é para criá-lo.
3-2-5
Tite mexeu no momento certo. Lançou Willian, que fez um golaço partindo da direita contra o Peru, e trouxe Jesus para a área. Com Éverton aberto, Daniel Alves fez o papel de articulação junto a Arthur. Na prática o time virou um 3-2-5 que criou bastante e conseguia sempre colocar a bola na área, girando de lado a lado, cruzando, esperando a brecha entrar.
FINALIZAÇÕES
E ela não entrou - e o Brasil pecou nas finalizações. Tite pede para a bola entrar na casinha, mas dos 26 chutes, apenas 8 foram nela. Controle emocional? Talvez. Qualidade? Não, né. Firmino e Jesus são exímios finalizadores em seus clubes, mas enfrentam um contexto adverso no Brasil, com mais marcação. A bola vai entrar, a questão é de ajuste. Não existe time pronto, existe um jogo a ser disputado.
Tudo isso estaria falando se o Brasil perdesse nos pênaltis? Sim, estaria. Porque o mais positivo desse jogo, pensando a longo prazo, é o leque de opções que Tite tem para enfrentar retrancas. Seja com pontas abertos ou não, com Jesus pela direita ou na área, há uma linha condutora aí. Um cardápio mais elaborado para enfrentar aquele que costuma ser o pior inimigo da seleção: as retrancas que deixam o jogo chato de ser assistido e desafiador de ser jogado.
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