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Buraco negro mais brilhante do universo “cospe” gás em alta velocidade
03 de Outubro de 2025 as 17h 44min

Um buraco negro localizado a mais de 12 bilhões de anos-luz da Terra surpreendeu astrônomos ao apresentar um comportamento inédito. Conhecido como J0529, o objeto cósmico não apenas devora matéria, mas também a ejeta com força impressionante, desafiando o que se sabia sobre a física desses fenômenos.
A descoberta foi feita pela equipe do professor associado Christian Wolf, da Universidade Nacional da Austrália (ANU), em 2024. Agora, com o uso de equipamentos ópticos avançados do Observatório Europeu do Sul (ESO), no Chile, os cientistas puderam analisar o buraco negro em detalhes e constatar que sua intensidade é única no universo conhecido.
Apesar de ser descrito como o objeto mais luminoso já observado, o buraco negro no centro do quasar J0529 possui massa equivalente a “apenas” um bilhão de sóis. Isso é dez vezes menor do que as estimativas anteriores indicavam.
Segundo Wolf, a discrepância ocorre porque o buraco negro não está apenas absorvendo matéria, mas também expelindo gás em velocidades que chegam a 10 mil quilômetros por segundo — rápidas o bastante para dar uma volta na Terra em menos de cinco minutos. “O intenso brilho está soprando o gás para longe. Este é o objeto mais brilhante do universo que conhecemos”, explicou o pesquisador.
Esse comportamento pode ajudar a explicar a origem dos buracos negros supermassivos. Antes, muitos cientistas acreditavam que eles não poderiam se formar apenas a partir do colapso de estrelas. No entanto, o novo estudo sugere que essas estruturas gigantes podem, sim, ter nascido dos restos de astros nos estágios iniciais do universo.
“Enquanto a taxa de crescimento ainda parece rápida demais para ser explicada facilmente, a reavaliação desse objeto e de outros semelhantes aponta para uma solução: os buracos negros supermassivos podem ter surgido do colapso estelar nas primeiras fases do cosmos”, afirmou Wolf.
A pesquisa também foi possível graças ao avanço de técnicas como a interferometria, que combina a luz de múltiplos telescópios para gerar imagens de altíssima resolução. O professor Michael Ireland, também da ANU, destacou que esse método deve revolucionar outros campos de estudo astronômico.
“Minha área de pesquisa é o nascimento de planetas ao redor de estrelas jovens, e a nova tecnologia do ESO trará mudanças profundas. No futuro próximo, nossa própria história de criação ficará ainda mais clara”, disse Ireland.
Fonte: DA REPORTAGEM
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