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Buraco negro supermassivo exibe loops magnéticos e surpreende cientistas
27 de Dezembro de 2024 as 14h 13min
Astrônomos realizaram avanços significativos no estudo da galáxia NGC 1068, em cujo núcleo habita um buraco negro supermassivo. Embora seja um constante alvo de estudo dos cientistas, especialmente por causa de sua relativa proximidade, a região central da galáxia é obscurecida por densas nuvens de poeira e gás, o que dificulta investigações mais profundas.
Agora, um estudo liderado por Jack Gallimore, da Universidade Bucknell, nos EUA, utilizando tecnologias avançadas de radioastronomia, revela detalhes ocultos e destaca a importância dos campos magnéticos na formação de estruturas galácticas.
A descoberta de um “rabo de raposa” corrobora o papel dos campos magnéticos em galáxias ativas e futuros estudos. Masers de água, fontes naturais de radiação eletromagnética que brilham em micro-ondas, foram utilizados pelos pesquisadores como ferramentas para observar o núcleo da galáxia.
Detectados em 22 GHz, esses masers conseguem atravessar a poeira densa, proporcionando uma visão mais clara. No disco de acreção ao redor do buraco negro, os masers aparecem alinhados como contas em um fio, sugerindo uma organização estrutural guiada por campos magnéticos.
A equipe utilizou o High Sensitivity Array (HSA), composto por telescópios avançados como o Very Large Array (VLA) e o Green Bank Telescope (GBT). Segundo um comunicado, a combinação desses instrumentos permitiu mapear emissões de rádio contínuas e medir a polarização dos masers de água, gerando um mapa detalhado da galáxia.
As observações revelaram uma fonte compacta associada ao buraco negro central e estruturas estendidas de emissão mais fraca, além de um deslocamento angular intrigante entre o núcleo galáctico e os masers. Essa configuração aponta para fluxos de matéria impulsionados por magnetismo.
Foi a primeira vez que foi detectada polarização em masers de água fora da Via Láctea, uma evidência direta de campos magnéticos moldando estruturas em escala galáctica. Essas descobertas indicam que, assim como no Sol, onde loops de plasma são guiados por campos magnéticos, o núcleo de NGC 1068 também é fortemente influenciado por forças magnéticas. A orientação dos vetores de polarização, perpendicular aos filamentos, confirmou o papel essencial do magnetismo nesse sistema.
Publicado no periódico científico The Astrophysical Journal Letters, o estudo revelou ainda uma estrutura difusa que foi apelidada de “rabo de raposa”, que se estende ao norte do núcleo e cuja origem ainda é desconhecida. Segundo Gallimore, a combinação de resolução e sensibilidade dos telescópios modernos foi crucial para alcançar esses resultados, permitindo observações que antes eram impossíveis.
Esses avanços destacam a importância dos campos magnéticos na dinâmica de galáxias ativas e abrem novos caminhos para compreender como essas forças moldam o Universo. Além de superar limites tecnológicos, as descobertas trazem uma nova perspectiva sobre os processos que ocorrem em núcleos galácticos, lançando as bases para futuras investigações.
Fonte: DA REPORTAGEM
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