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CONSCIENTIZAR É O CAMINHO: Projeto ensina alunos de escolas municipais de Colíder a se defenderam do abuso sexual
24 de Setembro de 2019 as 07h 30min

Assessoria
Sérgio Ober
Falar sobre o abuso sexual contra a criança e o adolescente ainda é complicado e difícil. Muitas vítimas acabam sofrendo em silêncio, já que o tema ainda é um tabu na nossa sociedade. Há o preconceito. As famílias, geralmente, não sabem como lidar com a situação.
O Boletim Epidemiológico sobre Violência Sexual de 2018, do Ministério da Saúde, revela que 83 mil menores de 18 anos foram vítimas de violência sexual no Brasil entre 2011 e 2017. Deste universo, 76,7 mil (92,4%) eram do sexo feminino e 6,3 mil (7,6%) do sexo masculino. O levantamento diz ainda que 67,9% das vítimas tinham entre 10 e 14 anos.
A escola pode ser o melhor caminho para orientar a criança e o adolescente. Pensando nisso, a Secretaria Municipal de Educação buscou a parceria do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), do Conselho da Criança e do Adolescente e das igrejas para desenvolver palestras sobre o tema nas escolas da rede municipal de ensino.
PROJETO CHÁ DE BONECA
Na sexta-feira (20.09), na Escola Municipal Atalaia, a psicóloga Mara Melnik apresentou aos estudantes o “Projeto Chá de Boneca e Encontro de Heróis”. A iniciativa é baseada no livro produzido por ela em parceria com Neide Rute Alves Lunas. A obra conta a história de duas mulheres que sofreram abuso sexual na infância. As autoras contam suas experiências e orientam pais e crianças de como se prevenir de traumas e abusos.
O livro nasceu de um projeto de prevenção ao abuso sexual infantil, em 2016. A personagem principal é Coralina. Conforme Mara Melnik, a garota é o símbolo da luta contra o abuso e a favor da conscientização de meninas de 4 a 12 anos. A jovem, que queria ser justiceira para combater todo o tipo de abuso, escolheu como arma a boneca.
“É um projeto de prevenção. A gente fala para a criança até cinco anos, toda a infância, até os adolescentes. É tudo muito lúdico. São várias metodologias. A gente usa contação de histórias, a gente usa boneco, toque do sim toque do não, tem cartaz. Falamos a respeito de partes do corpo que ninguém pode tocar, o adulto de confiança e como dizer não. É uma informação precisa ser segura para que eles entendam”, explica Mara Melnik.
CONSCIENTIZAR É O CAMINHO
A coordenadora do Creas, Águida Cazelato, diz que a Secretaria Municipal de Assistência Social acompanha em Colíder as ocorrências de casos de abusos e exploração sexual de criança e adolescente. “Essas demandas chegam para nós através do Fórum, da Promotoria, da Delegacia, do Conselho Tutelar e a gente precisa estar atento. As crianças também precisam estar atentas. Por isso, não existe outro caminho a não ser conscientizá-las”, afirma.
Águida pontua que o projeto de Mara Melnik aborda esse tema de uma forma bastante sutil com as crianças de todas as faixas etárias. “Ela veio para fazer uma formação com os alunos dos nove aos 15 anos. Com as faixas menores, o Creas e o Grupo Geração Protegida já desenvolvem isso no município. Nós demos início em maio deste ano. E agora a gente está tendo mais um ganho com essa formação com a criadora do projeto”, menciona a coordenadora do Creas.
GERAÇÃO PROTEGIDA
O projeto Geração Protegida, segundo coordenadora do Ensino Fundamental, da Secretaria Municipal de Educação, Janaína Cantoia Tona Garcia, começou com os alunos do ensino infantil. “Com os pequenininhos. Agora, a gente vê a importância com os adolescentes, divulgar, mostrar o trabalho através do teatro de fantoche, para levar a eles uma informação bem importante. Nós, educadores e escola, temos que ficar atentos ao abuso contra a criança e adolescente”.
São repassadas informações sobre as estratégias que os abusadores utilizam para atrair a criança, que podem envolver presentes, carinho ou atenção, que muitas vezes ela não encontra em casa. “E cabe a nós falarmos ao aluno que o nosso corpo é um tesouro. Não podemos permitir isso. Ninguém pode tocar o nosso corpo. Se eu não quero, eu tenho que dizer não. E isso começa desde os pequenininhos, porque às vezes estão sendo tocados e eles nem sabem. E quando vê, já aconteceu o abuso”, relata Janaína.
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