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Construção da nova ponte sobre o Rio Cuiabá ‘desafia a gravidade’
04 de Dezembro de 2024 as 06h 55min
Método de balanço sucessivo – Foto: DivulgaçãoCom 255 metros de extensão, a ponte sobre o Rio Cuiabá na Rodovia dos Imigrantes (BR-070), entre a capital e Várzea Grande, está em fase de duplicação e a Nova Rota do Oeste vai utilizar o método construtivo de balanço sucessivo, uma técnica que aos olhos desavisados “desafia a gravidade”.
Isso porque a construção não prevê pilares dentro do rio e, durante as obras, a estrutura ‘parece flutuar’. A edificação da ponte se desenvolve de maneira equilibrada, com a construção avançando simultaneamente nos dois sentidos: de um lado até o fechamento no meio do vão central e, do outro, até se conectar às cabeceiras (pontos de início e término da ponte). A nova estrutura ficará ao lado da ponte já existente e terá um vão livre de 122 metros de extensão.
O gerente de Projetos da Nova Rota, Paulo Adriano Soares explica que embora o método construtivo adotado para a ponte da Imigrantes seja mais complexo do ponto de vista da engenharia, a escolha da Concessionária busca diminuir a necessidade de intervenções no leito do rio Cuiabá, reduzir o impacto no tráfego da rodovia durante a construção e assegurar a navegabilidade. Além disso, essa abordagem permite maior agilidade na execução, pois não há interferência no curso do rio.
A obra faz parte do contrato para duplicação da rodovia dos Imigrantes (BR-070), assinado pela Nova Rota e Governo de Mato Grosso, por meio da MT Par, em maio deste ano. Ao todo, o pacote prevê o investimento de R$ 300 milhões no segmento que contempla Cuiabá. No próximo ano, será assinado o contrato para duplicação da mesma rodovia, na região de Várzea Grande. O prazo para conclusão é de 24 meses.
Atualmente, a construção da nova ponte está na etapa de fundação no bordo do rio Cuiabá, concentrando-se exclusivamente na área seca, onde já foram executadas às 28 estacas profundas, e iniciaram as montagens das armaduras dos quatro blocos de fundação.
Após essa etapa, que deve ser concluída ainda no primeiro semestre de 2025, será montada toda a estrutura para construir ‘no ar’ o tabuleiro pelo método do balanço sucessivo. Esse processo consiste na execução de módulos de concreto (aduelas), que são concretados em etapas a partir dos pilares centrais.
Com o auxílio de treliças metálicas fixadas no topo dos pilares, as fôrmas dos módulos aéreos deslizam à medida que a concretagem avança. As obras avançarão de forma simultânea de cada um dos lados do rio até se encontrarem no meio do vão central e nas cabeceiras.
Esta técnica é muito utilizada em vãos grandes para transpor rios e terrenos acidentados de proporção significativa como vales, evitando apoios na água e minimização de apoios com grande altura.
VANTAGENS
Na Rodovia dos Imigrantes, a Nova Rota priorizou benefícios ambientais, ao eliminar os apoios de sustentação no curso do rio, evitando a necessidade de interferências para manutenção e construção das estruturas.
A técnica também reduz o impacto no tráfego durante a construção, visto que dispensa intervenções no trânsito para içamento de vigas, estruturas pré-moldadas e outras operações. Assim, o fluxo de veículos segue de forma mais fluida no trecho em obras. Além disso, o vão livre de 122 metros e o gabarito (altura livre) de aproximadamente 13 metros garantem a navegabilidade do rio neste trecho.
Diante das vantagens, o método construtivo é amplamente adotado tanto no Brasil como no exterior. Em Mato Grosso temos alguns exemplos emblemáticos de ponte em balanço sucessivo, como a construída sobre o Rio das Mortes, na MT-326, entre Cocalinho e Nova Nazaré, com extensão de 484 metros e a estrutura sobre o rio Cuiabá, interligando o bairro Parque do Lago (Várzea Grande) ao Parque Atalaia (Capital), com 390 metros de extensão, sendo 240 metros em balanço. No Brasil, a metodologia também está presente na Rodovia Anchieta x Rodoanel Mário Covas, em São Paulo; sobre o Rio Madeira na divisa do Acre com Rondônia; em dois trechos da Marginal Tietê, em São Paulo; sobre a represa Billings no Rodoanel Mário Covas em São Paulo; na Rodovia Dutra x Rodovia Fernão Dias em São Paulo, entre outras regiões.
Fonte: DA REPORTAGEM
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