Cruzeiro: Gabigol perde espaço, sai de principal estrela à reserva e tenta retomada

25 de Abril de 2025 as 09h 58min

De principal estrela no mercado de contratações do Cruzeiro à reserva no ataque. Em quatro meses, o status de Gabigol mudou no clube mineiro em meio à mudança de treinador e a necessidade de melhora dos resultados. Agora, o camisa 9 tenta a retomada.

Gabigol teria a chance de começar como titular diante do Palestino, nesta quinta-feira, em Coquimbo, no Chile, pela Copa Sul-Americana (a partida foi disputada após o fechamento desta edição). Ele ficou fora do time titular nos últimos três jogos.

O atacante do Cruzeiro entrou no segundo tempo dos jogos contra Bahia e Bragantino, pelo Campeonato Brasileiro. Também pelo nacional, assistiu do banco de reservas o empate por 1 a 1 com o São Paulo.

O último jogo como titular foi na derrota por 2 a 1 para o Mushuc Runa, do Equador, na Sul-Americana. É justamente no torneio internacional que Gabigol tentará retomar o desempenho do começo de ano que o coloca ainda como artilheiro do Cruzeiro, em 2025, com sete gols.

A mudança de status de Gabigol ocorreu em meio às mudanças promovidas por Leonardo Jardim no time titular em virtude da falta de resultados do Cruzeiro. O cenário, entretanto, ainda não foi modificado. Nos jogos em que o atacante não foi titular, o time ganhou um jogo, perdeu um e empatou outro.

Até esta mudança, Gabigol nunca havia estado na condição de reserva no Cruzeiro. Com Fernando Diniz, foi sempre figura principal no ataque, assim como no começo do trabalho de Leonardo Jardim.

O atacante foi a principal contratação do Cruzeiro para a temporada. O clube mineiro moveu esforços para contratá-lo em meio ao fim de vínculo com o Flamengo e ofereceu um projeto ao jogador até o fim de 2028.

DÉFICIT

Perto de completar um ano sob o comando do empresário Pedro Lourenço, a SAF divulgou resultados financeiros referentes a 2024. O clube fechou a temporada passada com prejuízo na casa de R$ 170 milhões, mas poderia ser R$ 100 milhões maior devido à forma do lançamento de valores a receber da LFU (Liga Forta União). A dívida atual do clube é de R$ 1,2 bilhão.

Houve crescimento da dívida do clube em relação a 2023. A 
maior parte é a longo prazo, com o tempo de pagamento acima de um ano, na casa dos R$ 975 milhões. Os ativos de curto prazo, de até um ano de duração, estão em R$ 336 milhões.

De acordo com os números apresentados, a folha do departamento de futebol mais do que dobrou. No fim de 2023, ainda na gestão de Ronaldo Fenômeno, o Cruzeiro gastou R$ 94,709 milhões com o carro-chefe do clube. O balanço de 2024 aponta que esses gastos chegaram a R$ 200,305 milhões no ano.

Esse aumento no departamento do futebol puxou o prejuízo no exercício. As receitas da SAF aumentaram de, aproximadamente, R$ 226 milhões para R$ 308 milhões, mas acabaram não sendo proporcionais ao aumento dos custos.

O prejuízo anual poderia ter chegado perto dos R$ 270 milhões. Isso porque o Cruzeiro optou por manter nos "créditos a receber" a quantia de R$ 96,390 milhões, referente a valores que vão ser devolvidos aos investidores da LFU, conforme acordo de setembro do ano passado. No balanço de 2025, esse valor não foi contabilizado como uma espécie de despesa, já que o valor seria devolvido, e não impactou numa quantia maior no déficit anual.

RECEITAS

O Cruzeiro apresentou crescimento nas receitas, ainda que elas não tenham sido proporcionais ao crescimento nos custos. No programa de sócio-torcedor, a receita gerada foi de R$ 32,439 milhões contra R$ 31,045 milhões do exercício anterior.

Em termos de bilheteria, o crescimento se aproximou dos 80% no ano passado. Em 2023, o valor foi de R$ 28,624 milhões, enquanto em 2024 chegou à casa dos R$ 51 milhões. Houve também crescimento em termos de patrocínio e publicidade: de R$ 48,58 milhões em 2023 para R$ 57,86 milhões na temporada passada.

Os valores de direitos de transmissão saltaram dos R$ 102 milhões para R$ 138 milhões. Já as receitas de mecanismo de solidariedade saíram de R$ 4 milhões para R$ 11 milhões na temporada passada.

Fonte: DA REPORTAGEM