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Custo para manter a pecuária de corte sobe 150% no estado
Produtores dizem que custo para a criação aumentou muito além do que o reajuste no preço da carne
20 de Julho de 2021 as 19h 20min
Para produtores, custo subiu além do que o reajuste no preço da carne – Foto: DivulgaçãoA alta no custo da criação de gado tem preocupado os produtores que criam os animais para abate, em Mato Grosso. Além dos impostos, houve aumento no preço da ração e dificuldades para atender a todas as exigências das instituições de controle sanitário.
De janeiro a junho, o estado exportou 168.668 mil toneladas de carne. MT detém o maior rebanho bovino do país e é o segundo estado que mais exporta.
O pecuarista Aldo Telles cria cerca de 2,7 mil cabeças de bovinos e búfalos em uma propriedade rural em Santo Antônio de Leverger e, ao todo, é responsável por mais de 20 mil animais em outras propriedades no estado.
“Para você ter uma ideia, até o dia 5 de julho, nós pagamos R$ 285 mil em impostos para o governo. Nós usamos tudo o que é possível, tudo que é necessário, exigido nas leis do Indea (Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso) nós aplicamos. Aplicamos todas as vacinas necessárias para que a gente tenha um rebanho eficiente e possa estar em condições de exportação e também com o meio ambiente e com o bem estar animal”, afirmou.
Além da questão sanitária e dos impostos que precisam estar em dia, de um ano e meio para cá, os criadores têm sofrido com o aumento do preço das rações.
Na fazenda de Aldo Telles, por exemplo, o custo para manter a atividade aumentou em torno de 150%, enquanto o preço de venda da arroba do animal subiu cerca de 80%, ou seja, o lucro diminuiu.
“Você tem que ter muito mais eficiência para não sair do mercado. Se você for uma pessoa que não tem tecnologia (emenda) hoje não tem como uma pessoa começar um trabalho de confinamento e semiconfinamento porque o custo da arroba ficaria mais caro do que a arroba que nós estamos produzindo”, explicou o pecuarista.
Neste mês o Indea emitiu uma nota que preocupou os criadores: 17 bovinos contrabandeados da Bolívia foram flagrados em um veículo, sendo transportados em território brasileiro, próximo à fronteira. Os animais foram sacrificados por falta de certificação em saúde animal e do protocolo de comércio internacional.
Hoje para comprar um bezerro para engorda, o criador de Mato Grosso pode gastar em torno de R$ 3,6 mil. Pelo animal vindo de fora do país de forma ilegal, o valor seria de pouco mais de R$ 2,2 mil. Há 25 anos Mato Grosso é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde Animal como livre de febre aftosa com vacinação.
São cerca de 740 km de fronteira seca entre Mato Grosso e Bolívia, o que dificulta a fiscalização. A Associação dos Criadores e o Indea pretendem marcar uma reunião com autoridades bolivianas na fronteira para traçar estratégias de fiscalização.
A fiscalização da linha de fronteira é feita pelas equipes de barreiras volantes e vigilância veterinárias. Veículos são abordados nessa linha de fronteira. É verificada a documentação sanitária, além da inspeção de animais nas propriedades, aonde realizam o embarque e desembarque de bovinos.
Fonte: DA REPORTAGEM
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