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Diferença de preço do milho atinge piso desde 2021
16 de Abril de 2025 as 14h 12min

A diferença de preços entre o milho vendido em Sorriso (MT) e no Porto de Paranaguá (PR) caiu ao menor nível desde 2021 entre fevereiro e março de 2025, segundo levantamento da Datagro. O movimento reflete a alta da demanda doméstica diante de estoques apertados e encarece a saca mesmo em regiões afastadas dos portos, como no interior de Mato Grosso.
Em Sorriso, principal município produtor do cereal no país, a cotação da saca bateu R$ 76,00 em 25 de março, quase alcançando a máxima histórica de R$ 78,50 registrada em 2021.
Tradicionalmente, a diferença entre os preços praticados em Sorriso e Paranaguá gira em torno do custo do frete, uma vez que boa parte da produção do Centro-Oeste é destinada à exportação via o porto paranaense. No entanto, desde o fim de 2023 esse padrão vem se desfazendo. Entre março e fevereiro deste ano, o chamado “diferencial médio” foi pressionado para baixo pelo aumento da procura interna e pelo ritmo forte da colheita de soja, que sobrecarrega a logística e sustenta o valor dos fretes.
A Datagro explica que mesmo com valorização do cereal nos portos, o avanço dos preços em praças do interior foi mais significativo, reduzindo a vantagem relativa das vendas externas. Além disso, os valores praticados internamente se mantiveram mais atrativos que a paridade de exportação ao longo de 2024 e início de 2025, o que desincentivou os embarques para fora do país.
Outro fator que pressiona o diferencial é a intensificação da safra de soja 2024/25, considerada a maior da história do Brasil. Esse volume recorde de produção congestiona os sistemas logísticos e encarece o transporte, o que reduz o espaço para que os preços do milho acompanhem a mesma variação nos portos. Por isso, os valores de Sorriso e de Paranaguá estão cada vez mais próximos, contrariando a tendência dos anos anteriores.
Para os próximos meses, a expectativa é de que os preços do milho no interior do país sigam sustentados, especialmente no Centro-Oeste, até a entrada do milho safrinha no mercado, o que deve ocorrer apenas a partir de junho. A colheita da safrinha tende a aliviar a pressão sobre os estoques e, consequentemente, pode reequilibrar o diferencial entre as regiões produtoras e os portos.
Com a tendência de demanda firme no mercado nacional e oferta limitada até o meio do ano, a competitividade dos preços no interior do Brasil deve continuar desafiando o tradicional fluxo de exportações via portos. Nesse contexto, os próximos meses serão decisivos para indicar se essa nova dinâmica veio para ficar ou se será apenas um reflexo momentâneo do ciclo atual de oferta e demanda.
Fonte: DA REPORTAGEM
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