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Dilmar ensaia tática de dispersão da base aliada
24 de Junho de 2025 as 06h 29min

O deputado estadual Dilmar Dal Bosco quer reequilibrar a base governista nas próximas eleições. Segundo ele, as chapas proporcionais estão inchadas e correm risco de implodir por dentro.
Mas será que a ideia de repartir melhor o bolo político tem fundamento? Hoje, a análise é sobre o risco das federações e o jogo da sobrevivência eleitoral.
O movimento que o deputado estadual Dilmar Dal Bosco começa a ensaiar na Assembleia Legislativa tem ares de tática militar: dividir para conquistar. No centro da estratégia, está o receio de que a base aliada do governo Mauro Mendes, se seguir do jeito que está, acabe implodindo sob o próprio peso.
Com cinco deputados agrupados na federação entre União Brasil e Progressistas, o campo de batalha eleitoral de 2026 já se desenha como um território minado. Todos fortes, todos competitivos — e todos disputando o mesmo voto, a mesma vaga, o mesmo espaço. Dilmar sabe que, nessa configuração, alguns aliados vão virar baixas na guerra por reeleição.
Por isso, a proposta dele é simples: espalhar as tropas. Em vez de manter todos os soldados numa mesma trincheira partidária, por que não distribuir entre MDB, PSB e Republicanos? A analogia militar não é à toa — na política proporcional, quem não distribui bem os seus quadros corre o risco de perder soldados por fogo amigo.
Esse é o pano de fundo do interesse do próprio Dilmar em deixar o União Brasil e buscar abrigo no novíssimo PRD, uma legenda menor, com menos caciques e mais espaço de manobra. Seria como sair de um exército lotado para comandar uma tropa menor, porém mais livre para avançar.
A estratégia, do ponto de vista técnico, faz sentido. No sistema proporcional, muitas candidaturas fortes numa mesma chapa acabam se neutralizando. Ao dividir os líderes entre diferentes siglas, aumenta-se a chance de cada grupo conquistar um pedaço do território eleitoral. É, literalmente, dividir para conquistar.
Mas há riscos embutidos nessa manobra. O eleitor pode ver esse reposicionamento não como um plano de estratégia coletiva, mas como uma tática de sobrevivência pessoal. Pior: se os partidos aliados não confiarem uns nos outros, a divisão pode virar fragmentação. E quem divide mal, não conquista nada — apenas se enfraquece.
Dilmar também reconhece que essa reorganização depende de outros fatores. O xadrez das federações nacionais, por exemplo, ainda está em formação. Se novas alianças surgirem, todo esse mapa pode mudar. A base aliada hoje unida pode se transformar em um campo de disputa cruzada amanhã.
Por ora, o líder governista tenta organizar o quartel antes da guerra. Quer reposicionar as peças antes de soar o sinal das urnas. A metáfora da divisão estratégica faz sentido, mas só será eficaz se houver comando, confiança e um objetivo comum. Do contrário, cada um lutará por si — e o governo perderá sua força antes mesmo da batalha começar.
Dilmar está certo ao tentar evitar que a guerra comece dentro de casa. Mas como em qualquer guerra, quem não souber dividir direito, pode sair derrotado até por aliados.
Fonte: DA REPORTAGEM
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