Dispensado no São Paulo por postagem lembra frustração em volta ao futebol

10 de Janeiro de 2025 as 13h 01min

As redes sociais fazem parte do dia a dia, e cada passo precisa ser muito bem calculado, principalmente em relação a trabalho. Se a mensagem certa pode abrir caminhos, a errada, muitas vezes, fecha ciclos e oportunidades. Foi com esta dura realidade que o atacante Getterson precisou lidar aos 25 anos.

Era de junho de 2016 quando Getterson Alves foi anunciado como reforço do São Paulo, após boa passagem pelo JMalucelli. Mas a oportunidade da vida do jogador durou cinco horas. Foi o tempo que o clube paulista levou para voltar atrás da decisão.

Tudo aconteceu porque, com a confirmação do acerto, viralizaram publicações de 2011 do jogador, nas quais ele provocava o clube paulista ao dizer que iria assistir a um “joguinho dos bambis”. Na época, também revelou torcer para o Corinthians.

“Realmente nem lembrava desse perfil no Twitter que tinha. Uma brincadeira com um amigo meu infelizmente ocasionou nisso. Se tivesse lembrado a gente teria excluído e não teria grandes problemas”, lamentou o jogador.

“Agora a gente leva como aprendizado. Não foi bom para mim, mas essa geração que veio depois deve ter aprendido. Foi duro, era um sonho sendo realizado. Como atleta de futebol ou qualquer outra área, você almeja chegar em grandes clubes, empresas”.

Após a rescisão do contrato com o São Paulo, Getterson conta que o próprio Corinthians demonstrou interesse na contratação, assim como outros clubes do Brasil, mas a preferência foi deixar o país para evitar ficar marcado pelo episódio.

“Ia ficar um clima chato. A gente escolheu dar uma esfriada, apareceram oportunidades fora do Brasil e eu fui para os Estados Unidos. Preferia estar mais fora do que aqui, também por causa dessa circunstância”, explicou Getterson.

Getterson foi para o FC Dallas (Estados Unidos) e passou por JMalucelli, Coritiba, Pogang Steelers (Coreia do Sul), Fortaleza, Marítimo (Portugal), Al-Ain FC (Arábia Saudita), Chiangrai United (Tailândia), Operário-PR, Abahani Limited (Bangladesh), Sampaio Corrêa e Al-Ahli (Bahrein) até chegar ao Jacuipense no fim de 2024 para a disputa do Campeonato Baiano 2025.

“Algo que passou fica para a história. Me afetou de momento, mas depois ergui a cabeça e tive que ir para cima. A vida continua, aprender com os erros e seguir em frente para não errar mais”.

NOVO DESAFIO

Getterson conta que toda a família torce para o Corinthians, mas que isso nunca afetou o seu desempenho em todos os clubes que defendeu. No Jacuipense, o atacante mira grandes conquistas no Campeonato Baiano e a oportunidade de voltar em grande estilo ao futebol nacional. Em 2024, ele sofreu uma lesão no tendão e sequer foi a campo. Um ano ano antes, fez apenas seis jogos pelo Sampaio Corrêa.

“Pode ser uma volta por cima, com certeza. Tenho metas de inicialmente começar com oito, dez gols no campeonato. Jacuipense tem camisa, time para me dar essas condições para chegar nessa marca”, disse Getterson.

E a volta por cima pode começar em grande estilo, que o clube de Riachão do Jacuípe estreia no Campeonato Baiano neste domingo, contra o Bahia, que não vai ter o técnico Rogério Ceni, que está com o grupo principal do Tricolor em pré-temporada na Espanha. Ceni foi o comandante do principal título de Getterson no Brasil, a Série B com o Fortaleza, em 2018.

“O principal objetivo é buscar títulos, com certeza. Campeonato Baiano é muito difícil, dois principais clubes do estado (Bahia e Vitória) na alta cúpula do futebol brasileiro. Mas o Jacuipense tem uma camisa muito pesada no estado da Bahia. Sei disso, dei uma pesquisada, Jacuipense disputou duas finais nos últimos três anos (2022 e 2023)”, detalhou.

Fonte: DA REPORTAGEM