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Documenta Pantanal transforma arte em ativismo ambiental
16 de Abril de 2025 as 16h 13min

A exposição Água Pantanal Fogo chega a Lisboa no dia 16 de abril e permanece até 6 de julho no Museu Nacional de História Natural e da Ciência. A mostra apresenta 76 fotografias de Lalo de Almeida e Luciano Candisani, dois dos maiores fotodocumentaristas brasileiros, que retratam o contraste entre a abundância da água e a devastação provocada pelo fogo no Pantanal, maior área úmida contínua do planeta e um dos biomas mais ameaçados pela crise climática.
Realizada pela iniciativa Documenta Pantanal, com apoio de Itaú, BTG, CSN e Rodobens, através da Lei de Incentivo à Cultura do MINC, a exposição já passou por São Paulo, onde reuniu 15 mil pessoas, e por Hamburgo, na Alemanha, onde recebeu quase 16 mil visitantes no International Maritime Museum.
Após Lisboa, a mostra segue para Berlim em setembro, com a possibilidade de futuras paradas em cidades como Paris, Madri e Roma. No Brasil, a exposição estará no evento PRÓ-COP do Museu do Amanhã, entre julho e dezembro deste ano.
Com curadoria de Eder Chiodetto, a exposição combina a força visual de registros jornalísticos com a poesia e a urgência do ativismo ambiental. As imagens de Lalo de Almeida, premiadas com o World Press Photo, documentam os incêndios que destruíram 26% do Pantanal em 2020, além de causarem a morte de mais de 17 milhões de animais. Já Candisani apresenta a beleza da água pantaneira, com fotos realizadas em ambientes submersos, terrestres e aéreos durante as cheias.
“O Pantanal precisa ser conhecido para ser protegido. E comunicar sua importância para além do Brasil é uma urgência. Se perdermos esse bioma, não perdemos só biodiversidade, mas uma peça-chave do equilíbrio climático sul-americano e global”, afirma Teresa Bracher, ambientalista, filantropa e uma das coordenadoras do Documenta Pantanal.
Em Lisboa, além da exposição fotográfica, o projeto promove a Mostra Pantanal de Cinema e uma série de diálogos virtuais com artistas e especialistas brasileiros e portugueses, como o artista urbano Bordalo II. As conversas serão exibidas pelo Fórum de Integração Brasil Europa no YouTube.
O Documenta Pantanal é uma iniciativa que utiliza a comunicação para fortalecer a conservação ambiental. As campanhas viabilizaram, por exemplo, a criação de 24 brigadas voluntárias anti-incêndio após os incêndios de 2020, em parceria com a ONG SOS Pantanal.
A itinerância internacional da exposição Água Pantanal Fogo já demonstrou a sua capacidade de impactar positivamente o trabalho da organização e parceiros na preservação do bioma. “As imagens emocionam e engajam. A exposição em Hamburgo, por exemplo, facilitou o diálogo com investidores ambientais alemães, que hoje estão mais sensibilizados e dispostos a apoiar a preservação do Pantanal”, afirma Alexandre Bossi, presidente da SOS Pantanal.
BIOMA AMEAÇADO
Maior área úmida contínua do planeta, o Pantanal é fundamental para o equilíbrio hídrico e climático do Brasil. A região conecta ecossistemas como Amazônia, Cerrado, Chaco e Mata Atlântica, formando um mosaico de paisagens que mudam com o ciclo das águas.
Declarado Patrimônio Nacional pela Constituição de 1988, o Pantanal não tem legislação ambiental própria e está sob constante ataque. O desmatamento e a poluição causados pela pecuária e as monoculturas do planalto comprometem as nascentes e concorrem para assorear seus rios, impactando a segurança alimentar e a vida silvestre; a seca prolongada e a mudança climática produzem incêndios devastadores.
Desde 2019, o Documenta Pantanal atua para tornar visíveis as riquezas e ameaças que cercam esse território. A iniciativa já produziu 8 documentários, 13 livros e apoiou outras 4 obras audiovisuais e literárias, além de realizar campanhas que resultaram em apoio direto ao combate a incêndios.
“Cada filme, livro ou exposição que produzimos é uma forma de alertar e envolver a sociedade. O Pantanal sofre com o assoreamento dos rios e a perda hídrica – problemas graves, mas ainda pouco conhecidos. A informação é nosso principal instrumento de ação”, afirma a produtora audiovisual Mônica Guimarães, também coordenadora da iniciativa.
Fonte: ASSESSORIA DE IMPRENSA
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