Dorival observa variações, mas não dá brechas sobre escalação

22 de Março de 2024 as 07h 44min

Ainda não foi na quarta que Dorival Júnior deu indícios de qual será o time titular do Brasil para enfrentar a Inglaterra, sábado (23), em Wembley. No terceiro treinamento em Londres, o treinador da Seleção até esboçou algumas formações, observou esquemas táticos, mas sem brechas para que nem mesmo os jogadores saibam quem começará o clássico após a atividade realizada no CT do Arsenal.

O grupo com 26 jogadores foi dividido em dois times que atuaram em campo reduzido. As formações não foram fixas e Dorival fez mesclas em três momentos distintos no 4-4-3, 4-4-2 tradicional e com losango no meio de campo em trabalho que durou cerca de uma hora no campo principal do centro de treinamento.

Após cinco cortes, a Seleção tem dúvidas na escalação. Nomes prováveis como titulares são o lateral-direito Danilo, o meia Lucas Paquetá e os atacantes Vini Jr e Rodrygo. O goleiro substituto de Ederson e o zagueiro pela direita após corte de Marquinhos são uma incógnita, enquanto Beraldo é favorito para a esquerda.

No meio de campo, a ausência de Casemiro abre a disputa na função de primeiro volante. Os jovens Pablo Maia e André são especialistas da função, mas a experiência de Bruno Guimarães e Douglas Luiz na Premier League joga a favor para que sejam testados mais recuados.

Nesta sexta, o Brasil fará reconhecimento do gramado do estádio de Wembley em treinamento com tempo limitado na véspera do duelo com a Inglaterra, amanhã, às 15h.

A PRIMEIRA
DE MURILO

“Sem dúvida nenhuma, é algo que tenho como maior sonho: a seleção brasileira. Coloquei como meta para 2024”. As palavras de Murilo, em janeiro deste ano, expunham a confiança de quem mudou rotinas para conquistar sonhos. Aos 26 anos, o zagueiro do Palmeiras estava na barbearia que fundou, na zona oeste de São Paulo, quando recebeu a notícia da convocação. O caminho para a conquista? Para ele está claro: abdicação, evolução física e mental.

O zagueiro está com a delegação da seleção brasileira para os amistosos contra Inglaterra e Espanha, que acontecem nos dias 23 e 26 de março, em Wembley e no Santiago Bernabéu.

A caminhada até a conquista, porém, começou ainda no fim de 2021 para Murilo, pouco antes da chegada ao Palmeiras, portanto. Foi nessa época que o atleta começou a buscar suporte profissional para trabalhar a própria mente, inicialmente no âmbito pessoal, e desde o ano passado como parte da rotina dentro de campo também.

“Acho que cresceu muito na Rússia e no Cruzeiro, evoluí muito mentalmente, foi a maior parte de poder colocar meu potencial todo para fora, de mostrar meu futebol e ganhar essa confiança dos meus companheiros. Quando consegui desbloquear meu mental...”, confessa o zagueiro.

Murilo fez a base e três temporadas como profissional no Cruzeiro, outras duas no Lokomotiv, da Rússia, e chegou ao Palmeiras em 2022, tendo uma adaptação quase instantânea ao clube. A partir de 2023, firmou-se cada vez mais na equipe à medida que entendeu a estrutura e mentalidade do Verdão de Abel Ferreira.

O período da Rússia, porém, foi mentalmente o mais difícil na vida do zagueiro, que chegou a relatar casos de racismo e problemas com o idioma desconhecido. “Eu orava sempre na Rússia para poder voltar para o país de onde vim e onde nasci”, explica.

Fonte: DA REPORTAGEM