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Sábado, 15 de Março de 2025

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'Ele vai acabar comigo', diz mulher trans vítima de feminicídio para amigo ao revelar medo e perseguição de empresário

19 de Janeiro de 2024 as 11h 09min

Prints de conversas de WhatsApp revelam que a jovem Mayla Rafaela Martins, 22 anos, vítima de feminicídio, em Lucas do Rio Verde, desabafou dias antes do crime com um amigo sobre o medo que sentia e supostas ameaças que estava sofrendo por parte do empresário Jorlan Cristiano Ferreira, 44, investigado por matá-la a facadas e ocultar o corpo, na terça (16).

Mayla estava com uma viagem marcada para Várzea Grande, onde a família mora. No entanto, conforme o relato dela a amigos, o empresário não aceitava a mudança e teria passado a ameaçá-la.

As conversas compartilhadas por familiares da vítima mostram que ela tinha medo do que poderia acontecer, caso continuasse no município.

No último encontro com o empresário, Mayla compartilhou com outra amiga a foto da placa do carro usado por Jorlan. A mensagem foi enviada às 2h18. Depois disso, a vítima não deu mais notícias. No dia seguinte, ela foi encontrada morta enrolada a uma piscina infantil, em meio a plantação de uma fazenda localizada entre Lucas do Rio Verde e Sorriso.

A foto enviada pela vítima ajudou a polícia a localizar o empresário e prendê-lo em flagrante. Em um áudio gravado no momento da prisão e confirmado pelo delegado responsável pelo caso, João Antônio Torres, o suspeito detalha a dinâmica do crime à polícia.

O delegado disse que o suspeito confessou que contratou serviços sexuais com Mayla, que atuava como garota de programa na região, e a levou para a casa dele, onde o assassinato ocorreu.

Durante a audiência de custódia, o empresário alegou que matou Mayla após a vítima tentar roubar dinheiro dele. Segundo o investigado, a vítima "pediu para tomar uma cerveja, mas que estava com uma faca na mão e pedia mil reais para não 'fazer escândalo". A polícia, no entanto, não acredita na versão.

Mayla foi velada e enterrada nessa quinta-feira (18), após a família da jovem fazer uma vaquinha para conseguir embalsamar e transferir o corpo para Várzea Grande.

Fonte: DA REPORTAGEM - G1-MT

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