Olá! Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies.

Sábado, 19 de Abril de 2025

Noticias

EM SETEMBRO: Cerrado registra mais focos de queimadas do que a Amazônia

De 1º de janeiro a 9 de setembro, a floresta ainda tem mais registros de fogo

12 de Setembro de 2019 as 00h 00min

Focos de queimadas registrados pelo Inpe em 9 de setembro — Foto: Reprodução/Programa Queimadas

DA REPORTAGEM

 

O Cerrado registrou mais focos de queimadas nos primeiros dias de setembro do que a Amazônia, fenômeno inverso ao que foi visto durante o mês de agosto e desde o início do ano. Esse aumento no número de focos no Cerrado não foi visto no mesmo período de 2018.

De acordo com especialistas, os incêndios provavelmente têm causa humana e se propagam devido à onda de calor que afeta o Cerrado nos últimos dias. As causas naturais são pouco prováveis, já que o bioma passa pelo período de seca – sem chuvas –, e dificilmente ocorreria um raio para provocar um incêndio natural.

De 1º até segunda-feira (9), foram 7.304 focos no Cerrado, contra 6,2 mil na floresta amazônica. No acumulado do ano, o bioma Amazônia acumula 53.023 focos contra 34.839 do Cerrado.

Nos últimos 30 dias (9 de agosto a 9 de setembro), a Amazônia registrou 30.245 focos, contra 17.438 do Cerrado. A tendência de crescimento das queimadas neste segundo bioma começou apenas na última semana do mês. Os dados são do banco do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e foram captados pelo satélite de referência Aqua.

 

METADE DAS

QUEIMADAS

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) publicou um alerta de "Grande perigo" na terça (10), que aponta risco para mais de 20 cidades do Mato Grosso, regiões do Cerrado. Há chance de a temperatura ficar pelo menos 5ºC acima da média nos próximos 5 dias.

"O que está acontecendo são dois fatores: o Cerrado está passando por uma rara onda de calor. É raríssimo este tipo de alerta [do Inmet]. Quando você tem este tipo de temperatura e uma baixíssima umidade, a situação do Cerrado fica muito inflamável", explica o climatologista Carlos Nobre, membro da Academia Brasileira de Ciências e ex-pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

De acordo com o pesquisador, há uma dinâmica no Cerrado. O bioma é adaptado ao fogo, mas não quando ele é aplicado em tamanha proporção pelos humanos. Existem árvores resistentes, mas não tão fortes a ponto de viver em um cenário tomado pelas queimadas.

"O Cerrado tem aquelas árvores com a casca resistente ao fogo. Tem 60% a 70% de cobertura de árvores, e 30% a 40% de cobertura de gramíneas, e, quando chega, o fogo atinge só as gramíneas, que depois crescem de novo. O Cerrado evoluiu milhões de anos. Mas hoje colocamos fogo demais e ele ainda não está preparado".

 

CAUSA

HUMANA

Assim como Nobre, Alberto Setzer, pesquisador do Programa Queimadas, diz que o fogo no Cerrado, e também na Amazônia, é de causa humana – intencional ou acidental. Ele explica que a única causa natural de fogo são os raios, fenômeno que ocorre durante a temporada de chuva no bioma. Não é o caso do Cerrado no momento.

Em uma análise dos dados do Inpe no início de setembro, constatou-se que ocorreu chuva em apenas em 176 dos 7.304 focos detectados pelo Aqua. O risco de fogo, previsto pelo instituto, era considerado crítico em 4.259 pontos de calor encontrados pelo satélite.

Veja Mais

Termoregulador fortalece canavial durante período de estresse hídrico

Publicado em 18 de Abril de 2025 ás 16h 41min


Moscas bebem álcool para ficarem mais atraentes?

Publicado em 18 de Abril de 2025 ás 15h 40min


Dorner acompanha estandes de empresas locais na Norte Show

Publicado em 18 de Abril de 2025 ás 14h 39min


Jornal Online

Edição nº1526 - 18/04/2025