Noticias
E na política, “tudo joia”?
18 de Março de 2023 as 09h 54min

Assim como as novelas passam na TV, a população também acompanha as histórias nos noticiários. Há algum tempo, o governo vem emperrado, tentando empurrar uma montanha chamada Reforma Tributária, uma luta de décadas que poucos encararam porque se trata de uma discussão onde todo mundo quer ganhar. E nesse vespeiro, o governo ainda lida com outro: quando vai ser divulgada a sua política econômica?
A demora é parte natural do processo, mas se o tempo das notícias é mais rápido que o da burocracia, como alimentar a opinião pública sempre com fatos novo e positivos? Eis que surge, no dia 8 de março, um projeto de lei do governo para que mulheres e homens tenham salários iguais.
É justo, mas esperto também e esse é um jogo onde todo mundo joga: quem é a favor do governo sempre comemora, enquanto a oposição encontra um motivo para dizer que “a coisa não é isso tudo”. Essa perspectiva serve, inclusive, para as investigações, que parecem coisa de outro mundo nas manchetes dos jornais, mas fazem parte do cotidiano no serviço público.
O problema é que tem umas que pegam muito mal na mídia, como o caso das joias recebidas na Arábia Saudita, envolvendo a comitiva do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Como sempre o povo faz chacota, e desde então, o que não falta é gente comentando as postagens do ex-presidente com “tudo joia”. Porém, outros são mais criativos e como só as peças femininas ficaram retidas na Receita Federal, há quem ache isso natural porque “Bolsonaro jamais usaria algo de mulher”.
Como sempre, os partidários dizem que tudo é mentira, os noticiários noticiam e o que o político faz em um momento de fritura como esse? É segurar o sorriso e força na peruca!
Vossa excelência, deputada “Nikole”
Para que a sociedade evolua, tudo pode ser dito e precisa ser debatido, mas dentro dos limites da civilidade. O problema é que isso dá trabalho e uns têm preguiça de pensar antes de falar, ou simplesmente querem “causar” mesmo. Esse parece ser o caso do Nikolas Ferreira (PL), deputado federal mais votado do Brasil. Se equilibrando nos limites entre o decoro parlamentar e a liberdade de expressão, usou peruca e o nome “Nikole” para abordar questões sobre mulheres trans no dia internacional da Mulher.
Ganhou as suas curtidas e compartilhamentos nas redes sociais, mas é só observar o exemplo de Arthur Do Val, deputado cassado em São Paulo, para ver que uma hora a receita da lacração desanda.
Enquanto todo mundo comentava o caso, dois bancos faliram nos Estados Unidos, deixando a economia mundial “de orelha em pé”. Isso devolveu a bola para o governo e a oposição pressionou: sem o Teto de Gastos, o que vai regular as contas públicas?
Mas antes que respostas fossem formuladas, no último dia 15, o Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias para que Bolsonaro entregue as joias recebidas na Arábia Saudita. Aí, o que fazer? Seria muita sorte se explodisse uma crise na segurança pública de um estado governado pelo PT?
Enfim, esse “pega-pega” ajuda a explicar porque as denúncias contra o ex-presidente passaram a respingar também em Michele Bolsonaro.
Entenderam que ela pode se tornar herdeira política do marido e, por isso, resta neutralizá-la antes que possa se tornar uma Evita Perón, como ocorreu na Argentina. Difícil para o povo peneirar só o que interessa nisso tudo, mas no fim das contas, já está claro que a tal “nova política” se parece muito com a novela da velha.
Fonte: FERNANDO RINGEL É JORNALISTA E PROFESSOR UNIVERSI
Veja Mais
Carretas se envolvem em acidente na BR-163 em Sinop
Publicado em 11 de Julho de 2025 ás 16h 26min
Computador feito à base de neurônios humanos já está à venda
Publicado em 11 de Julho de 2025 ás 14h 54min
Desejo de Arias de atuar na Europa deixa Fluminense em encruzilhada
Publicado em 11 de Julho de 2025 ás 13h 55min