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Esposa de Aluguel acerta ao construir humor com defeitos de seus personagens
18 de Outubro de 2022 as 20h 20min

Esposa de Aluguel é uma comédia romântica que não reinventa a roda, mas tem carisma o suficiente para divertir aqueles que abraçarem sua proposta. O filme de Cris D'amato (É Fada!) acompanha Luiz (Caio Castro), um jovem bon vivant (às custas da mãe, claro) que despreza relacionamentos.
O protagonista chega ao ponto de estabelecer regras para evitar envolvimento amoroso com mulheres e assim continuar apenas curtindo a vida, sem se apegar. O problema é que, um dia, sua mãe avisa que, caso não se case, Luiz ficará de fora do testamento. É aí que entra a atriz Lina (Thati Lopes), contratada por Luiz para interpretar uma noiva “de mentirinha”.
A partir daí, o público consegue imaginar muito bem o que virá: os dois precisarão fingir estar em um relacionamento até que, inevitavelmente, a mentira vai se aproximando da verdade, e os sentimentos transitam do falso para o verdadeiro. Como é característico dos projetos audiovisuais brasileiros voltados ao popular, Esposa de Aluguel mantém suas bases na comédia. Por mais que o romance entre Luiz e Lina seja o grande mote do filme, são as cenas de comédia entre a dupla que guiam o projeto.
Fazendo bom uso do background teatral de Lina, Cris D’amato faz com que o filme seja uma sucessão de situações nas quais a atriz improvisa. Sem ter muito o que fazer, Luiz é sujeitado a seguir o improviso e embarcar na mentira, estabelecendo um jogo de gato e rato entre a dupla. Por haver uma repetição desse formato, Esposa de Aluguel é montado e dirigido como uma sequência de esquetes, algo que não é tão comum na carreira de Caio Castro, mas que Thati Lopes (que explodiu como humorista no Porta dos Fundos) tira de letra.
É interessante perceber como o filme é focado em Luiz e sua percepção de mundo e relacionamentos, mas ainda assim, dá à Lina as rédeas da narrativa. A personagem que sempre comanda a ação e impõe novos caminhos para as cenas é a atriz, não o herdeiro. Isso é não só um bom proveito dos talentos de Thati como comediante, como também uma maneira sutil de fortalecer a sensação de que Luiz pode estar sendo manipulado, algo que se torna um drama interessante (mas subaproveitado) ao longo do filme.
É nessa jogada de entender os defeitos de seus personagens e fazer deles um meio para que o filme tenha mais oportunidades de piadas, que Cris D’amato consegue fazer de Esposa de Aluguel uma comédia (romântica) honesta e divertida, mesmo que ainda muito aquém do potencial oferecido pela trama. Claro, não é obrigação do filme discutir modelos de relacionamento, monogamia, a dificuldade de apego na era do Tinder, nem nada do tipo. Mas fica um gostinho de que isso tudo poderia agregar à obra, principalmente pelo fato de ser um filme que passa por assuntos tão quentes da juventude contemporânea.
Fonte: DA REPORTAGEM
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