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Estudo econômico identifica mudanças necessárias do uso da terra no cultivo de soja
12 de Novembro de 2024 as 05h 26min

Considerada a grande fronteira agrícola, a região de Matopiba - formada pelo Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia - ocupa uma área total de 73 milhões de hectares.
Com topografia plana propícia à mecanização, solos profundos e ácidos, mas com facilidade de correção, disponibilidade de água e clima favorável, o Matopiba foi alvo de uma corrida por áreas e gerou forte valorização do preço das terras.
Com alto crescimento, hoje a região já é responsável por quase 12% da produção nacional de soja, o que gera preocupação, principalmente ambiental devido à expansão para áreas de vegetação nativa, que podem sofrer danos irreversíveis.
Com o objetivo de entender a atual dinâmica do uso da terra pelos agricultores e agricultoras, considerando as variáveis econômicas nas principais regiões de expansão da soja, a Fundação Solidaridad lança o Estudo econômico sobre a mudança do uso da terra em regiões produtoras de soja no Matopiba.
A pesquisa, que contou com a colaboração da consultoria Agroicone, aponta alternativas de modelos de negócios para viabilizar a expansão de forma mais sustentável, conciliando rentabilidade com conservação do meio ambiente.
De acordo com Paula Freitas, Gerente de Cadeias Produtivas e Estratégias da Fundação Solidaridad, o estudo inédito ajudou a identificar o atual cenário do Matopiba, especialmente sobre a dinâmica da expansão agrícola no Tocantins e na Bahia. “Trabalhamos pensando sempre na produção sustentável. Por isso, o objetivo foi mostrar quais seriam os mecanismos financeiros ou combinações que poderiam gerar ao produtor alternativas de incremento na produtividade, mantendo o cultivo de soja em áreas já abertas e não avançando sobre a vegetação nativa”, detalha.
CONCLUSÕES
Ao longo do estudo, foi possível entender a dinâmica da expansão da soja no Matopiba, além de mensurar financeiramente o ganho do produtor em diferentes cenários. Adicionalmente, foram avaliados diferentes mecanismos como alternativas para cobrir o custo de oportunidade.
Para Camila Santos, Coordenadora do Programa Soja e especialista em carbono da Fundação Solidaridad, nota-se que não há um mecanismo único para impulsionar a adoção de práticas sustentáveis da sojicultura no Matopiba, mas uma combinação de diversas ações. Segundo a especialista, há a necessidade de esforços por parte do setor produtivo e do governo para encontrar caminhos possíveis para orientar e fomentar a expansão agropecuária sobre áreas abertas, preservando aquelas com vegetação nativa.
“No caso da soja, a indústria deve avançar em compromissos para reduzir o desmatamento e as emissões de carbono, criando e fortalecendo arranjos com produtores. Isso inclui pagamentos por Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e créditos de carbono, além de incentivar o aumento de produtividade por meio de tecnologias como o Sistema de Plantio Direto (SPD) e a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF)”, conta.
Paula Freitas destaca a importância da implementação do Código Florestal para a preservação da vegetação e apoio à produção sustentável, ajudando a reduzir a incerteza jurídica que afeta negativamente o setor produtivo. Além disso, a infraestrutura de armazenamento e de logística são questões imprescindíveis, e podem se tornar obstáculos à expansão da soja sobre as áreas de pastagens.
“Devemos pensar a longo prazo, considerando as gerações futuras, conscientes da importância de garantir a resiliência da produção e a preservação dos ecossistemas. Conciliar produção de grãos e criação da pecuária em harmonia com a conservação é essencial para garantir a sustentabilidade da agropecuária no futuro”, considera.
Fonte: ASSESSORIA DE IMPRENSA
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