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Experimentos revelam efeitos de sistemas de produção e impacto da calagem na soja
27 de Fevereiro de 2023 as 06h 00min
Obter maior rendimento e controle de populações de nematoides – Foto: Divulgação
A calagem é uma das principais práticas que possibilitam a produção da soja e de outras culturas no cerrado mato-grossense.
Pensando nisso, a Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT) desenvolve, há 15 anos, um experimento que avalia diferentes sistemas produtivos envolvendo o manejo desta prática.
A pesquisa está dividida em duas partes, sendo uma a ‘Calagem na cultura da soja’ e outra a ‘Rotação de culturas na soja’, e é conduzida no Centro de Aprendizagem e Difusão da instituição, em Itiquira (CAD Sul).
Os sistemas produtivos que fazem parte do experimento ‘Rotação de cultura na soja’ são o de monocultivo da oleaginosa (soja pousio e soja pousio com revolvimento), a sucessão de culturas com foco em soja (milho, milheto e braquiária) e a rotação de culturas envolvendo soja, crotalária e milho safra ou segunda safra consorciado com braquiária, variando ao longo do tempo.
Já o experimento ‘Calagem na cultura da soja’, além de envolver três sistemas produtivos (monucultivo, sucessão e rotação de culturas), também tem frequência de aplicação de calcário e nas doses de zero, duas, quatro e oito toneladas por hectare.
Conforme explica Felipe Bertol, um dos responsáveis pelo experimento, mestre em Ciência do Solo e pesquisador de Solos, Nutrição e Sistemas de Produção da Fundação MT, o objetivo com a pesquisa sempre foi o de orientar o agricultor sobre o impacto de suas decisões para a lavoura. “Nosso anseio também é o de ter dados para defender uma agricultura mais sustentável. Ao longo do tempo, esses objetivos nunca mudaram, mas foram sendo atualizados e renovados”, comenta.
RESULTADOS
O pesquisador explica que nos seis primeiros anos do ensaio os sistemas não se diferenciaram. Neste período, caso o experimento se encerrasse, a mensagem estabelecida era de que fazer palhada e degradar o solo não tinha diferença alguma.
No entanto, a partir de uma série de acontecimentos, como o aumento da população do nematoide de cisto da soja (Heterodera glycines), as cultivares de ciclo menor e os episódios de déficits hídricos, os sistemas de sucessão e rotação de culturas passaram a se distinguir dos monocultivos.
A diferença, segundo Bertol, perdurou ao longo do tempo até atingir tetos produtivos na casa de 91 sacas por hectare (sc/ha) em ano recorde. “Nos últimos três anos temos variabilidade climática e aumento do nematoide de cisto que vem diferenciando os sistemas produtivos, contudo, ainda não é possível ter uma previsão clara da diferença da rotação e sucessão de culturas no impacto da produtividade da soja”, acrescenta o especialista.
Outro ponto importante observado em um dos sistemas de monoculturas, o de revolvimento do solo, onde foi colocado braquiária há três anos, foi a elevação rápida e clara nos patamares produtivos do grão. “Em três safras, houve o efeito da quantidade de palhada em superfície, proporcionada pela braquiária na segunda safra ao invés de revolvimento, em que os tetos produtivos atingiram patamares próximos à sucessão de culturas em um curto espaço de tempo”, completa o pesquisador.
MAIS CONSTATAÇÕES
“O que o agricultor está realizando não é totalmente inadequado”. Essa foi uma das principais constatações do experimento, externa o especialista, no entanto, há a ressalva de que, caso o produtor mantivesse uma agricultura dita convencional, ou seja, com pousio e/ou revolvimento do solo, o cenário seria devastador. Além disso, os resultados indicam que o milho, como cultivo de segunda safra, faz bem ao sistema e se equipara aos demais cultivos de cobertura testados, quando se trata de sucessão de culturas.
Em paralelo, a pesquisa demonstra a importância da rotação de cultivos no manejo de nematoides e também na promoção de melhores condições de palhada, que se destacam em anos com déficit hídrico. “Isto acontece em todos os sistemas, sendo rotação ou sucessão, que aportam material orgânico e estrutura do solo”, define o especialista.
Por fim, relativo ao solo, o pesquisador coloca que o pilar: física – química – biologia tem grande impacto no potencial produtivo. “Quimicamente os sistemas são muito parecidos, mas os tetos produtivos são muito inferiores nos monocultivos em relação à sucessão e rotação de culturas e os motivos são as condições biológicas e físicas destes ambientes”, esclarece Bertol.
Fonte: DA REPORTAGEM
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