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Exportações recuam em agosto, mas preços internos disparam
18 de Setembro de 2025 as 13h 46min

As exportações brasileiras de café registraram retração em agosto de 2025, mesmo apresentando recuperação em relação ao mês anterior. De acordo com levantamento do Rabobank, o setor vem enfrentando pressões externas e internas, como a nova tarifa imposta pelos Estados Unidos e os efeitos climáticos sobre a safra de arábica.
O Brasil exportou, no mês, 3,1 milhões de sacas de 60 kg, volume 17,5% inferior ao registrado em agosto de 2024, ainda que 14,3% superior ao de julho deste ano. Os embarques para os Estados Unidos caíram 46% na comparação anual e 26% em relação a julho, refletindo diretamente os impactos da tarifa de 50% sobre o café brasileiro.
Apesar disso, os EUA mantiveram-se como o segundo maior destino do produto nacional, com 301 mil sacas adquiridas, atrás apenas da Alemanha.
Por outro lado, o cenário de preços internos trouxe certo alívio aos cafeicultores em agosto. A relação de troca entre café e fertilizantes melhorou de forma significativa: foram necessárias 1,2 sacas de 60 kg para comprar uma tonelada do adubo 20-05-20, contra 1,7 sacas no mesmo período do ano passado.
A valorização do grão, aliada à queda nos preços de insumos como a ureia, contribuiu para um ganho de competitividade na produção. Após meses de desvalorização, os preços do café voltaram a subir com força a partir de agosto.
O arábica e o conilon tiveram alta de 31% e 32%, respectivamente, impulsionadas pela desaceleração nas exportações, pelos estoques globais reduzidos e, mais recentemente, pelas novas tarifas impostas pelos EUA, que aumentaram a volatilidade no mercado internacional.
Diante desse novo cenário, torrefadores americanos têm buscado alternativas para contornar os custos, incluindo a importação de café de outros países e o uso de armazéns alfandegados, que possibilitam adiar o pagamento das tarifas.
Na União Europeia, a regulação EUDR já havia estimulado importações antecipadas em 2024, movimento que pode se repetir neste segundo semestre. Indicadores mostram aumento nos estoques europeus nos últimos meses, o que pode pressionar a demanda no curto prazo.
Em relação à produção, o clima em agosto favoreceu o avanço da colheita, que está praticamente encerrada. No entanto, geadas pontuais atingiram áreas produtoras de arábica, especialmente no Cerrado Mineiro, com uma cooperativa local estimando perdas de até 412 mil sacas para a safra de 2026.
Apesar dessa redução de potencial produtivo, as perspectivas para o ciclo 2026/27 ainda são consideradas positivas, tanto para o arábica quanto para o conilon. O mercado seguirá atento ao regime de chuvas e ao início da florada nas próximas semanas, fatores decisivos para a definição da próxima oferta.
Fonte: DA REPORTAGEM
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