Grêmio revê Huachipato em novo duelo decisivo no Chile

03 de Junho de 2024 as 21h 12min

O cenário de decisão se repete 11 anos depois. O Grêmio volta a Talcahuano para um jogo que pode selar o destino do clube na Conmebol Libertadores. O único encontro da história com o Huachipato, no Chile, ficou na memória dos gremistas. O empate por 1 a 1 há mais de uma década rendeu classificação às oitavas e uma briga generalizada envolvendo o então técnico Vanderlei Luxemburgo.

A catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do Sul adiou a partida em Talcahuano, que era para ter ocorrido no dia 8 de maio. As alterações no calendário mudaram o peso da partida em território chileno. O confronto desta terça (4) carrega um caráter decisivo, parecido com o de 2013.

Com a goleada sobre o The Strongest na semana passada, o Tricolor subiu para a terceira posição, com seis pontos, dois atrás do Huachipato, vice-líder. Os gaúchos têm um jogo a menos em relação aos chilenos, que fecham sua participação na fase de grupos.

Portanto, se o Grêmio vencer, garante vaga na próxima fase e pode até ser líder se derrotar o Estudiantes no último embate. A derrota, por outro lado, elimina o time de Renato. O empate mantém a equipe viva com chances de se classificar contra os argentinos no Couto Pereira.

Renato estabeleceu a Libertadores como prioridade para o momento gremista. No sábado, colocou reservas e levou 2 a 0 do Bragantino. Os titulares chegam descansados para tentar cumprir o objetivo de voltar classificado ou vivo para o Brasil. “Terça é outro jogo. Pode ter certeza que teremos um time mais descansado. Sabem da nossa responsabilidade e vamos trabalhar para sair de lá vivos e decidir em casa”, declarou Renato.

O cenário que o Grêmio encontrará no Chile será parecido com o de 11 anos atrás. Naquela ocasião, as equipes estavam com o mesmo número de pontos e dependiam das próprias forças para classificar. O empate colocou o Imortal nas oitavas pelo saldo de gols. Após a partida, os adversários se incomodaram com a postura de Luxemburgo, e o gramado virou palco de uma briga generalizada.

Uma das cenas mais lembradas da Libertadores de 2013 passa pelo estádio CAP. Após a classificação gremista, comissão técnica e jogadores do Huachipato partiram para cima do técnico Vanderlei Luxemburgo. O episódio causou uma grande confusão, que só acabou com a intervenção da polícia.

A correria começou, e Luxemburgo acelerou em direção do túnel que dava acesso aos vestiários, mas escorregou e caiu no chão. Jogadores e demais membros da delegação do Grêmio trocaram socos e pontapés com os chilenos.

“Fui cumprimentar o árbitro, os assistentes e um senhor deles (Huachipato) falou pra mim “hoje você não vai ficar reclamando como foi lá”. Eu disse “não, uma vez você reclama, outro dia não. Faz parte”. Fui tentar sair e vi que ele veio nervoso em minha direção. Vi que ele queria uma confusão, mas eu fui embora. Saí correndo para o túnel e escorreguei no meio do policial. Parece que um jogador deles veio para me agredir e eu no chão tentei me proteger com o pé. Tomei pisões, me atropelaram. Se treinador deles destemperado, querendo partir pra porrada. E os policiais ao invés de proteger, não, deixaram a coisa acontecer. Mas isso é Libertadores”, explicou Luxa à época.

Com a bola rolando, Zé Roberto abriu o placar com uma meia-bicicleta aos 33 do primeiro tempo. Na reta final da partida, com Werley no sacrifício, Aceval empatou em cobrança de falta.

Nas oitavas de final de 2013, o Grêmio encarou o Santa Fé, da Colômbia, e foi eliminado da competição. Pouco mais de um mês depois, Luxemburgo foi demitido do cargo e, curiosamente, substituído por Renato Portaluppi.

A delegação gremista chegou em Concepción, no Chile, na noite de domingo. Renato comandou o último treino nesta segunda. As equipes se enfrentam hoje às 20h, no Estádio CAP. O Tricolor ainda encara o Estudiantes, no sábado, dia 8, no Couto Pereira, em Curitiba.

Fonte: DA REPORTAGEM