Grupo B: Inglaterra parte como favorita, mas luta contra estigma de “amarelar”

04 de Novembro de 2022 as 06h 00min

A Inglaterra é super favorita a ficar com uma das vagas do Grupo B da Copa do Mundo de 2022. Após ficar em 4º lugar na Rússia, o English Team busca superar o trauma do vice-campeonato da Eurocopa 2020 – disputada ano passado em virtude da pandemia – após perder nas penalidades para a Itália, que nem conseguiu se classificar para este Mundial.

Enquanto isso, Estados Unidos e País de Gales devem lutar pela segunda vaga, que farão duelo particular interessante para chegar nas oitavas de final. O Irã, que passa por fortes manifestos populares, enfrenta problemas também dentro de campo e não deve repetir as campanhas respeitosas de 2014 e 2018.

INGLATERRA
Desde 1966, o melhor resultado inglês em mundiais foi o quarto lugar. Aconteceu duas vezes: em 1990 e 2018. Na Eurocopa do ano passado, a equipe esteve ainda mais perto de um título de expressão. Foi à final, no estádio de Wembley, contra a Itália. Acabou derrotada nos pênaltis.
Seria normal esperar uma classificação tranquila, mas é válido também lembrar sufocos anteriores que o time passou contra adversários de nível parecido. Em 2010, empatou com os norte-americanos por 1 a 1. Quatro anos antes, sofreu muito para derrotar Trinidad & Tobago por 2 a 0.
A base e o esquema serão parecidos com os mostrados na Rússia. O ponto principal do ataque continua a ser os gols de Harry Kane, o principal jogador do time. Os receios quanto à confiabilidade do goleiro Pickford persistem, assim como a incógnita que é o zagueiro Maguire.
Southgate variou, no período, entre 4-3-3 e 3-4-3. Formações que dependem muito da forma dos seus inconstantes laterais, como Alexander-Arnold e Shaw, muito mais eficientes no ataque do que na marcação.
Repetição da campanha da Rússia e nova eliminação na semifinal não deverá ser vista com a mesma empolgação pelo público inglês. Espera-se melhora. Isso significa, pelo menos, ir até a decisão do Mundial. Algo que não acontece há 56 anos.

IRÃ
Nenhuma seleção chegará ao Catar com tantos problemas dentro e, principalmente, fora de campo quanto o Irã. Com discussões no elenco e troca de técnico, a equipe não teve a preparação ideal nos últimos meses. Mas a maior questão está no ambiente político iraniano.
A morte de Mahsa Amini, 22 anos, espancada até a morte enquanto estava em custódia da polícia do país por não usar hijab (um véu que cobre a cabeça) da maneira apropriada, despertou protestos de mulheres iranianas. Movimento que ganhou apoio mundial e encontrou apoio em jogadores da seleção.
O clima também não era bom em campo, com o elenco dividido quanto ao trabalho do técnico croata Dragan Skocic. A gota d’água foi uma entrevista dele para um jornal de Zagreb em que questionou a qualidade técnica dos iranianos. Foi demitido, recontratado seis dias depois e novamente dispensado em seguida, em sequência de eventos que confundiu até mesmo os atletas entre o final de julho e o começo de agosto deste ano.
Será a sexta participação iraniana em Mundiais. Além de buscar uma inédita classificação para as oitavas de final, a seleção terá a chance de repetir o seu resultado mais memorável na história do torneio. Em 1998, em confronto que também tinha como pano de fundo a geopolítica, derrotou os Estados Unidos por 2 a 1.

ESTADOS UNIDOS
A seleção dos Estados Unidos possui uma boa geração. Com jovens e mais experientes, o elenco contém nomes que se destacam no futebol europeu. Entretanto, não está no grupo de seleções favoritas para a Copa do Mundo de 2022.
Com Inglaterra, País de Gales e Irã, a Seleção Americana briga por uma das vagas no grupo B. Os ingleses e galeses são os favoritos, mas, os norte-americanos podem surpreender e passar da fase de grupos.
A seleção dos Estados Unidos fez parte da 1ª Copa do Mundo, realizada em 1930. Em 1934, nas oitavas de final, a equipe perdeu para a Itália pelo placar de 7 x 1. Em contrapartida, voltou em 1950 após a pausa por conta da 2ª Guerra Mundial. Em 1990, a Seleção Americana decepcionou e também ficou na 1ª fase.
Em 1994, a Copa foi realizada nos Estados Unidos. Assim, a Seleção Americana perdeu para o Brasil por 1 x 0, jogo que aconteceu nas oitavas de finais. Em 1998, ficou na fase de grupos. Porém na Copa de 2002, fez uma campanha surpreendente e parou nas quartas de final, partida que foi diante da Alemanha. Por fim, no ano de 2006, parou na fase de grupos. Em 2010, perdeu para Gana por 2x1 e em 2014 eliminada pela Bélgica, válido pelas oitavas de final.

PAÍS DE GALES
A seleção de País de Gales conquistou uma classificação histórica após 64 anos desde a última (e única) participação no mundial. Estamos vivendo o que talvez seja a melhor fase da história do país no futebol, com sua estrela, Gareth Bale, mesmo que já tendo passado do seu auge, com muita vontade de jogar pela seleção. Na Euro de 2016, Gales fez história e chegou na semifinal, na qual foi eliminado por Portugal.
De uns tempos para cá, a seleção esfriou, não conseguindo a classificação para a Copa de 2018, porém fazendo ótima campanha nas eliminatórias para a Copa do Catar e passando na repescagem contra a Ucrânia.
No seu grupo na Copa, enfrentará Inglaterra, Irã e EUA e vê com bons olhos as chances de passar para as oitavas, o que seria histórico.
Bale é, com certeza, o maior jogador da história da seleção galesa, sendo o responsável por carregar a equipe para as semifinais da Euro de 2016 e agora para a Copa do Mundo. Após ganhar tudo e ser decisivo em duas finais de Champions pelo Real Madrid, o jogador vive uma fase de declínio na sua carreira, já que acabou de sair do Real rumo ao Los Angeles FC, da MLS.
Contra Irã e EUA, Gales deve ir a campo com uma formação parecida com um 3-4-3. Já contra a Inglaterra, Page pode optar por uma formação com uma linha de cinco na defesa, como fez contra a Holana na Nations League.

Fonte: DA REPORTAGEM