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INICIO -HISTÓRIA DE SORRISO
11 de Maio de 2019 as 00h 00min
INÍCIO
O Município de Sorriso está situado na região norte do Estado de Mato Grosso, no km 742 da rodovia federal BR-163, Cuiabá - Santarém, a 412 km da capital, Cuiabá. A sua fundação deu-se através de um projeto de colonização privada, com a maioria absoluta da sua população constituída por migrantes provenientes da região Sul do País. É reconhecida como a Capital Nacional do Agronegócio e maior produtor individual de soja do mundo. Pertence a microrregião de Alto Teles Pires e mesorregião do Norte Mato-grossense e sua população é estimada em 87.815 habitantes, conforme dados do IBGE de 2018.
A história oficial do Município de Sorriso começou a ser escrita na primeira metade dos anos de 1970, muito embora os Kayabi, deslocados para o Parque Indígena do Xingu, fossem os ocupantes ancestrais do território e a região tivesse sido percorrida por seringueiros desde a década de 1940. No final do ano de 1973, Benjamin Raiser comprou terras do norte-americano Edmund Augustus Zanini, proprietário de 149 mil hectares na área onde se situa o Município de Sorriso, para implantar uma agropecuária. Em março de 1975, Claudino Frâncio, Demétrio Frâncio e Dorival Brandão também adquiriram terras próximas à fazenda de Benjamin Raiser do mesmo norte-americano. Nessa época o 9º BEC estava construindo a BR-163 e a intenção do triunvirato era igualmente formar agropecuária. Acabaram mudando de ideia em razão da extensão da propriedade e dos incentivos governamentais para implantação de projetos de colonização no norte mato-grossense. Com isso, decidiram fracionar a propriedade para comercializar lotes de variados tamanhos, de modo a adequá-los aos recursos financeiros do comprador.
Seguindo uma disposição observada desde as primeiras construções, a cidade foi plantada às margens da BR-163, rodovia pavimentada entre 1983 e 1986 até Sinop, sendo esta a principal rota de chegada dos colonos (os mais capitalizados vinham em pequenas aeronaves e pousavam em pista aberta pelo 9º BEC, ampliada e melhorada pela colonizadora no ano de 1981). O núcleo urbano seguiu o traçado da Avenida Principal, posteriormente chamada Avenida W-1, Avenida Júlio Campos e finalmente Avenida Natalino João Brescansin, primeiro delegado de polícia da localidade. A professora pioneira foi Arlete Maria Cappellari que, no ano de 1977, começou a lecionar em sua própria residência para alunos de 1ª a 4ª série, sendo o salário pago pelo Governo do Estado. A Escola Estadual Mário Spinelli, primeira implantada em Sorriso, foi inaugurada em junho de 1982. A primeira missa foi celebrada no ano de 1975 pelo bispo de Diamantino, Dom Henrique Froehlich, nas dependências da antiga rodoviária. Em 22 de fevereiro de 1983 foi criada a Paróquia São Pedro Apóstolo e nomeado como pároco o padre Gaspar José Goldschmidt, que tomou posse em 27 de fevereiro. Com a chegada de levas de sulistas.
Posteriormente a colonização Sorriso se tornou distrito. Pela Lei Estadual nº 4.278, de 26 de novembro de 1980, com território jurisdicionado ao município de Nobres. O município de Sorriso foi criado através da Lei Estadual nº 5.002, de 13 de maio de 1986. Sancionada pelo então Governador Júlio José de Campos. desmembrado do Município de Nobres. Sua formação administrativa atual é: Sorriso (sede), Distrito de Boa Esperança, Caravágio e Primavera.
O PRIMEIRO MORADOR
Na década de 70, chegou nesta região um mineiro vindo da cidade de Paranavaí (PR), de pele morena que se chamava Otávio de Souza Cruz, acompanhado de sua mulher Maria Vilan, sua filha Nilza Aparecida, que não tinha completado dois anos e Niziel, com pouco mais de dois anos, convidado pelo fazendeiro paulista, Dano Figueira da Vila para abrir sua fazenda em Mato Grosso. Otávio tratou logo de escolher um bom lugar, perto do Rio Lira, e ali ergueu seu rancho de pau-a-pique, o lugar onde aportara se chamava Santa Irene ou "Santirene". Mas foi por volta de 1975, depois de uma de suas divertidas pescarias no Rio Teles Pires, que ao retornar para seu rancho a aproximadamente uns 16 quilómetros de distância, foi abordado por dois ocupantes de um jipe que se apresentaram a ele. Eram os senhores Ivo Raiser e Nelson Frâncio. Os ocupantes do jipe queriam saber
Otávio de Souza Cruz "Nego Otávio" entrou para a história do município como o primeiro morador. Aos poucos foram chegando outras pessoas, em sua maioria agricultores do Sul do País, atraídas pela oferta de terras e uma melhor condição de vida.
A COLONIZAÇÃO
O colonizador Claudino Francio gerenciou grande quantidade de terras pertencentes a um grupo Americano às margens da BR 163 no médio norte mato-grossense, o que permitiu o loteamento de áreas e implantação do plano piloto do que hoje é o Município de Sorriso.
As primeiras famílias a se fixar na cidade foram os Silva e Santos. Logo depois, chegaram para trabalhar no local, formando uma espécie de vila agrícola, as famílias Francio, Brescansin, Schevinski, Manfrói, Spenassatto, Antonello, Ferronatto, Potrich, Raitter, Riva, Bedin, Daroit, Lodi, Faccio e Brandão. Em 26 de dezembro de 1980, a pequena agrovila encravada em pleno sertão matogrossense foi elevada a categoria de Distrito pertencente ao Município de Nobres. Em 20 de março de 1982, foi instalada a Sub-Prefeitura no Distrito de Sorriso, tendo como Sub Prefeito o Sr. Genuíno Spenassatto, seguido pelos Srs. Ignácio Schevinski Netto, Helmuth Seidel e Ildo Antonello. A Assembléia Legislativa do Estado do Mato Grosso, aprovou, em 13 de maio de 1986 e o governador Júlio Campos, através da lei 5.002/86, elevou então o Distrito de Sorriso à categoria de Município, desmembrado dos Municípios de Nobres, Sinop, e Diamantino, com uma área de 10.480 km².
ORIGEM DO NOME
O Nome Sorriso queria dizer, nos primeiros tempos de ocupação, um novo empreendimento, de futuro feliz, com bases numa natureza rica e de vitória. O principal colonizador foi o catarinense Claudino Francio, em 1977, dirigindo a Colonizadora Feliz, fundou o povoado de Sorriso, que se tornou município a 13 de maio de 1986. Claudino Francio faleceu em 30 de julho de 1999, no hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde estava hospitalizado em decorrência de um acidente automobilístico. Seu corpo foi enterrado na cidade que fundou e ajudou a se firmar como uma das mais promissoras do Estado de Mato Grosso.
Sobre a origem do nome, a versão oficial é que o termo Sorriso foi dado por todos que gostavam do lugar e ali residiam. Mais precisamente por um grupo de pioneiros que, assentados à beira do Rio Lira, conversavam entre si. Concluíram que, mesmo diante de tanto trabalho a realizar, ter sempre um sorriso nos lábios, seria um grande incentivo à permanência na luta do dia a dia. Seria então Sorriso o nome ideal para aquela terra, pois transmitia alegria, inspirava otimismo e confiança. A maioria dos colonizadores eram de origem italiana. E viviam em forma de entre-ajuda, em estreita comunidade. Também se formou uma pilhéria italiana. Diante dos primeiros plantios, o italiano dizia; "oh...só rizzo", pois arroz em italiano se diz rizzo, esta "estória" foi contada pelo próprio Claudino Francio em 1992. Mas, se passaram anos e até hoje a dúvida paira sobre a origem do nome Sorriso.
1° PREFEITO DE SORRISO
Alcino Manfrói, homem simples, trabalhador, um dos muitos que acreditaram nessa terra teve como missão; ser o primeiro administrador da cidade no ano de 1987, numa gestão curta de 2 anos o que na política costuma chamar-se de mandato “tampão” pois, para igualar às eleições seguintes restavam apenas dois anos. O Jornal Diário do Estado buscou material nos arquivos da Câmara e Prefeitura Municipal de Sorriso e encontrou um relato em que o primeiro Prefeito eleito da promissora cidade cita as dificuldades de como foi administrar uma cidade recém emancipada, carente de tudo.
“Na prefeitura fiz o que foi possível, e lutei com nossa equipe para trazer água, luz e telefone, trabalhamos por muitas instalações e conseguimos muitos convênios.”
“Quando assumi a prefeitura tinha dois motores no município, e entreguei o poder com 11 novos, insisti em diversas reuniões que Sorriso merecia bons investimentos pelos altos índices de produtividade e pela topografia. Além disso eu estava trabalhando para o povo.”
Segundo o primeiro prefeito, poucas pessoas vieram e foram embora. "Começamos com dificuldades, principalmente antes das primeiras conquistas, e trabalhamos sempre ao lado e em parceria com a Câmara de Vereadores", disse ele, ao comparar os diferentes períodos políticos. "Na época o povo era um pouco mais preocupado que hoje. Atualmente alguns entram na política e acreditam ser superiores, em outros tempos era diferente".
No tempo em que foi prefeito, Manfrói conquistou o que precisava para Sorriso na época.
"No início da administração foi um tanto difícil, ao tomarmos posse havia apenas o corpo e a vontade de trabalhar, não haviam móveis, material de expediente nem mesmo caneta para assinar. O primeiro ano foi o mais crítico não havia renda No segundo ano foi possível deixar tudo encaminhado como: a estruturação da prefeitura, a criação da agência do Banco do Brasil e da Comarca, a aquisição de maquinários, estradas em condições de tráfego fluente em todo o município, principalmente no interior, construção de pontes e escolas. Além da luz, da água e do telefone, conseguimos a implantação do Banco do Estado, e ainda que a agência se instalasse no município, mesmo sem ter um prédio adequado, que teve sua construção iniciada logo depois que entreguei meu cargo", disse o ex-prefeito, que durante sua administração conseguiu também a liberação de 20 mil metros de asfalto que seriam construídos posteriormente, e a liberação para a construção de casas populares, além da criação de um hospital.
"No começo de nossa história tínhamos apenas um ambulatório, é posteriormente profissional capacitados para atendimentos. Contratamos uma médica e as consultas eram gratuitas, além dos remédios. Começamos nossa história com 'O dinheirinho do IPTU'. Compramos máquinas, tratores, entre outros veículos importantes para o 'desenvolvimento de nosso trabalho". Para Alcino Manfrói, valeu a pena administrar Sorriso, e trabalhar pelo povo. "Pouca gente não acreditou, e por isso tivemos significativas conquistas durante os anos. Lutamos e persistimos em prol da construção de muitas obras".
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