Noticias
Inter só piora, perigo de rebaixamento cresce e discurso negacionista agrava
07 de Novembro de 2025 as 08h 12min
Alan Patrick em mais uma derrota do Inter — Foto: Ricardo Duarte/Divulgação, Internacional
Há algo pior que o Inter em campo: o que se diz fora dele. A falta de habilidade com as palavras e a negação em assumir o risco de rebaixamento aproximam o time da segunda queda na história. O colapso técnico assusta no Brasileirão, mas a desconexão com a realidade indica a falta de rumo para evitar o vexame.
O revés por 1 a 0 para o Vitória, o quarto jogo sem balançar as redes, com três derrotas e um empate no período, encurtou a distância ao Z-4 para três pontos. Não mais em relação aos baianos, que chegaram a 34 e dormiram fora da zona da degola, mas ao Santos (36 a 33), que tem duas partidas a menos.
O NEGACIONISMO
O rebaixamento bate na porta com a naturalidade de quem já conhece o caminho. Enquanto o time sangra em campo sem uma ideia de jogo, direção e comissão técnica seguem sem fazer o básico: admitir que a realidade do Inter, hoje, é brigar contra o descenso.
“Estamos na zona? Querem ouvir de nós que brigamos para ficarem tranquilos? Daremos a vida até o último segundo para que o Inter fique onde merece. Está claro. Para nós, brigar pelo rebaixamento é estar na zona. Não estamos e dependemos de nós”, bradou o auxiliar Emiliano Díaz.
Ramón Díaz, embora mais tranquilo, também não admitiu. Marcado pelo bordão “no va a bajar” quando salvou o Vasco em 2023, o técnico endossou a posição do filho. Se apegou a conquistar os pontos que necessita e fazer valer o fator local.
A direção teve a oportunidade de expor a realidade e mostrar a preocupação. Quem esperava, se decepcionou. O executivo André Mazzuco disse “não entender a ânsia de aceitar a realidade”. Afirmou que o Inter “enfrenta um momento difícil” e surpreendeu ao comparar com a distância ao Bragantino (12º) e o Santos (17º). “Estamos a três pontos do Z-4, mas também são três pontos que nos separa do 12º lugar”, declarou o dirigente.
A postura se soma a manifestações anteriores do presidente Alessandro Barcellos e o vice de futebol José Olavo Bisol. Ambos abraçaram o discurso de “não ser o momento para avaliar os erros”. E se o rebaixamento vier? Corrigir após o fracasso consumado?
O Inter precisa enxergar, reconhecer de peito aberto os incontáveis problemas e declarar a ameaça ao rebaixamento está cada vez maior. Será o primeiro passo para sair do atoleiro em que se meteu e não encontra uma corda para tirá-lo do fundo.
Em campo, o time se mostra cada vez mais frágil. É complicado achar quem tenha um desempenho pior entre todos no Brasileirão. Talvez o Sport, lanterna desde o começo do campeonato. A derrota colorada em Salvador veio sem jamais dar esperança de que poderia vencer.
Os três setores estão distantes um do outro. Mesmo com três zagueiros, a defesa sofre por baixo e por cima. Clayton Sampaio teve dificuldade até com o tempo de bola. Vitão, o mais qualificado, quase fez um gol contra ao tentar um corte de cabeça.
No lance, cedeu escanteio e, então, o Vitória marcou. O Colorado, que tanto falha na bola aérea ao longo da temporada, voltou a vazar. Vitinho ficou perdido após a cobrança, e Lucas Halter se antecipou a Juninho para mandar para o fundo das redes.
Não há dúvida. Quando o Inter toma um gol, ele perde a partida. Falta força para reagir. O meio-campo não cria. Alan Patrick, uma vez mais, pouco entregou. Romero e Carbonero entraram durante o jogo e a criatividade seguiu nula. Ricardo Mathias, titular no lugar de Borré, sucumbiu assim como o colombiano e como ocorria quando Valencia ainda estava no Beira-Rio.
Parece existir uma criptonita que dizima o desempenho dos centroavantes colorados. São pouco acionados, verdade, mas sofrem para dominar a bola, levar adiante as jogadas, superar marcadores e finalizar. Não há como ganhar sem marcar. E se vê pouca esperança em encontrar uma forma de organizar o time e construir estratégias para machucar os adversários.
A cirurgia precisa ser urgente. Assumir os erros diminuirá a montanha que precisa escalar. O Inter precisa parar de negar o óbvio. Porque, neste ritmo, o rebaixamento deixará de ser risco e passará a ser destino. O torcedor não aguenta mais.
Fonte: DA REPORTAGEM
Veja Mais
Kuntz articula recursos para ginásio e homenageia inciativas culturais
Publicado em 07 de Novembro de 2025 ás 10h 17min
Quarta Etapa do Desafio Agro está com inscrições abertas
Publicado em 07 de Novembro de 2025 ás 09h 15min
Operação encontra queijo, presunto e salame vencidos sendo comercializados em Cuiabá
Publicado em 07 de Novembro de 2025 ás 07h 59min
