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Domingo, 23 de Novembro de 2025

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John Wick 4 redime o blockbuster na porrada

24 de Março de 2023 as 19h 37min

Chad Stahelski depura a narrativa dos filmes da série para chegar a uma expressão do essencial – Foto: Divulgação

É tal a autoridade que os filmes de John Wick conquistaram como a vanguarda do cinemão de ação e porradaria em Hollywood que John Wick 4: Baba Yaga pode se dar ao luxo de esconder o maior astro atual de artes marciais do Ocidente debaixo de uma fat suit à moda Eddie Murphy e Brendan Fraser. Não é só isso, porém, que torna curiosa a cena envolvendo o personagem de Scott Adkins.

Nela, os três assassinos principais do filme - Keanu Reeves agora perseguido por Donnie Yen e Shamier Anderson - se encontram na boate administrada por Adkins, que então os convida para uma rodada de pôquer, mão fechada de cinco cartas. Quem já viu alguma cena de pôquer em qualquer filme americano sabe como funciona: cada personagem revela sua mão, um de cada vez, numa escalada de suspense e pontuação. No caso de John Wick 4, porém, saem logo de cara uma sequência real e uma quadra, e (sem dar muito spoiler aqui) a banca só venceria essa rodada se trapaceasse de maneira absurda.

Se aceitamos a trapaça e o absurdo com um sorriso no rosto, é porque de antemão já sabemos que dobrar as regras é essencialmente a única regra que importa no universo de John Wick. Esse é o acordo que os filmes têm feito e renovado com seu público, e os melhores longas - o segundo capítulo e agora este JW4: Baba Yaga - são aqueles que desdenham de modo mais frontal das regras esperadas do filme urbano realista de perseguição. No longa de 2014, tudo ainda estava sendo tateado; já no terceiro a preocupação em expor e estender a mitologia parecia acima de tudo uma distração.

É quase irônico que, com suas quase três horas de duração, John Wick 4 esteja sendo recebido na mídia como um espetáculo de exageros, porque todas as escolhas que o filme faz, a partir das regras que quebra e recria por sua conveniência, são orientadas pelo essencial. Não há gordura narrativa sobrando, nem distrações; personagens têm seus perfis atribuídos de acordo com as oportunidades de ação que podem oferecer, e tudo se resume a ir de um ponto A para um ponto B sem muito diálogo, sem muita explicação, e do modo mais impactante possível. Os monólogos lentos e afetados se prestam a servir de respiro narrativo e também de criação de expectativa, à moda Sergio Leone: cada pausa dramática na fala de Keanu será compensada a seguir com a ação acelerada e explosiva que já ansiamos.

Quando John Wick 4 coloca no topo da Torre Eiffel toda uma central telefônica do sindicato de assassinos, aceitamos essa informação como fato do mundo real sem a necessidade de mais explicações porque sabemos que essa Paris é parte de uma realidade simulada construída em cima de muitas e muitas regras desfeitas.

Para se aproximar o máximo possível de uma dinâmica dos games de ação (onde aceitamos sem questionar que a realidade está se dobrando à fantasia e a novas leis da física), John Wick vem cada vez mais abolindo tudo o que se espera da narrativa “realista”, a começar pela própria necessidade de diálogos expositivos. Keanu Reeves nunca falou tão pouco e dele, fisicamente, nunca se exigiu tanto quanto neste quarto filme.

Fonte: DA REPORTAGEM

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