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Sábado, 05 de Julho de 2025

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Mistério em Paris é quase infantil, mas também é muito divertido

05 de Abril de 2023 as 09h 52min

Passagem do casal Spitz por Paris é bem melhor que a viagem pelo Mediterrâneo – Foto: Divulgação

Já faz algum tempo que a Netflix adotou políticas de reprodução industrial. A plataforma, que começou como a nova promessa da dramaturgia – a nova HBO – entregou os pontos quando outras plataformas foram surgindo para movimentar o mercado.

A qualidade foi colocada em segundo plano e o mais importante passou a ser manter assinantes cativos. Por essa razão, a gigante do streaming está tomada de produções que conversam entre si, compartimentadas naquilo que “dá mais certo”.

Para sustentar peças cinematográficas oscarizáveis dirigidas por grandes nomes, a Netflix sustenta seus pilares monetários com uma quantidade imensa de filmes voltados para o público infantil, adolescente e familiar.

Os mais comuns são as comédias românticas e as comédias escrachadas. Nenhum desses filmes visa nada além que a hipnose superficial clássica, que no nosso país também ganhou a alcunha de “Sessão da Tarde”. Filmes leves, despretensiosos e confortáveis.

O primeiro longa dessa “franquia” protagonizada por Jennifer Aniston e Adam Sandler mostrou que seu objetivo era apenas divertir logo nos primeiros minutos. A história de Nick e Audrey era bastante comum ao gênero: um casal fracassado na vida, com problemas para equilibrar frustrações, decidia fazer uma viagem para uma segunda lua-de-mel encomendada para salvar a relação. No meio dessa viagem os dois presenciam um assassinato e passam a investigar quem seria o criminoso.

Era uma mistura de comédia romântica com influências na obra de Agatha Christie, surfando na onda de Entre Facas e Segredos, sem deixar de lado o clássico vespertino dos anos 80 e 90: um aventureiro com uma parceira atrapalhada caça pistas e resolve mistérios, enquanto algum vilão monocórdio faz de tudo para mata-los. Em variações mínimas nos filmes de ação, o segmento era comum a astros machões como Bruce Willis, Chuck Norris, Steven Seagal, Jean Claude Van Damme... e, mais contemporaneamente, The Rock.

Contudo, Mistério no Mediterrâneo traçou metas bem modestas e entregou muito menos do que poderia. É bem verdade que essa é uma percepção que termina reforçada pela melhora do segundo longa. Mesmo assim, não se pode negar que se apoiando muito na presença de Jennifer e Adam, a primeira aventura do casal era um pouco preguiçosa. Provavelmente cientes disso, todos resolveram voltar para dar ao espectador um verdadeiro espetáculo de ação e reviravolta. E conseguiram.

Dessa vez a viagem para Paris cai no colo do casal. Depois dos eventos do primeiro longa, Nick e Audrey amargam o fracasso da agência de investigações que eles abriram. Quando tudo parece estar indo por água abaixo, o amigo Maharajah (Adeel Akhtar) entra em contato comunicando que irá se casar; e o casal parte para um casamento indiano milionário com tudo que tem direito. Paris entra na história quando Maharajah é sequestrado no meio da festa e o os envolvidos exigem o pagamento do resgate na cidade francesa. Vai tudo mundo parar lá.

Por mais que Aniston e Sandler sejam muito carismáticos e convincentes, o diretor Jeremy Garelick precisava se esforçar um pouquinho mais e dar dinamismo e ação para o roteiro (que claramente não está interessado em nenhum tipo de evolução). Esse é, de fato, o maior ganho de Mistério em Paris: há muito mais ação, perseguição e reviravolta nessas sequências. O filme sai do minimalismo e se joga no senso de espetáculo, com sequências divertidas e inspiradas, como a perseguição dentro de uma van pelas ruas da cidade e o apoteótico final no topo da Torre Eiffel. Com o casamento indiano, até um pouco de atenção à diversidade nós temos.

A história continua sendo uma bobagem. O “mistério” não é nada misterioso e pode ser resolvido em segundos. A flexibilização de verossimilhança é tão grande que não há perigo real, nenhum dos riscos é tratado com seriedade e os últimos 5 minutos chegam a irritar tamanha sua infantilidade. A questão é que Mistério em Paris foi criado apenas para divertir, para distrair, para nos fazer esquecer dos problemas com uma hora e meia de entretenimento fácil e acessível. Sob esse aspecto, o filme só merece elogios. Ele é pura diversão.

No final das contas pouco importa quem matou quem ou quem sequestrou quem... A graça é ver Aniston e Sandler brincando de casal atrapalhado no cinema. Se eles derem a volta ao mundo resolvendo crimes de brincadeirinha, possivelmente vamos segui-los.

Fonte: DA REPORTAGEM

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