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Modelo indica que planetas como a Terra são comuns no espaço
18 de Dezembro de 2025 as 16h 09min
Uma nova pesquisa publicada na revista Science Advances indica que planetas rochosos e secos, semelhantes à Terra, podem ser muito mais comuns no Universo do que se imaginava até agora. O estudo aponta que, durante a formação do Sistema Solar, uma supernova relativamente próxima pode ter desempenhado papel fundamental ao inundar o disco planetário com raios cósmicos, criando as condições necessárias para o surgimento de mundos rochosos.
De acordo com os pesquisadores, esse mesmo processo pode estar ocorrendo em diversas regiões da galáxia, o que amplia significativamente o número de planetas com potencial de habitabilidade. A hipótese ajuda a explicar por que o Sistema Solar apresentou condições favoráveis à formação de planetas secos, como a Terra.
Atualmente, a principal teoria sustenta que planetas rochosos se formaram a partir de planetesimais compostos de rocha e gelo, que teriam perdido grande parte da água ainda nos primórdios do Sistema Solar. Esse processo exigiria altas temperaturas, geradas principalmente pelo decaimento de radionuclídeos de vida curta, como o alumínio-26, cuja presença foi confirmada em análises de meteoritos antigos.
No entanto, modelos anteriores que atribuíam a origem desses materiais radioativos exclusivamente a supernovas apresentavam limitações. As simulações indicavam que, para liberar a quantidade necessária de radionuclídeos, a supernova precisaria estar tão próxima que acabaria destruindo o disco de poeira e gás onde os planetas estavam se formando.
Para resolver esse impasse, o autor principal do estudo, Ryo Sawada, da Universidade de Tóquio, e sua equipe propuseram um novo conceito chamado de mecanismo de imersão. “Modelamos uma supernova localizada a uma distância segura, cerca de 3,2 anos-luz, suficiente para não destruir o disco protoplanetário, mas capaz de influenciar sua composição química”, explicam os autores.
Segundo o modelo, a explosão da supernova gerou uma onda de choque que acelerou partículas, especialmente prótons, aprisionando-as na forma de raios cósmicos. Esses raios teriam atuado de duas maneiras distintas na produção dos elementos radioativos de curta duração.
Na primeira, a supernova teria injetado diretamente materiais como o ferro-60 no disco planetário, incorporados em grãos de poeira. Na segunda, os raios cósmicos colidiram com materiais estáveis do disco em altíssimas energias, desencadeando reações nucleares capazes de produzir novos radionuclídeos, como o alumínio-26.
Ao rodar as simulações, a equipe constatou que o modelo reproduz com maior precisão as quantidades de materiais radioativos encontradas nos meteoritos do Sistema Solar primitivo. Os autores avaliam que isso pode alterar a forma como os cientistas procuram ambientes favoráveis à vida fora da Terra. “Nossos resultados sugerem que planetas rochosos semelhantes à Terra e pobres em água podem ser mais prevalentes na galáxia do que se pensava anteriormente”, afirmam.
Os pesquisadores destacam ainda que a abundância de alumínio-26 desempenha papel central na regulação do conteúdo de água dos planetas, influenciando diretamente suas condições de habitabilidade. Com base nos dados do modelo, eles estimam que entre 10% e 50% das estrelas semelhantes ao Sol podem ter abrigado discos formadores de planetas com níveis de radiação semelhantes aos do Sistema Solar.
Essa estimativa indica que um número significativo de planetas rochosos na Via Láctea pode ter se formado sob condições parecidas com as da Terra, ampliando as possibilidades de existência de mundos potencialmente habitáveis espalhados pela galáxia.
Fonte: DA REPORTAGEM
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