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Sexta Feira, 26 de Setembro de 2025

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Morte. Morte. Morte. é um Pânico levado à Geração Z

22 de Outubro de 2022 as 07h 00min

Longa faz whodunit de terror envolto em terapia em grupo absurda – Foto: Divulgação

Existe um apelo especial em criar terror em torno dos super-ricos. Não somente pelo inevitável sabor de justiça que provém de suas derrocadas, mas porque sujeitar os privilegiados ao fundo do poço é também uma bela fonte para aliar medo e comédia. Nos últimos anos, a combinação de gêneros chegou em ótimas produções, como em Corra!, em 2017, e Casamento Sangrento, em 2019. Em 2022, o formato chega com Morte. Morte. Morte (Bodies Bodies Bodies). E desta vez, não estamos apenas rodeados da Classe A americana, mas também lidamos com o mais lindo e insuportável estereótipo da Geração Z.

É uma brincadeira que fica clara logo nos primeiros minutos do longa de Halina Reijn. Antes mesmo que a estridente (e ótima) trilha que embala Bodies defina bem nossa atmosfera, Reijn enquadra suas duas protagonistas de modo bem definitivo - cada uma em seu assento do carro, distantes, digitando de modo semelhante em seus respectivos iPhones. É ainda mais particular que a cena venha logo depois de uma longa sequência de beijo apaixonado entre as duas. Não é preciso muito mais de dois minutos para entender Sophie (Amandla Stenberg) e Bee (Maria Bakalova).

É uma empreitada contida e promissora: em Morte. Morte. Morte., um grupo de amigos planeja uma noite de excessos durante uma tempestade em uma luxuosa mansão recheada de tudo que é preciso para sobreviver ao temporal: lanternas, comidas e drogas. E para temperar o encontro, assim que Sophie chega à remota locação, o ruído entre as besties fica claro. Recém-saída da clínica de reabilitação, a jovem é recebida com alguma desconfiança por Jordan (Myha'la Herrold), Alice (Rachel Sennott), Emma (Chase Sui Wonders) e David (Pete Davidson).

Nesse contexto, temos dois claros outsiders, a começar por Bee - nossa representante em tela - vista com aquele visível nojinho pelo grupo seja por seu sotaque de imigrante ou por suas roupas, e Greg (Lee Pace), date do Tinder que chegou com Alice. E quando um jogo supostamente divertido acaba em uma inesperada série de mortes, não demora para que estes sejam os principais suspeitos para o grupo de amigas. A partir daí, Morte. Morte. Morte se desdobra em um whodunit (o tradicional “quem matou?”) slasher à la Pânico.

A agressividade que rapidamente se expõe entre todos os integrantes da residência vai sendo descascada pouco a pouco porque Morte. Morte. Morte. funciona quase como uma terapia em grupo. E a principal esperteza de Reijn é fazer com que tantas amigas irritantes sejam também carismáticas. Estamos testemunhando a lavagem de roupa suja entre pessoas completamente fora da realidade e, mesmo assim, as relações vão se mostrando reais. Não é porque o grupo de amigas é uma caricatura de jovens milionárias que seus sentimentos não tenham aquele gosto de verdade, e cada grito de desabafo, por mais superficial que seja, já passou pela cabeça de todos nós.

Quando Morte. Morte. Morte já solta todas as estribeiras e desiste de se fazer assustador, a comédia que sai de um grupo de amigas em DR no meio de corpos mortos é verdadeiramente hilária. Se uma é tóxica, a outra faz podcasts irritantes e uma terceira “nem é tão boa atriz assim”, as discussões absurdas e fofocas que permeiam um cenário sanguinolento se tornam irresistíveis, e nos fazem torcer tanto pela sobrevivência quanto pela morte de todas.

Para completar o clima espertinho, Morte. Morte. Morte tem uma conclusão quase idiota de tão perfeita, que não poderia casar melhor com a sátira de classe. Carregado por um elenco certeiro - sustentado pela acidez de Stenberg, o charme de Sennott e principalmente pela sutileza de Bakalova - o longa da A24 é o Pânico da Geração Z: consciente, afiado e instantaneamente memorável.

Fonte: DA REPORTAGEM

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