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O Caso Nardoni resgata história para além do furacão midiático, diz diretor
23 de Agosto de 2023 as 10h 28min
Documentário sobre o caso de Isabella Nardoni chegou à Netflix – Foto: Divulgação
Em 2008, os brasileiros sentaram-se para jantar com a televisão ligada e testemunharam a vida de uma garotinha de apenas 5 anos terminar sem aviso prévio: o caso de Isabella Nardoni, a menina que foi jogada pela janela do apartamento por seu próprio pai e madrasta.
Passados 15 anos desde a tragédia, a Netflix apresenta o documentário Isabella: O Caso Nardoni, um filme que explora os eventos em torno desse marco significativo no cenário da violência doméstica no Brasil.
No entanto, ao contrário de O Caso Evandro, do Projeto Humanos, que impulsionou a ação legal e desvendou detalhes inéditos sobre outro caso de chocou a nação, Isabella: O Caso Nardoni não acrescenta informações novas às que a mídia já apresentou desde o momento em que a imagem da menina começou a figurar em capas de revistas e jornais de todo o país. Sua intenção, na verdade, é outra.
“Foi para trazer a memória dessa história interrompida, mas com a maior delicadeza e respeito possíveis", afirmou Claudio Manoel, um dos diretores, explicando como esses dois pontos essenciais foram ausentes durante toda a cobertura midiática do crime. "O próprio fato chocou os brasileiros, foi como um furacão, pois envolveu várias questões que exploram os limites da humanidade. Portanto, tínhamos a responsabilidade de examinar todas as suas camadas com sensibilidade”, prosseguiu.
Com esse objetivo em mente, a dupla se esforçou para conduzir o maior número possível de entrevistas com pessoas ligadas ao crime, incluindo jornalistas, advogados e médicos legistas. "A maneira como o caso foi explorado pela mídia foi muito controversa, o que gerou várias versões e teorias sobre o que realmente aconteceu. No entanto, à medida que reunimos os depoimentos, encontramos um caminho que fez sentido para nós e que respeitava a família diante dessa imensa perda", explicou Micael Langer, que também assina como diretor e roteirista do documentário.
A produção não apenas investiga o frenesi midiático, mas também proporciona uma oportunidade única de conversar com as três figuras mais impactadas pelo crime: Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella, a avó Rosa Oliveira e a prima Giovanna Oliveira. Abordar a perspectiva dessas três gerações afetadas pela tristeza foi o que se mostrou mais desafiador para a dupla.
"Tivemos o cuidado de conduzir as entrevistas em locais separados para evitar qualquer possibilidade de cruzamento de depoimentos entre os entrevistados", acrescentou Langer. "Fomos cuidadosos com elas, pois, mesmo após 15 anos, é uma dor que nunca vai embora. Sem a cooperação dessa família, não teríamos um filme. Foi uma relação muito respeitosa."
Apesar de todas as lágrimas e vozes trêmulas das entrevistadas, a conversa com Ana Carolina Oliveira surpreendeu Manoel. "Ela conseguiu articular sobre essa ferida imensa, ao mesmo tempo que se revelou uma pessoa iluminada e que teve um renascimento. Não tem como isso não ser épico", concluiu.
Fonte: DA REPORTAGEM - Omelete
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