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O quão perto um asteroide pode passar perto da Terra sem colidir?
19 de Dezembro de 2024 as 09h 48min
A possibilidade de um asteroide passar próximo à Terra pode causar desconforto e até pânico em várias pessoas. E não é sem razão, afinal, a colisão de um grande corpo celeste com nosso planeta pode ter consequências catastróficas, como nos lembram antigos impactos ocorridos no passado geológico.
Ao mesmo tempo, compreender o quão perto um asteroide pode chegar sem efetivamente colidir é fundamental para entendermos os riscos reais e nos prepararmos para uma eventual colisão.
Asteroides são corpos rochosos e metálicos, de formato irregular, que orbitam o Sol. A maioria deles concentra-se principalmente na região conhecida como Cinturão de Asteroides, situada entre as órbitas de Marte e Júpiter.
Esses fragmentos são os restos da formação do Sistema Solar, pedaços que não se aglutinaram para formar um planeta completo. Embora existam milhões de asteroides, a grande maioria não representa qualquer risco para a Terra, uma vez que suas órbitas permanecem estáveis e distantes.
A principal diferença entre asteroides e outros corpos menores do Sistema Solar está na composição e no comportamento. Cometas, por exemplo, são formados principalmente por gelo e poeira, apresentando longas caudas brilhantes ao se aproximarem do Sol.
Os asteroides não têm cauda característica e, normalmente, não incendeiam de forma tão dramática ao entrar na atmosfera, a menos que sejam suficientemente grandes para sobreviver ao intenso atrito até o solo, tornando-se meteoritos.
O Sistema Solar é realmente muito grande, grande o suficiente para fazer distâncias de centenas de milhares de quilômetros parecerem minúsculas quando comparadas com a imensidão do espaço.
Na prática, astrônomos definem o que chamam de Objetos Próximos à Terra (Near-Earth Objects, ou NEOs), classificando assim asteroides e cometas que se aproximam a até cerca de 50 milhões de quilômetros do nosso planeta. Esse limite amplo permite o monitoramento constante desses objetos, garantindo que suas órbitas sejam conhecidas com antecedência.
Entretanto, apenas entrar nessa zona de 50 milhões de quilômetros não significa risco iminente. Para que um asteroide realmente ameace a Terra, ele precisa não só se aproximar o suficiente, mas ter uma trajetória que cruze a órbita terrestre exatamente no momento em que nosso planeta está passando por aquele ponto específico do espaço. As chances de isso acontecer de forma espontânea são muito pequenas.
Muitos asteroides já passaram relativamente perto da Terra sem colisão, alguns a distâncias menores que a da órbita da Lua, que fica a cerca de 384.400 km. Essas passagens próximas atraem atenção e manchetes da mídia, mas, na maioria dos casos, os cientistas calculam suas órbitas com tanta precisão que afirmam com segurança a inexistência de risco real de impacto.
Um exemplo é o asteroide 2023 BU, que passou muito perto da Terra no início de 2023, a apenas alguns milhares de km da superfície, e ainda assim não colidiu (NASA CNEOS).
Para avaliar o risco representado por um asteroide, os cientistas utilizam escalas, como a Escala de Torino, que classifica a ameaça de impacto com base na probabilidade de colisão e no potencial de danos.
Até hoje, nenhum objeto com grandes chances de atingir a Terra e causar uma catástrofe global foi identificado. Porém, conhecer essas classificações ajuda a comunidade científica a comunicar o nível de preocupação ao público e a tomar decisões informadas sobre estratégias de mitigação.
Fonte: DA REPORTAGEM
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