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O que é a geração dos nativos algorítmicos?
06 de Dezembro de 2024 as 12h 28min
Vivemos na era algorítmica, como se tudo o que fazemos, consumimos e mostramos dependem da magia desta sequência de instruções que guia a vida nos nativos algorítmicos. A expressão “nativos algorítmicos” refere-se à geração de jovens que cresceu em um mundo amplamente moldado por algoritmos e inteligência artificial.
Essa geração ultrapassou os “nativos digitais”, que foram definidos por sua familiaridade com tecnologias digitais desde a infância. Os nativos algorítmicos vão além, destacando-se por sua convivência com sistemas que personalizam experiências, tomam decisões automatizadas e influenciam profundamente a forma como consumimos informação e interagimos com o mundo.
Na prática, fica mais fácil perceber quem são os nativos algorítmicos quando observamos certas características marcantes desses indivíduos. A principal delas é a interação contínua com algoritmos, desde redes sociais até plataformas de streaming e compras online. Eles definitivamente estão acostumados a sistemas que entendem e moldam suas preferências.
Essa geração espera que tudo seja adaptado aos seus gostos, desde playlists de música até recomendações de filmes e produtos. Se existisse uma trilha sonora para representá-los, é provável que começasse com aquela música que diz: “mal-acostumado, você me deixou mal-acostumado”.
E, além disso, a relação causou a dependência de sistemas automatizados, já que eles frequentemente recorrem a assistentes virtuais, como Alexa, Siri ou Google Assistente, para resolver problemas cotidianos.
Tenho até um exemplo de uma situação que aconteceu comigo. Estava eu quase chegando ao meu destino em um carro de aplicativo, quando de repente o motorista (na faixa etária de 18 a 20 anos) simplesmente parou o carro.
Ao perguntar o que havia acontecido, ele me respondeu que o sistema de navegação do seu aplicativo tinha travado. Naquele momento, constatei que a dependência é tanta que inibe a iniciativa, o improviso ou a criatividade para dar conta das atividades cotidianas.
A exposição constante a algoritmos pode moldar os padrões de consumo, hábitos de leitura e até valores culturais, influenciando suas decisões pessoais e profissionais. E, não para por aí, a discussão pode ir além, como os desafios associados a tal comportamento. Já ouviu falar em bolhas de filtragem?
Algoritmos podem limitar as perspectivas ao oferecer apenas conteúdo alinhado às preferências passadas, dificultando o acesso a opiniões divergentes. É como se as pessoas permanecessem presas em bolhas, girando em um looping de informações semelhantes e impedidas de ver contextos divergentes.
Há preocupações sobre como os dados são coletados e utilizados, bem como a transparência dos algoritmos, que podem comprometer a privacidade e invadir o espaço da ética. E o que falar do setor educacional e a formação de uma consciência crítica?
É preciso ficar atento e compreender como os algoritmos operam é essencial para navegar com autonomia em um mundo cada vez mais moldado por eles. Estamos avançando em um caminho que leva a sociedade em direção a uma economia e cultura orientadas por dados. Esta geração, portanto, não apenas consome, mas também influencia o desenvolvimento de tecnologias mais adaptativas e personalizadas.
Fonte: DA REPORTAGEM
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